sábado, 30 de abril de 2011

As abelhas sumiram!


Para quem tiver um tempinho, vale a pena a leitura da entrevista, publicada no site www.cartamaior.com.br nesta sexta, dia 29. Resumidamente trata da questão do sumiço recente das abelhas, especialmente nos Estados Unidos, Canadá e Europa, que até agora não tem causa conhecida. O fato é que até no Brasil há relatos de morte de colméias, mas tanto aqui quanto no hemisfério norte nada foi comprovado, havendo apenas hipóteses para a questão. Uma delas, inclusive, relata casos de intoxicação por agrotóxicos. Uma reflexão importante do texto é o último parágrafo, que transcrevo aqui, citação do entrevistado:
"Acredito que é preciso analisar a ampla acessibilidade que nós temos para a utilização de agrotóxicos. Hoje, nós somos um dos maiores consumidores de agrotóxico. A utilização excessiva de agrotóxicos não é compatível com um programa de proteção de abelhas. Atualmente, apesar de não sermos a maior economia mundial, nem o maior produtor agrícola, nós somos o maior consumidor de agrotóxicos. Há algo de muito errado nisso"

O entrevistado é o Doutor Afonso Inácio Orth, graduado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestre em Entomologia pela Universidade Federal do Paraná e doutor em Biologia pela University of Miami (EUA). Atualmente, é professor no Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Catarina.

Para ler toda a matéria clique aqui.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sustentabilidade do agronegócio

Estive em Londrina nesta semana, em um ciclo de palestras promovido pela Gazeta do Povo, com a participação de importantes órgãos de pesquisa nacional: a Embrapa, o Iapar, a Coodetec e a Fundação Meridional. Destaque para a palestra de Ivo Carraro, presidente da Coodetec, que abordou a questão do paradoxo da sustentabilidade, que é de produzir mais alimentos e ao mesmo tempo preservar os recursos. E a pesquisa tem função fundamental neste processo e tem conseguido grandes avanços.

Hoje o Brasil teria que estar plantando cerca de 76 milhões de hectares para produzir as 158 milhões de toneladas da última safra, com a produtividade de 1976. Lembrando que plantamos atualmente menos de 50 milhões de ha para produção de grãos, ou seja, houve um aumento muito grande de produtividade, conseguido com técnicas recomendadas pela pesquisa, tais como:
- melhoramento genético;
- mecanização agrícola;
- proteção de plantas com agroquímicos;
- uso de fertilizantes;
- manejo de solo e plantio direto;
- biotecnologia (1a. onda);
- extensão e gestão, entre outros.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Mercado de soja II

Soja: Pico das cotações e melhores momentos para venda passaram, aponta CBOT

As melhores oportunidades para venda de soja na temporada 2010/11 ficaram para trás, segundo especialistas do mercado de commodities. Depois de avançarem ao maior patamar em 17 meses e romperem a barreira dos US$ 14 o bushel (27,2 quilos) em fevereiro, as cotações internacionais da oleaginosa voltaram a trabalhar na casa dos US$ 13 neste mês e, segundo os analistas, devem apenas se sustentar até junho.

Na quarta-feira (20), num dia de alta de dois dígitos, o primeiro contrato da soja foi a US$ 13,58 o bushel na Bolsa de Chicago (CBOT), o equivalente a pouco menos de US$ 30 a saca de 60 quilos. O preço é 38% superior ao registrado nesta mesma época da safra passada, mas representa uma queda de 4% em abril e de 6% ante o pico de dois meses atrás (US$ 14,51/bu).

De acordo com os especialistas, o mercado tem encontrado dificuldades para continuar subindo quando se aproxima dos US$ 14, o que indica que o movimento de alta estaria perdendo o fôlego e que, por isso, o preço da soja já teria atingido seu teto. “As cotações devem continuar encontrando sustentação no mercado financeiro e na competição com o milho, mas não têm mais muito espaço para subir”, considera economista Gilda Bozza, analista do Departamento Técnico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

“É possível que o mercado tenha chegado ao limite. Há muita soja na América do Sul e, com a China cancelando e adiando compras, existem algumas dúvidas quanto à demanda”, avalia Jack Scoville, analista do Price Group, de Chicago Ele acrescenta que o clima úmido nos Estados Unidos, que atrasa o plantio do milho, alimenta especulações sobre um possível aumento no plantio de soja no país, o que seria negativo para as cotações.

