Hoje a soja bateu US$ 12,72 por bushel no produto atual e beirou os 13 dólares (US$ 12,93) para maio/11, o que dá US$ 28,00 e US$ 28,50 por saca, respectivamente, para o presente e o futuro, preços pra lá de bons. Traduzindo em miúdos, temos hoje no físico, preço de balcão em Maringá, a soja beirando os R$ 43,00/sc, e a possibilidade de venda a termo (futura), para entrega em março/11, por R$ 43-44, e dependendo da empresa até R$ 45,00/sc.
Se considerarmos que a soja, nesta safra 10/11, deve custar em torno de R$ 900,00 por hectare, numa conta simples, concluímos que, caso o produtor garanta esse preço, serão necessárias 20 sacas por hectare para cobrir todos os custos, nada mal para uma cultura que tem como média na região cerca de 45-50 sc/ha, ou seja, a rentabilidade é de aproximadamente 120%, podendo superar esse número caso a safra seja parecida com a 09/10, quando as condições climáticas foram muito favoráveis, e muitos produtores chegaram a 60 sc/ha.
Então, está claro que embora o mercado possa subir mais, a única garantia no momento é esse contrato atual que dá esta boa margem, suficiente para o bom empresário fazer as contas das despesas e garantir, pelo menos, seu custo de produção. É a antiga história da média de preços, vende melhor quem vende parcelado.
Se já é difícil acertar na mosca, imagina querer acertar, num tiro, o "olho da mosca". Enfim, o mercado está muito bom, o cenário é positivo e otimista para os próximos meses, mas não esqueçamos que o produto é negociado em bolsa, que sofre a maré de mercado, e nem sempre segue a lógica da oferta e demanda, tem muito mais condicionantes que os produtores aqui no interior nem imaginam.
Assim, vale o antigo ditado que diz que "cautela e canja de galinha não faz mal a ninguém", e como disse o ilustre Roberto Rodrigues, é bom colocar a barba de molho.