segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Arábica x Conilon

Para quem quer saber melhor a diferença entre o café arábica e o conilon é só assistir essa reportagem que passou no programa Globo Rural de ontem. Para completar a informação, adianto que Minas Gerais é o maior produtor de arábica, que também é produzido no Paraná e São Paulo, enquanto o Espírito Santo é o maior produtor de conilon. E pra mim que sou um modesto produtor do verdadeiro café, tenho comigo que café é arábica, o outro classificaria como um adjuvante. Tanto que boa parte dele tem sido usado para fazer mistura ao arábica, visando dar uma cor e baratear o produto para consumo do brasileiro que não liga muito para qualidade. E vendem com o sugestivo nome de "blended", e o pior é que nem dá para falar que estão mentindo. Eu fico com o puro, 100% arábica, de preferência o meu, torrado e moído em casa.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Aspectos Ambientais da relação Campo & Cidade no Paraná

Com certa frequência a sociedade tem entendido que os usos agrários dos solos provocam imensos, senão os maiores, danos ambientais que o Brasil tem sofrido. Desmatamentos, destruição da fauna nativa, degradação dos solos, poluição por agrotóxicos, poluição das águas e contaminação dos ares, além de violências às populações tradicionais de índios e quilombolas e exclusão de colonos agricultores. Enfim, se atribui às zonas rurais brasileiras a origem e a culpa dos maiores malefícios sociais e ambientais da Nação.

Há indícios que as populações dos grandes centros urbanos, cada vez mais distantes da roça, não respeitam nem reconhecem os valores das áreas rurais, e esquecendo-se de que ali se produz o alimento que as sustentam, mostram, pelas atitudes, desconhecer a profunda dependência que as populações urbanas tem das zonas rurais. Levados por ativistas ditos ecologistas, concordam passivamente que os proprietários rurais têm o dever e a obrigação de preservar a plenitude das áreas não urbanas.

Não somente boa parte da população, mas também uma parcela das autoridades e legisladores não raro se mostra insensível às necessidades que viabilizam a produção de alimentos, no volume e qualidade demandados pelo mercado interno e externo. Isso se nota pela desproporcional regulamentação legal e ações fiscais, aplicadas às zonas rurais, em comparação ao que ocorre nas áreas urbanas. Há evidente tolerância aos impactos causados ao meio ambiente e à sociedade pelas cidades. Ao mesmo tempo, se aprimoram medidas restritivas às práticas agrárias, cercadas por legislação que limita usos dos solos, das águas, de espécies de importante interesse econômico, impondo, por outra mão, aumentos da capacidade produtiva, tudo sob ameaças legais.

Ironicamente, à medida que os habitantes urbanos se afastam "da roça", também se alienam de sua responsabilidade com muitos fatores ambientais essenciais à própria qualidade da vida. Nas cidades águas são desperdiçadas sem maiores preocupações, não há efetiva preocupação com o lixo que é produzido, cada vez mais e com materiais tecnológicos de difícil degradação, menos ainda com a sua destinação; contamina-se despreocupadamente o ar e eliminam-se as possibilidades da vida silvestre que poderia haver nos rios, em suas margens e em remanescentes arbóreos urbanos.

Esta é a tônica do presente estudo, realizado com foco no Estado do Paraná, contratado pela Federação da Agricultura do Paraná com a A.Muller Consultoria Ambiental, assessorada por um grupo de professores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Para ler o estudo completo, acesse aqui e faça a baixa do arquivo.

Fonte: FAEP

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Monitoramento Diário

Acho que agora a chuva vem, vamos esperar que está prevista para o próximo fim de semana. Talvez não seja suficiente para repor o déficit hídrico, que na região já é de mais de 50 mm, mas muda o cenário de seca e abre a porta para entrada de novas frentes.
No site do IAPAR é possível ter todas as informações climáticas, com monitoramento diário da precipitação, temperatura máxima, média e mínima, água disponível no solo, evapotranspiração, dias sem chuva e deficiência hídrica em todo o Paraná, apresentado sob fácil visualização como o mapa acima. São informações preciosas para quem trabalha com a agricultura. Acesse o site e veja mais detalhes, vale a pena.  

domingo, 19 de setembro de 2010

Valor da Terra Nua


A Secretaria da Agricultura do Paraná, através de seu Departamento de Economia Rural - DERAL, publicou a tabela de valores da terra nua de 2010 de todos os Municípios deste Estado, para o produtor rural ter uma referência quando for declarar o Imposto sobre sua Propriedade Rural - ITR. Vale lembrar que o VTN é à base de cálculo do ITR.
Na realidade, a tabela contém informações sobre a pesquisa de terras agrícolas de 1998 até 2010. Abrange os tipos de terras (solo) Roxa, Mista e Arenosa, tendo sempre como base o mês de janeiro de cada ano. Para cada tipo de terra foram pesquisados os preços médios das áreas mecanizadas, mecanizáveis, não mecanizáveis e inaproveitáveis.
Segundo o próprio DERAL, os preços pesquisados devem servir apenas como uma referência de preço por Município e não devem ser utilizados como valor absoluto, fechado, tendo em vista que cada propriedade rural tem suas características próprias quanto ao tamanho, localização, vias de acesso, topografia, hidrografia, tipo de solo, capacidade de uso, grau de mecanização, características próprias de cada um dos 399 Municípios do Paraná.
A Secretaria da Receita Federal utiliza o levantamento feito pelo DERAL, para comparar com os valores declarados pelos proprietários de terra, nas declarações do ITR.
A partir de 2009 caso o Município, por força de dispositivo legal, tenha celebrado convênio com a Receita Federal, o ITR se torna competência do Município e este deterá a competência de fiscalização e todo o produto da arrecadação do tributo.
Alguns Municípios autuarão proprietários, que tenham declarado um VTN muito abaixo da tabela do DERAL ou tabela de valores elaborada pelo próprio Município.
Valores muito abaixo das tabelas de valores, deverão ser justificados com laudo técnico, elaborado por profissional habilitado, caso futuramente a declaração do ITR seja objeto de autuação.

