sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O negócio é sério !!!

Greening atinge 7,6 milhões de árvores dos laranjais de SP

Pesquisa do Fundecitrus detectou a duplicação da incidência na praga nos pomares paulistas, em especial na região central do estado - São Paulo

O greening avança de forma preocupante nos laranjais paulistas e já afeta, somente este ano, 7,6 milhões de pés, que precisam ser eliminados para não infectar as demais árvores. Em um ano, o número de plantas atingidas pela praga praticamente dobrou em São Paulo, segundo o gerente do departamento técnico do Fundecitrus, Cícero Augusto Massari, alcançando 3,8% das árvores e 53,3% dos talhões do parque citrícola de São Paulo. Para o pesquisador, o avanço da doença mostra que é preciso aumentar os cuidados com o controle. "Somente as aplicações de inseticidas não são suficientes para impedir o crescimento da doença, uma vez que não é possível zerar a população da praga", afirma Massari.

O levantamento amostral é realizado anualmente pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), instituição de pesquisa mantida pela cadeia citrícola paulista. No ano passado, 1,8% das plantas e 38,8% dos talhões paulistas apresentavam a doença. Este ano o número de árvores infectadas teve aumento de 111% enquanto a incidência nos talhões aumentou 37,7%. O greening, conhecido como a doença mais destrutiva da cultura do citros (laranja, tangerina e limão), deixa as folhas amareladas onde podem ser observadas manchas irregulares. Ocorrem também mal formações nos frutos e a árvore necessita ser arrancada pela raiz e queimada para não contaminar o pomar inteiro. A região mais afetada pela doença é a central, com 6% de árvores doentes, seguida pela sul com 5%. A região norte apresentou 0,8% de plantas contaminadas, a oeste, 0,7% e noroeste, 0,17%.

Apesar dos números, o Fundecitrus lembra que o percentual de plantas doentes ainda continua inferior se comparado com o estado norte-americano da Flórida, segundo maior parque citrícola do mundo, que tem aproximadamente 18% de plantas contaminadas. "Esse resultado se deve à resposta dos produtores ao treinamento e adoção, mesmo que sem a intensidade recomendada. O uso de mudas sadias e certificadas, constantes inspeções no campo, erradicação de plantas doentes e controle do inseto vetor, o psilídeo Diaphorina citri, são as principais ações de combate à doença", diz a nota da instituição. Atualmente, o parque citrícola paulista possui 200 milhões de laranjeiras.
De acordo com Massari, dentre as medidas de manejo da doença, a mais importante é a remoção das plantas doentes, pois se mantidas nos pomares, servem de fonte para a contaminação de plantas sadias. Por outro lado, é fundamental a adoção de controle do inseto vetor, por meio de pulverizações. Essa é uma iniciativa importante, porém não pode ser adotada isoladamente. Nesse sentido, é importante reforçar que as medidas devem ser adotadas de maneira integrada, pois uma complementa a outra. O Fundecitrus reforça que o ideal, para ser eficaz, é que os citricultores realizem o manejo regional.
Em 2010, uma pesquisa da instituição comprovou que, quando feito em conjunto por vários produtores vizinhos, o manejo do greening é mais eficaz, reduzindo até 90% os níveis de incidência da doença. Desde então, a instituição apoia a formação de grupos de manejo regional do greening.

Em todo o estado, grupos se formaram, totalizando 4.379 propriedades trabalhando em conjunto para o controle do inseto vetor. Em Mogi Mirim, na região sul do estado, o produtor Arnoldo Mielke está trabalhando em conjunto há, aproximadamente, um ano. Em seu pomar, no primeiro semestre de 2011, encontrou 0,75% de plantas doentes. Além das pulverizações, Mielke realiza constantes inspeções na propriedade. "Assim que encontro a planta doente, já faço a erradicação na mesma semana. Minha meta é evitar que a doença passe de 1%", diz. Antônio Hermes Bruno, também de Mogi Mirim, é favorável à ação conjunta. "O pessoal precisa ter consciência e atuar com o planejamento das ações de maneira coordenada. Só assim vamos manter o greening sob controle", destaca.

DCI - Diário do Comércio & Indústria

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A força das multinacionais

Liminar concedida à MONSANTO recolhe cartilha sobre produtos orgânicos

A cartilha "O Olho do Consumidor" foi produzida pelo Ministério da Agricultura, com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretende padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, orientando o consumidor.

A multinacional de sementes transgênicas Monsanto obteve uma liminar em mandado de segurança que impediu sua distribuição. O arquivo foi inclusive retirado do site do Ministério (o link está "vazio").

Para quem quiser ver o conteúdo da cartilha é só clicar aqui.

domingo, 4 de setembro de 2011

Bom momento do café

Só lembrando que o café tem o ciclo bienal e não bianual. O erro é frequente. Bienalidade é a característica do café de apresentar altas produções alternadas com safras baixas. Se fosse bianual teria duas produções em um ano.
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Aperto da oferta fortalece produtor do Brasil

Demanda mundial pelo produto continua crescendo e brasileiros podem superar os norte-americanos na liderança do consumo

Produtores de café do Brasil terão posição privilegiada na negociação de seus estoques no longo período entressafra, de outubro a maio, após a colheita da safra "de baixa" produção do ciclo bianual do arábica e com o crescimento da demanda.

