segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Economia burra

Hoje falando com um produtor de Maringá, questeionei sobre a colheita do milho safrinha. Disse ele que havia terminado e que tinha produzido 150 sacas por alqueire. Lógico que achei pouco e perguntei a razão, ao que ele disse que tinha usado grão próprio, o famoso "milho de paiol". Segundo sua teoria, havia gastado pouco e com isso poderia estar tendo o mesmo lucro por hectare que os demais produtores, ou seja, estava convencido de que tinha feito um bom negócio, e queria que eu concordasse com ele. Não cheguei a fazer nenhuma conta no momento, e fazendo agora, pode até ser que a sua economia em semente seja os 50 sacas por alqueire que os demais produtores estão produzindo a mais (a média dos produtores tranquilamente este ano vai ficar em 200 sacas por alqueire). Embora naquele momento o produtor fosse um cliente meu e fosse politicamente correto concordar com sua teoria, não tive dúvidas em lhe afirmar que tinha feito um péssimo negócio.
Certamente da mesma forma que economizou na semente, deve ter economizado no fertilizante (ninguém vai usar 300 kg/ha de formulado em grão ao invés de semente), ou seja, o que a planta retirou do solo é mais que o fornecido, de forma que ele só piorou as condições do solo e as safras futuras vão mostrar, pois a natureza não perdoa. Falei categóricamente que se ele tivesse plantado um adubo verde o resultado para o sistema seria muito melhor. Temos que parar de pensar no curto prazo e trabalhar com médio e longo prazo, pois o que importa é o resultado ao longo do tempo. 
Não sei se ele gostou de ouvir isso, mas tenho certeza que se refletir sobre a questão, vai ver a burrice que fez. Se não entender agora, pode entender por mal, no futuro. Dúvido que sua média de produtividade de soja supere de outros produtores com mentalidade menos retrógrada. Ou seja, perde um pouco agora, mas vai perder mais depois. Qual a vantagem disso ? E o mais interessante que disse foi que economizou 2% do agrônomo, já que nem precisou financiar. Precisa dizer mais alguma coisa ? 

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Embrapa lança publicações sobre Manejo Integrado de Pragas da soja

A Embrapa Soja acaba de editar duas publicações que trazem novas informações sobre a relevância do Manejo Integrado de Pragas e também sobre os níveis de desfolha tolerados na soja sem reduzir a produtividade. As duas publicações, detalhadas abaixo, estão disponíveis nos links abaixos:  Circular Técnica 78 -  Práticas de manejo de pragas utilizadas na soja e seu impacto sobre a cultura



O Sistema de Alerta é uma boletim eletrônico da Embrapa Soja que traz informações sobre os problemas que podem afetar a safra de soja e de trigo.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Centro de Intoxicações

Ontem foi realizado aqui em Maringá, no auditório do Crea, o FÓRUM SOBRE RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL NO USO DE AGROTÓXICOS, um evento direcionado a profissionais que atuam na área de produção agrícola, com o objetivo de apresentar e debater temas relacionados ao uso de agrotóxicos. Houve palestras sobre valorização e ética profissional, destinação de embalagens vazias, fiscalização do uso de agrotóxicos, responsabilidade civil e criminal no uso de agrotóxicos e sobre intoxicações por agrotóxicos.
A novidade para mim, e que pode interessar a toda a sociedade, é que existe em Maringá o CCI - CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES, dispondo de médico e atendimento com plantão 24 horas e custo zero, direcionado ao atendimento de pessoas com intoxicações.
Para quem precisar, o telefone é 0800-7226001 e 3011-9127.
Fica a dica de utilidade pública. 

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Feijão transgênico

Imagina se no Brasil o investimento em pesquisa fosse da grandeza da nossa agricultura. O que nossas cabeças não produziriam ? Seríamos imbatíveis! Embora sabemos que nos últimos anos houve investimentos bem maiores na pesquisa. Temos que ver essas notícias com orgulho. Para quem trabalha com feijão e sabe do problema do vírus do mosaico, a notícia é muito boa. Parabens para a pesquisa!!

