Com certa frequência a sociedade tem entendido que os usos agrários dos solos provocam imensos, senão os maiores, danos ambientais que o Brasil tem sofrido. Desmatamentos, destruição da fauna nativa, degradação dos solos, poluição por agrotóxicos, poluição das águas e contaminação dos ares, além de violências às populações tradicionais de índios e quilombolas e exclusão de colonos agricultores. Enfim, se atribui às zonas rurais brasileiras a origem e a culpa dos maiores malefícios sociais e ambientais da Nação.
Há indícios que as populações dos grandes centros urbanos, cada vez mais distantes da roça, não respeitam nem reconhecem os valores das áreas rurais, e esquecendo-se de que ali se produz o alimento que as sustentam, mostram, pelas atitudes, desconhecer a profunda dependência que as populações urbanas tem das zonas rurais. Levados por ativistas ditos ecologistas, concordam passivamente que os proprietários rurais têm o dever e a obrigação de preservar a plenitude das áreas não urbanas.
Não somente boa parte da população, mas também uma parcela das autoridades e legisladores não raro se mostra insensível às necessidades que viabilizam a produção de alimentos, no volume e qualidade demandados pelo mercado interno e externo. Isso se nota pela desproporcional regulamentação legal e ações fiscais, aplicadas às zonas rurais, em comparação ao que ocorre nas áreas urbanas. Há evidente tolerância aos impactos causados ao meio ambiente e à sociedade pelas cidades. Ao mesmo tempo, se aprimoram medidas restritivas às práticas agrárias, cercadas por legislação que limita usos dos solos, das águas, de espécies de importante interesse econômico, impondo, por outra mão, aumentos da capacidade produtiva, tudo sob ameaças legais.
Ironicamente, à medida que os habitantes urbanos se afastam "da roça", também se alienam de sua responsabilidade com muitos fatores ambientais essenciais à própria qualidade da vida. Nas cidades águas são desperdiçadas sem maiores preocupações, não há efetiva preocupação com o lixo que é produzido, cada vez mais e com materiais tecnológicos de difícil degradação, menos ainda com a sua destinação; contamina-se despreocupadamente o ar e eliminam-se as possibilidades da vida silvestre que poderia haver nos rios, em suas margens e em remanescentes arbóreos urbanos.
Esta é a tônica do presente estudo, realizado com foco no Estado do Paraná, contratado pela Federação da Agricultura do Paraná com a A.Muller Consultoria Ambiental, assessorada por um grupo de professores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.
Para ler o estudo completo, acesse aqui e faça a baixa do arquivo.
Fonte: FAEP
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