A demanda global pelo produto continua crescendo apesar da turbulência econômica dos últimos anos, enquanto o crescimento da oferta continua em ritmo mais lento, com as árvores do Brasil levando tempo para responder à melhora do uso de insumos.

ACORDOS DIFÍCEIS - Corretores locais dizem que a realização de acordos entre produtores e importadores de café está cada vez mais difícil, com a volatilidade dos preços futuros levando agricultores a resistirem, com esperanças de melhores negócios.

O café do Brasil vai continuar "caro pois os produtores estão no banco do motorista. Eles estão vendendo muito pouco e estão muito disciplinados, e a demanda está grande. É um mercado dos produtores", disse o trader John Wolthers, da Comexim.

Apertando ainda mais a situação este ano estão as previsões de aumento de 5 por cento no consumo de café no Brasil, um grande mercado que deve superar os Estados Unidos, tirando-os do primeiro lugar no início de 2012, caso o ritmo de crescimento continue alto. (Reuters)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Novos desafios para a citricultura

Pesquisa mostra que consumo de suco de laranja caiu em 127 mil toneladas nos últimos oito anos. Setor procura formas de reverter o quadro Estudo encomendado pela CitrusBR com dados da Tetrapack e Euromonitor copilados pela consultoria Markestrat, aponta queda de 5,3% no consumo mundial de suco de laranja nos últimos sete anos. Os dados compreendem os anos de 2003 a 2010. A queda se deve, principalmente, ao aumento da concorrência com outras bebidas, como águas, energéticos, isotônicos, entre outros.

De acordo com a pesquisa, que observou os 40 principais países compradores da bebida, a redução é equivalente a 127 mil toneladas. Para se ter idéia, esse número é maior do que o total consumido em 2010 pelo Canadá. Somente nos Estados Unidos, principal comprador de suco, o recuo de 2009 para 2010 foi de 5%, o que representa 42 mil toneladas a menos. Um volume que equivale ao total de suco industrializado consumido no Brasil no último ano.

Em mercados importantes como a Alemanha e Reino Unido, nos últimos sete anos, a queda foi de 22,8% e 2,5% respectivamente. Em termos financeiros, levando-se em conta preços atuais do suco no mercado internacional, as perdas giram em torno de US$ 254 milhões, e afetam toda a cadeia produtiva. Segundo o presidente da CitrusBR, o cenário é desafiador e exigirá uma renovação da indústria. “É um momento para o setor se reinventar. Precisamos entender as mudanças no mercado para implantar ações e continuarmos competitivos”, explica.

O estudo demonstra que apesar da queda acentuada nos principais mercados, houve crescimento na demanda em países emergentes como Brasil, Rússia, Índia e China, que formam o grupo BRICs, e México. Nesses mercados se registrou um aumento de 41% ou 78 mil toneladas de suco de laranja. No entanto, esse crescimento ainda não compensa as perdas, já que nos outros 35 principais países a queda de 9,2% representa um recuo de 204 mil toneladas. Isso se dá, principalmente, por que os países com menor renda consomem o suco de laranja de forma diluída, como néctares e principalmente refrescos. “Os países emergentes estão, de fato, crescendo o consumo. Porém, é um movimento lento que vai levar um bom tempo para se consolidar, exige altos investimentos, além de aumento da demanda nos países emergentes e mudanças nos hábitos de consumo”, comenta Lohabauer.

No caso da China, houve um aumento de 99% no consumo, o equivalente a 44 mil toneladas. Embora os números sejam expressivos, estão longe de compensar a queda em outros mercados. Somente na Alemanha, foram 58 mil toneladas a menos no mesmo período. Em 2010 o consumo total chinês representou aproximadamente 10% do consumo americano no mesmo ano.

Outros países que demonstram boas taxas de crescimento são Argentina e Chile. A Argentina, por exemplo, saltou de 4 mil toneladas em 2003, para 17 mil toneladas em 2010, Um crescimento de 358%. O Chile registrou um crescimento vigoroso de 2003 a 2010, saltando de 6 mil toneladas para 11 mil. “A proximidade do Brasil, o Mercosul e possíveis facilidades de transporte poderiam trazer algumas vantagens competitivas no caso de investimentos para o desenvolvimento desses mercados”, ressalta Lohbauer. Onde mais caiu Países da Europa, com alto consumo de suco de laranja, mostram uma queda importante De 2003 a 2010Estados Unidos: -19% = 194 mil toneladas

Alemanha: -22,8% = 58 mil toneladasReino Unido: -2,5% = 3 mil toneladas

Japão: -18% = 23 mil toneladas Onde cresceuPaíses em desenvolvimento com baixo consumo apresentam bom desempenho De 2003 a 2010

Rússia: 63,8% = 84 mil toneladas

China: 99% = 88 mil toneladas

Marrocos: 743% = 5 mil tonelados

Argentina: 358% = 13 mil toneladas

Indonésia: 212,8% = 6 mil toneladas

Romênia : 162,7%= 4 mi toneladas

Resultado: Somando todas as perdas com todos os ganhos, o mundo bebe 127 mil toneladas a menos de suco de laranja concentrado-equivalente, o que equivale ao consumo total da França durante um ano.

Fonte: Agrolink