“O mercado considera que, se continuar chovendo muito, não haverá tempo para plantar todo o milho planejado. Caso isso ocorra, essas áreas iriam para a soja, que pode ser semeada um pouco mais tarde”, completa Steve Cachia, analista da Cerealpar, de Curitiba. Ao contrário dos outros analistas, ele não descarta novas altas na soja. “Comparada ao milho e ao trigo, a soja é o elo mais fraco em Chicago no momento e, por isso, ainda tem espaço para subir.” Nos últimos 12 meses, os dois cereais acumulam valorização de, respectivamente, 106% e 62% na bolsa norte-americana.

Fonte: Gazeta do Povo + Globo Rural

sábado, 16 de abril de 2011

Mercado de Soja

Segue informações sobre o mercado de soja, que recebi do colega Adalberto Scanferla. Estou reproduzindo parte da apresentação de material produzido pela SAFRAS & MERCADO, onde apresenta tendências e cenários:

TENDÊNCIAS - CBOT

MERCADO SUBIU BEM DESDE 2010, MAS MUITO VOLÁTIL

FATORES POSITIVOS AOS PREÇOS:

- Solidez no mercado físico dos EUA com firme demanda - Estoques muito ajustados nos EUA

- E também em 2011/12 caso confirme área menor (briga por acres) - Aperto forte nos estoques de óleos vegetais

- Alta no petróleo (estoques menores e boa demanda) - Recuperação nas Bolsas (melhora do sentimento sobre a economia)

- Preocupação com chuvas no Brasil - Previsão de área menor em 11% na China

SEGUIR  VOLÁTIL (Fundos cairam de 45% para 30% das posições)

FATORES LIMITANTES

- Dúvidas sobre a evolução da economia: aperto na China, crise política no Oriente Médio e catástrofes no Japão

- Incertezas sobre o futuro do dólar - Provável safra recorde no Brasil e boa na Argentina

- Demanda saindo dos EUA para a América do Sul

CURTO PRAZO: CONFUSO E INSTÁVEL X LONGO PRAZO POSITIVO COM FUNDAMENTOS SÓLIDOS E SUPORTE NO FINANCEIRO
 
CENÁRIOS DE PREÇOS CBOT
 
*HIPÓTESES BÁSICAS

- ÁREA MENOR NOS EUA EM 2011 -AMÉRICO DO SUL DE 132/133 MLS T EM 2011

- ÁREA MAIOR NA AMÉRICA DO SUL 2011/12 -DEMANDA SEGUE FIRME

- PETRÓLEO SE MANTENDO AQUECIDO

*CENÁRIO DE PREÇOS/CBOT

SOJA (Média 5 anos de US$ 8.65/bushel)

-2008 - MÉDIA = US$ 12.33
-2009 - MÉDIA = US$ 10.30
-2010 - MÉDIA 1” SEM = US$ 9.55
-2010 - MÉDIA 2” SEM = US$ 11.38
-2011 - MÉDIA 1” SEM = US$ 13.50/14.50

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Produtos agrícolas em alta

Algodão atinge mais alto preço em 140 anos

Baixos estoques mundiais, problemas climáticos que reduziram a oferta do produto e a crescente demanda tanto no Brasil quanto na China. Esses fatores fizeram com que o preço internacional do algodão alcançasse esse patamar.

O mercado está pagando US$ 2 por libra-peso.

Mas 70% da safra, que começará a ser colhida daqui a dois meses, já foram comercializadas, e a um preço 33% menor. Já foi vendida antecipadamente a cerca de US$ 0,75 libra-peso. Ou seja, R$ 1,65 o quilo. O momento é bom para os produtores se capitalizarem. E até quem precisou vender antecipadamente para comprar insumos ou para financiar a própria produção não deve desanimar.

Não é por acaso que a área plantada saltou de 824 mil hectares para 1,3 milhão de hectares, um crescimento de 64% de uma safra para outra. A colheita deve render 1,95 milhão de toneladas, mas até a chegada da nova safra o segmento terá de trabalhar com um suprimento "muito curto" e com o preço elevado, "jamais visto na história", disse o diretor da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel.De acordo com o Instituto Brasileiro de Algodão (IBA), os preços domésticos subiram 300% em um ano.