Fonte:  FAEP

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Estiagem prolongada

A situação está se complicando e tomando rumos perigosos. A seca vem se prolongando, as pastagens estão secas e o fogo vem tomando conta de muitas áreas. Esse fato aconteceu esta semana em propriedades na região de Santa Mônica, aqui no Noroeste, inclusive com morte de animais. Vejam a reportagem exibida no programa Globo Rural.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Crise americana

Resuminho rápido de Aula Magna do Curso de Doutorado em Economia da UEM - Maringá, proferida recentemente pelo Prof. Phd Eduardo Tebaldi (ex-aluno da UEM) - Professor da Bryant University – USA. A íntegra do resumo, feito pelo colega Orlando, pode ser baixada aqui.

Sobre as perspectivas da economia americana fez os seguintes comentários: "Como estão as coisas por lá no momento: (agosto-2010) – A recuperação da economia está perdendo força. Está diminuindo a ajuda do governo ao povo e a economia vai piorar, ficando o PIB americano negativo em 2011 segundo as previsões. Lá há inclusive a figura jurídica das Falências de Pessoas Físicas. A crise no mercado imobiliário local, inclusive, ainda não acabou.
Há riscos elevados de nova recessão nos USA. O desemprego lá está em 9,5%. Volatilidade nas bolsas, etc. O custo unitário do trabalho nos USA tem caído sensivelmente e a produtividade da mão de obra tem crescido.
A prosperidade vem das inovações. Intervenções do governo na economia, como houve, podem atrapalhar as inovações."

sábado, 11 de setembro de 2010

Concurso de produtividade de soja

Para quem quiser participar do concurso de produtividade de soja ou conhecer melhor como funciona, é só acessar o site da CESB - Comitê Estratégico Soja Brasi, no link abaixo:

Para saber mais sobre o Desafio de Máxima Produtividade Safra 2010/2011, clique aqui.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Desvendando os segredos do Mister M da soja

Essa eu devo ao meu amigo Ceará, grande Engenheiro Agrônomo Italvaci de Souza, de Campo Mourão, que pelo jeito, nas horas vagas, é também detetive. No intuito de averiguar melhor sobre a notícia veiculada recentemente em toda a imprensa nacional, visitou o produtor e fez esse ótimo relatório, que gentilmente me repassou e coloco abaixo da forma original recebida, com a autorização do autor.

"Quinta feira, dia 02/09, estive no município de Mamborê (PR) visitando o produtor Rural Sr. Leandro Sartorelli Ricci, vencedor do Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja, Safra 2009/2010. Esse concurso foi promovido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) que, em sua 1ª Edição, teve a participação de 800 produtores de todo o Brasil. O produtor Leandro Ricci conseguiu a impressionante produtividade de 108,4 sacas de soja por hectare, equivalente a 262,32 sacas por alqueire.
Será que ele descobriu a pólvora, é Mágico ou é um verdadeiro Alquimista!?
O que diria o “MAGO” Paulo Coelho sobre isso!?
De acordo com os relatos do próprio produtor, ele não fez nada de outro mundo.
Simplesmente escolheu a melhor parcela de solo da propriedade (parcela de 8 ha), dobrou a densidade de plantio (511 mil plantas/ha), para a cultivar utilizada (Syngenta 3358) o stand recomedável varia de 250 a 300 mil plantas por hectare. Para aumentar a densidade de plantio, como o mesmo não tinha semeadeira com espaçamentos menores, ele fez o tal do plantio cruzado, ou seja, foram feitas duas semeaduras na mesma área, cruzando as linhas de plantio. Foi feita uma adubação de base pesada com 660 kg/ha de Súper Simples e, em cobertura, 250 kg/ha de KCl. Vejam que é o dobro ou mais que a recomendação para uma produtividade de 151 sacas/alqueire. No tratamento de sementes adicionou-se cobalto e molibidênio (COMO). Foi realizada também adubação foliar em duas aplicações (250 ml/ha de stimulate + 415 ml/ha de Yaravita Mantrac); três aplicações de fungicidas e três aplicações de inseticidas.
O clima foi bastante favorável à cultura, uma vez que durante o ciclo da mesma (115 dias) choveu regularmente e com boa distribuição (62 dias), sendo uma precipitação total de 1359 mm.
Vale ressaltar que na parcela testemunha, também com alta tecnologia, a produtividade obtida foi de 170 sacas/alq.
Nessa safra (2010/2011) o proprietário comentou que vai fazer novas avaliações/experimentações, porém, com menor quantidade de insumos.
Então senhores, mágica alguns fazem, milagres...

Eng. Agr. Italvaci de Souza"