Primeiro feijão transgênico do mundo é brasileiro

Variedade é resistente ao vírus do Mosaico Dourado, que destrói plantações em todo o país.
A Embrapa desenvolveu o primeiro feijão transgênico do mundo. A variedade, resultado de 20 anos de pesquisa, é resistente ao vírus do Mosaico Dourado, que destrói plantações em todo o país.
O produtor Derci Cenci percorre a lavoura em busca da mosca branca. As poucas que escaparam do defensivo ameaçam a plantação. O ritual se repete até as plantas crescerem. Para quem já amargou prejuízos no passado, todo o cuidado é pouco.
— Nós não demos conta de combater a mosca branca, era todo dia, quando vimos a planta estava infestada e tivemos que abandonar 125 hectares de feijão irrigado — diz Cenci.
Ao sugar os nutrientes, o inseto pode injetar um vírus - que deixa as folhas amareladas, deforma as vagens e impede o crescimento da planta. As perdas podem chegar a 100% nas lavouras.
Sabendo das dificuldades que os produtores enfrentam, pesquisadores da Embrapa desenvolveram um feijão resistente ao vírus do Mosaico Dourado. A cultivar já foi testada em campo e agora só falta a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança autorizar a comercialização.
Os pesquisadores pretendem entregar o pedido à CTNBio até novembro e esperam que em 2012 as novas sementes já estejam disponíveis no mercado.
— Nós temos testado, nos últimos cinco anos, em três regiões: nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Paraná, e temos feito avaliações agronômicas.
Temos comprovado que essas plantas têm sido imunes a doenças do campo e temos avançado no programa de melhoramento e de biossegurança — explica o pesquisador Josias Farias. Especialista em Meio Ambiente, este agrônomo reconhece a importância da descoberta./ Mas recomenda cautela.
— É uma questão que deve ser tratada com muito critério, muito cuidado, tanto do ponto da segurança ambiental quanto alimentar também e da saúde das pessoas — diz o agrônomo Thomas Ludewigs, da UnB.

CANAL RURAL- www.canalrural.com.br

Agricultura 13/08/2010
Viviane Cardoso
Brasília (DF)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Seminário sobre Mercados Futuros e Opções

A pedido do amigo, economista e professor Julyerme, convido a todos para participar do evento abaixo que será realizado na UEM neste sábado e  no próximo: 

Seminário Mercados Futuros e Opções Agropecuárias

PALESTRANTE: PROF. MSc. Julyerme Matheus Tonin
DIAS: 21 e 28/08/2010 – sábado
HORÁRIO: 08:00 as 11:30 Hs.
CARGA HORÁRIA: 08 horas
LOCAL: Bloco C34 – Sala 001 Auditório 1

As inscrições podem ser feita no Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá
(44) 3011-5202 (44) 3011-5202 ou entrando em contato com  jmtonin2@uem.br

domingo, 15 de agosto de 2010

Inoculante para cana, trigo e milho

Inoculante pode aumentaar produtividade em 25%.
Inoculação de bactérias fixadoras de nitrogênio pode ser mais uma tecnologia a disposição dos produtores de cana para reduzir custos.

A exemplo do que já ocorre com a soja, a inoculação de bactérias fixadoras de nitrogênio poderá ser mais uma tecnologia a disposição dos produtores de cana-de-açúcar para reduzir custos de produção e aumentar a produtividade. O nitrogênio, usado em grande escala na agricultura, é um dos elementos que quantitativamente mais limita o crescimento das plantas. Ele existe de forma abundante no ar, cerca de 80%, mas as plantas não são capazes de absorver na forma gasosa, apenas absorvê-lo do solo na forma de compostos solúveis como nitrato e amônio. No final do século passado descobriu-se que várias espécies de leguminosas como soja e feijão, possuíam nódulos nas raízes contendo bactérias do gênero Rhizobium que podem transformar o nitrogênio gasoso em amônia, utilizada para o crescimento da planta num processo chamado de fixação biológica da planta.

Estudos iniciaram na década de 50

A cana-de-açúcar não possui essa capacidade de formar nódulos nas raízes. Mas, na década de 50, iniciaram-se estudos no Brasil sobre outras bactérias fixadoras de nitrogênio que se associam a essa cultura. A pesquisadora da Embrapa, Dra. Johanna Döbereiner, de renome internacional, é que isolou algumas espécies.
A eficiência agronômica das bactérias fixadoras de nitrogênio e promotoras de crescimento em gramíneas (Azospirillum brasilense), selecionadas na UFPR pela equipe do professor Fábio de Oliveira Pedrosa, foi comprovada para o arroz, trigo e milho com incrementos na produtividade de grãos de até 11% na cultura do trigo e até 30% em milho. Liberado pelo Ministério da Agricultura, o inoculante para essas culturas já está disponível no mercado.

Esta notícia completa e interessante está disponível no Jornal Paraná Açúcar & Alcool, edição Julho/2010.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Lavoura toma espaço da pecuária

Abaixo uma matéria interessante, dica do meu amigo Eng. Agrônomo João Francisco: uma verdadeira revolução na agricultura brasileira em menos de 20 anos, enquanto que a pecuária mantém-se praticamente estagnada.

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Participação da agricultura na riqueza do campo aumentou de 45% para 75% entre 1996 e 2006; a da pecuária caiu de 35% para 20%.

