quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O preço do monopólio

A notícia abaixo é da laranja, mas mostra o que pode começar a acontecer daqui a pouco com o pessoal da avicultura. Observa-se um movimento dos abatedouros em montar grandes estruturas de criação própria. É só ocorrer uma crise no setor, que guardadas as devidas proporções, fatalmente o produtor individual vai ser preterido.
===========================================================
Colheita de laranja gera controvérsia na região de Ribeirão

A diretoria da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus) denuncia as indústrias de suco Citrosuco/Citrovita, Cutrale e Louis Dreyfus, que estão entre as maiores indústrias de suco de laranja, de privilegiar as frutas colhidas nos pomares das empresas.

Das 330 milhões de caixas de laranjas previstas para serem colhidas na safra 2011/2012, 40% vêm de plantações das processadoras da fruta, de acordo com dados da Citrus BR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos)

Conforme o presidente da Associtrus, Flávio Viegas, a discriminação tem ocorrido nos portões de 14 indústrias no estado de São Paulo, principalmente na região de Ribeirão Preto.

Filas

"Os caminhões que vêm das fazendas das empresas cortam as filas, enquanto a fruta dos produtores tem de esperar até 48 horas para ser recebida e pesada, o que pode acarretar em perdas", diz Viegas.

Por contrato, os citricultores arcam com as despesas por contratação de mão de obra e transporte da fruta até as empresas. De acordo com o presidente do Sindicato do Rural de Ibitinga e Tabatinga, Frauzo Ruiz Sanches, os caminhoneiros têm subido o frete de R$ 0,15 para R$ 0,50 por caixa, devido os custos da demora para entregar a fruta nas empresas.

Conta

"Não é justo a gente não controlar esta parte do processo e mesmo assim, sermos obrigados bancar sozinho esta conta", argumenta o presidente que representa 700 produtores.

A Associtrus pretende se articular com a Faesp (Federação de Agricultura do Estado de São Paulo) e SRB (Sociedade Rural Brasileira) para encaminhar uma reclamação conjunta para a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, para reivindicar algum tipo de interferência.

A colheita de laranja nos pomares do interior paulista deve continuar até o fim do ano, segundo estimativa das entidades do setor.

Outro lado

O presidente da Citrus BR, Christian Lohbauer reconhece que a fruta colhida dos pomares das empresas tem entrada nas fábricas privilegiada. "Não tem como ser diferente, porque é estratégico terminarmos a colheita primeiro nestes pomares".

Até junho deste ano, os estoques de suco de laranja nacional estão em 214 mil toneladas, o que é 53% mais baixo do que registrado em 2008, conforme dados da entidade.

Mas Lohbauer nega qualquer privilégio para os citricultores que fecharam contratos a R$ 10 a caixa. "Não tem como fazer isto, porque cada caminhão recebe uma senha quando chega ao pátio das indústrias, por isto não há como furar a fila", explica.

Para a Citrus, o que está provocando esta situação é a superprodução de laranja desta safra: 330 milhões de caixas. "Todas as 14 fábricas estão trabalhando com 100% da capacidade, mesmo assim, vai ter filas nos pátios". Ele diz que mesmo que a estimativa de perda de 15% da produção, por fatores climáticos, se concretize, ainda assim a produção está bem além do que podem absorver as empresas.

Fonte: site Agrolink

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Integração Lavoura Pecuária Floresta

A matéria foi apresentada no programa Globo Rural deste último domingo (clique nos links a seguir para ver: Parte 01 -  Parte 2) e mostra o trabalho do pesquisador João K, da Embrapa, e a Fazenda Santa Brígida, em Goiás, que se transformou em modelo do sistema. Tive o prazer de visitar a área acompanhado do pesquisador há uns 90 dias atrás, poucos dias antes da visita do pessoal da reportagem. Cheguei a postar comentários e fotos da visita (ver postagem de maio/11).


O sistema é realmente fantástico e tem tudo para ser aplicado aqui na região do arenito. O IAPAR possui unidade de pesquisa na região de Umuarama, e tem o Dr. Sérgio Alves que é autoridade no assunto, com experiência na nossa região.

Na última semana conversando com um pecuarista de Paranavaí, ele contou que iniciou há alguns anos o sistema silvo pastoril e citou duas curiosidades que só reforçam as vantagens do sistema: a primeira é que os bois que ficam na área não tem problema de mosca, e a segunda é que a geada não fez nada na área consorciada, enquanto que os pastos vizinhos estão todos secos. Enfim, o produtor está rindo à toa, ainda mais que já começou a cortar os primeiros eucaliptos plantados, e segundo ele está tendo um rendimento líquido de R$ 10.000,00 por hectare, enquanto mantém a mesma quantidade de gado da época de pasto solteiro.

São relatos como este que só reforçam as inúmeras vantagens do sistema. Pena que são poucos os pecuaristas que tem a coragem de iniciar o sistema. Enquanto isto, vamos vendo a decadência de boa parte do arenito, que sofre na mão de alguns gigolôs de terra, se me perdoem o termo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Laranjas de Nova América da Colina/PR ganham mercado

Há algum tempo conheci o trabalho dessa associação, que está produzindo laranja de primeira qualidade, e os produtores ganhando dinheiro com a citricultura. O mercado de mesa é sem dúvida muito mais atraente e rentável, mas exige planejamento e organização. Assim, o Paraná vai mostrando que tem todas as condições de produzir laranja de qualidade, em pé de igualdade ou até superior a São Paulo.

Notícia da Folha Web:

Associação de produtores forma cooperativa em Nova América da Colina para ganhar novos mercados

Com ótima aparência e alto teor de doçura, a laranja de mesa produzida no Norte do Paraná está conquistando novos mercados. E essa expansão não se deve apenas à qualidade do produto, mas também à mudança de razão social da associação de produtores em cooperativa, com sede em Nova América da Colina. Atualmente, a fruta chega aos consumidores em Londrina e cidades próximas e aos poucos entra também ao exigente mercado de Curitiba. A intenção é levar a laranja de mesa a outras regiões do Estado e também a vizinhos, como Mato Grosso do Sul e São Paulo.

A Cooperativa Nova Citrus foi fundada no começo do mês passado. A organização dos produtores, entretanto, começou em meados da década de 1990, e em 2002 foi criada a associação. A mudança foi necessária para expandir a comercialização do produto com a emissão de nota fiscal, o que é uma exigência legal e não seria viável no formato anterior.

Fonte: Folha Web

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Casos de Sucesso

As amigos que seguem o blog peço desculpa pelo tempo sem postagem. Acabei tirando umas férias do blog até maior que do trabalho, mas agora estamos na ativa novamente.

A notícia abaixo saiu no jornal O Diário de Maringá no mês passado, e mostra como é possível viabilizar negócios rurais em uma área muito pequena. É a história de duas irmãs que moram em uma Vila Rural de Paraíso do Norte, que tive a oportunidade de conhecer pouco dias antes de ser noticiada. Enfim, parabéns ao pessoal da Emater, que tenho certeza, foram apoiadores do projeto desde o início. Aliás, ali o pessoal é muito atuante, não por acaso são meus amigos desde os idos de 1993, quando tive a oportunidade de trabalhar naquele local por algum tempo.

Para ver a notícia, clique no link "A polpa que virou um caso se sucesso"