Fonte: Agrolink

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Código Florestal

Amanhã é um dia importante para o setor produtivo rural. Caranavas de produtores de todos os cantos do país desembarcam em Brasília para pressionar o Congresso  na votação do novo Código Florestal. Parece que agora há um consenso maior com relação ao tema, após o trabalho do Deputado Alto Rabelo, que elaborou uma nova versão do relatório, propondo algumas mudanças.

Independente da posição que cada um possa ter sobre o tema, seja pelo lado dos produtores quanto pelo dos ambientalistas, o mais importante é que se tenha uma definição sobre o assunto, que vem se enrolando há décadas, e só causa apreensão, principalmente no setor produtivo.

Embora não tenha me aprofundado tanto no assunto, particularmente vejo com grande avanço a proposta, e pelas informações divulgadas, tenho ressalvas apenas na questão das nascentes e da área de mata ciliar (preservação permanente), que tem proposta de redução pela metade. Acredito que menos de 30 metros de proteção nos pequenos córregos é muito pouco, no mais, o novo relatório parece bem coerente.

Abaixo uma entrevista do colega Borghi, agrônomo e atual Presidente do Sindicato Rural de Maringá, que foi entrevistado, no último domingo, pelo Jornal O Diário e comenta o tema defendendo a classe que representa.

(clique na imagem para ampliar e ler a entrevista na íntegra)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Alternativas para o arenito


Secretaria da Agricultura discute alternativas de desenvolvimento rural na região do Arenito. A notícia abaixo mostra a movimentação na busca de soluções para essa região do noroeste paranaense, que tem um grande potencial a ser explorado, principalmente na fruticultura.


A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento recebeu, nesta segunda-feira (28), projeto de implantação de um polo produtor de frutas no Noroeste do Estado. A proposta será estudada e poderá integrar os esforços para o desenvolvimento rural da região, com a diversificação de atividades econômicas.

O incentivo ao cultivo de frutas foi discutido entre o secretário Norberto Ortigara e o prefeito de Umuarama, Moacir Silva, que estava acompanhado dos deputados Fernando Scanavaca (estadual) e Osmar Serraglio (federal). Eles levaram ao secretário o projeto Frutis Arenito, desenvolvido em 2006, que prevê a implantação do polo de frutas na região do Arenito Caiuá, tanto para atender o mercado interno como

Segundo Scanavaca, o aeroporto de Maringá reúne condições para ser adaptado à exportação de frutas e se tornar terminal semelhante ao aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), que atualmente é referência na exportação de frutas do Brasil para os Estados Unidos e Europa. Para o deputado Serraglio, o clima e o solo na área do arenito paranaense propiciam a criação do polo regional produtor e exportador de frutas, a exemplo que já existe em outras regiões do País.

Ortigara afirmou que a proposta vai ao encontro do projeto de governo de estruturar a cadeia produtiva, com o apoio de um complexo industrial para dar mais segurança de investimento aos agricultores. Segundo o secretário, entre as opções viáveis e geradoras de emprego e renda para a região do arenito estão frutas, leite, carne e floresta. “Poderiam ser reduzidas as áreas de pastagens na região, tornando-as mais eficientes e liberando espaço para outras alternativas”, disse.

APOIO – Ortigara adiantou que a disposição do governo é apoiar um grande maciço florestal na região. “Vamos nos concentrar na cadeia produtiva no Noroeste, inclusive com linhas especiais de financiamento do Banco do Brasil para trabalhar de forma organizada e com resultados”, informou.

O secretário pediu a contribuição dos deputados e do prefeito na conscientização dos agricultores e pecuaristas para esses projetos econômicos. Segundo Ortigara, as iniciativas naquela região passam pela recuperação de pastagens que atualmente são degradadas e de baixa produtividade. “Não é mais possível produzir boi e leite com baixa produtividade. As atividades no arenito precisam de mais qualificação”, lembrou.

Já existem estudos para o plantio, em grande escala, de frutas tropicais como abacaxi, acerola, manga e maracujá. Ortigara sugeriu a busca de parcerias com complexos industriais para fortalecer as cadeias produtivas. Segundo o deputado Scanavaca, a cooperativa C.Vale já manifestou interesse em estimular a produção de frutas na região.

Para o prefeito Moacir Silva, de Umuarama, a região do arenito precisa de um projeto de governo para promover o retorno da população ao meio rural. Segundo Silva, a evasão populacional no município foi acima da média do Estado. Enquanto o estado conta com média de 15% da população no meio rural, em Umuarama esse índice é de 6%.