terça-feira, 6 de novembro de 2012

Degradação atinge pastagens


De acordo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) 80% dos quase 60 milhões de hectares de pastagens cultivadas do Brasil Central - que respondem por 55% da produção de carne nacional - encontram-se em algum estágio de degradação. Sendo que a meta do governo federal é recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas nos próximos dez anos. O professor e pesquisador da Embrapa, Lourival Vilela, explicou durante palestra sobre a Recuperação de Pastagens na Agrobrasília 2012 -Feira de tecnologias e negócios agropecuários - que a degradação de pastagens é um processo evolutivo de perda de vigor e produtividade forrageira, sem possibilidade de recuperação natural, que afeta a produção e o desempenho animal.
Segundo ele, o propósito agora é sensibilizar as pessoas para a importância da recuperação das pastagens. O professor mostrou que recuperar uma pastagem consiste no restabelecimento da produção mantendo-se a mesma espécie ou cultivar e que renovar uma pastagem consiste no restabelecimento da produção com a introdução de uma nova espécie ou cultivar. Ele lembrou que a falta de motivação e informação são fatores determinantes para a degradação do solo, que é causada por vários fatores, entre eles: má escolha da espécie forrageira, má formação inicial, falta de adubação de manutenção e manejo da pastagem inadequado. Segundo Vilela a prevenção é a melhor forma de evitar a degradação.
Em Mato Grosso, com o início do período chuvoso, muitos pecuaristas estão iniciando a recuperação de suas pastagens. A estimativa é que no Estado 11 milhões de hectares de pastos estejam com algum grau de degradação, número que representa mais de 40% da área ocupada pela pecuária no estado. Na avaliação do pesquisador da área de forragicultura da Embrapa Agrossilvipastoril, Bruno Pedreira, o momento é o de colocar em prática aquilo que foi planejado com antecedência e não para ações imediatas sem nenhum planejamento prévio.
Na avaliação do especialista, o pecuarista precisa profissionalizar sua atividade, trabalhando de maneira estratégica, planejada e com base em dados concretos da fazenda. Ele ainda destaca a importância de se praticar a forma correta de se fazer a recuperação das pastagens, a importância da escolha do tipo de forrageira, quais as etapas devem ser seguidas pelo produtor e quais as possíveis estratégias a serem adotadas na recuperação.
Apontando que o Plano de agricultura de baixo carbono (Plano ABC), que Visa reduzir as emissões de carbono pela agricultura brasileira e que tem a recuperação de pastagens degradadas, deve ser um dos principais pilares na recuperação de pastagens.
Segundo o analista de Pecuária do Núcleo Técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Carlos Augusto Zanata, em praticamente todas as regiões do Estado se observa situações de áreas de pastagens degradadas, com destaque para o Vale do Araguaia, onde muitos pecuaristas em função deste problema, estão deixando esta atividade de lado para se dedicarem ao plantio de soja, por exemplo, ou estão comercializando suas propriedades. Daí a necessidade imediata no investimento em reforma de pastagens.
Fonte: A Gazeta MT

Nenhum comentário:

Postar um comentário