Fernando Dantas / RIO - O Estado de S.Paulo

A participação da lavoura na riqueza do campo no Brasil deu um grande salto entre 1996 e 2006, saindo de 45,4% para 75,1% do valor bruto da produção rural. O dado inclui a silvicultura. Já a participação da pecuária recuou de 35,6% para 20% no mesmo período.

Em termos absolutos, o valor nominal da lavoura mais do que quadruplicou em dez anos, saindo de R$ 23,3 bilhões em 1996 para R$ 108,1 bilhões em 2006. A pecuária, por sua vez, teve um aumento bem menor no período, de R$ 18,3 bilhões para R$ 28,8 bilhões.

Esses números fazem parte de análise dos economistas Mauro de Resende Lopes, Ignez Vidigal Lopes e Daniela de Paula Rocha, do Centro de Economia Agrícola (CEA)da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em dois estudos por eles realizados em cima dos Censos Agropecuários de 1995/1996 e de 2006.

"O que deu uma força muito grande para a produtividade na lavoura foi a combinação dos avanços da tecnologia biológica e mecânica", diz Mauro Lopes.

Entre 1996 e 2006, a área plantada total de grãos no Brasil teve um aumento de 24,2%, de 38,5 milhões para 47,9 milhões de hectares, enquanto a produção cresceu 95,9%, de 73,6 milhões para 144,1 milhões de hectares.

Esse aumento de produtividade fica muito claro em algumas culturas, como a do milho, na qual houve um recuo de 5,9% na área plantada entre as safras 1995/1996 e a estimativa para 2009/2010, mas com um aumento de 65% na produção - de 32,4 milhões para 53,5 milhões de toneladas.

Lopes cita diversos avanços na agricultura brasileira nas últimas décadas, que impactaram produtos como soja, algodão, arroz, feijão e cana-de-açúcar.

Já no caso da pecuária, Lopes observa que, "apesar de grandes avanços na genética e no manejo, a taxa de abate, ligada à produtividade, quase não aumentou". A taxa de abate mede a relação entre os animais abatidos e o total do rebanho. Segundo tabela elaborada pelo Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a taxa de abate brasileira foi de 20,25% em 1996, e de 20,56% em 2006, permanecendo quase inalterada.

O pesquisador destaca que está havendo um aumento muito expressivo no confinamento dos bois, o que reduz a idade média dos animais abatidos e aumenta a produtividade. Ele nota, porém, que os bois confinados ainda correspondem a menos de 10% das cerca de 40 milhões de cabeças que são abatidas anualmente no Brasil. "Não dá um impacto muito grande na taxa de abate", diz Lopes.

O Centro de Economia Agrícola produziu, para a CNA, duas versões do estudo Quem Produz o Que no Campo: Quanto e Onde, com base nos microdados do Censo Agropecuário.

O primeiro, realizado em 2004, foi baseado no Censo de 1995/1996. O segundo, divulgado este ano, é baseado no Censo de 2006.

sábado, 7 de agosto de 2010

Sem medo do gesso

Recentemente esteve aqui em Maringá o pesquisador do IAPAR, Dr. Ademir Calegari, e na sua apresentação, além de ressaltar a importância da rotação de culturas e uso de adubos verdes, sua especialidade, falou sobre o uso do gesso agrícola.
Citou trabalhos do especialista da Embrapa Cerrado, Dr. Djalma Martinhão Gomes de Sousa, mas sobretudo deixou uma mensagem de que não devemos ter medo de utilizar este importante insumo.
Falou aos presentes que nós técnicos, em nossa formação, aprendemos a ter medo do gesso, que ele era muito perigoso, etc, mas que isso tem que ser desmistificado, começando pelos técnicos que devem rever seus conceitos e procurar se informar e buscar estudos que mostram o quanto seu uso pode ser benéfico para a agricultura.
Chegou a citar, de forma genérica, trabalhos conduzidos por anos, em café, onde se usou grandes quantidades (bem mais de 10 t/ha) sem prejuízos para o solo e a planta.
É claro que não devemos sair por aí aplicando o insumo indiscriminadamente, mas fica claro que seu uso é importante e deve ser feito sob recomendação técnica, embasada no histórico da área, em uma boa análise de solo, enfim sob recomendação agronômica.
Abaixo um trabalho da Embrapa, meio antigo, mas que serve para iniciar no assunto.

domingo, 1 de agosto de 2010

Dia de campo - Arenito

A pausa nas postagens não é por falta de assunto, mas de tempo. Em todo caso está prometido para as próximas semanas, as falas do Calegari no dia de campo aqui de Maringá, principalmente sobre o gesso.
E falando em dia de campo, segue convite para um já tradicional, que será realizado em Santo Inácio, no dia 13 de agosto. Clique no cartaz para ampliar e ver a programação.