segunda-feira, 28 de março de 2011

Diferença entre produto orgânico e hidropônico

Para quem é da área, a informação abaixo é conhecida. Mas como tem leitores de outras áreas, vai lá:

A hidroponia é produzida na água e seus produtos obtém nutrientes através de adubos químicos solúveis. O cultivo orgânico dispensa todos os produtos químicos e utiliza apenas adubos naturais. Portanto produto hidropônico não significa orgânico, embora em algumas gôndolas de supermercados os consumidores são induzidos ao erro, muitas vezes propositalmente.

Produto orgânico e Produto natural - todo produto vegetal é natural, mesmo aquele cultivado com agrotóxicos e adubos químicos. Portanto, produto natural não significa necessariamente que seja produto orgânico.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Palestra do Chandoha em Maringá

Há cerca de 15 dias, esteve em Maringá, o Engenheiro Agrônomo Erikson Camargo Chandoha, paranaense, hoje Titular da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do MAPA Ministério da Agricultura e Pecuária, ministrando palestra sob o tema SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS. O colega Orlando participou e fez uma síntese da palestra, que estou anexando para quem quiser informações mais completas.
Destaco alguns pontos do resumo, que entendo ser importantes:
a. Muitas vezes as pessoas, mesmo do setor, acham que onde há agricultura mecanizada em solo argiloso não tem problema de sustentabilidade e de degradação do solo. Disse que tem sido constatado mesmo no solo argiloso, solos com pouca cobertura de palha, baixa matéria orgânica, compactação, falta dos terraços e está escorrendo água causando erosão laminar no solo, levando resíduos de agrotóxicos e solo às águas.

b. Alertou que já foi Inspetor do CREA e que em geral há um colega responsável técnico pelas áreas de lavouras e na maioria delas, com Plantio Direto, o agricultor retirou os terraços achando que não eram mais necessários. Isto contraria a técnica e expõe o responsável técnico, além do dano que causa ao solo em particular e ao meio ambiente em geral (assoreamento de córregos, etc.).

c. O Banco Mundial quer colocar dinheiro no Programa de recuperação de solos do Brasil. O Cerrado brasileiro: 60 a 70% das pastagens do cerrado estão degradadas. Meta do Brasil – recuperar 15 milhões de há.de pastagem degradada em certo prazo programado.

d. Sobre a posição do BR em apoio às vendas dos nossos produtos no exterior.  Disse que visitou a China e que lá temos uma representação em Xangai com 32 pessoas no órgão oficial de promoção comercial.    Já nos USA, temos mais de 1.000 pessoas. Sobra em um e falta em outro, que hoje é um parceiro da maior relevância na nossa pauta de exportação. Nessas delegações, temos que ter mais Adidos Comerciais com conhecimento de questões da Agropecuária. Disse que temos que nos integrar no setor com os nossos parceiros do Mercosul também.

e. Logística.    Hoje no Brasil o setor agropecuário está com os seguintes modais:   67% rodoviário; 24% ferrov. e 9% hidroviário.      A meta para 2025 é de 34% - 33% - 33% respectivamente.

Por fim, um depoimento do Eng. Agr. Orlando, autor do resumo: "Eu percebi uma visão nova, com mais ação do MAPA aqui no “chão de fábrica”. Atuo no setor há trinta anos e raramente via o pessoal do Ministério nas discussões do setor. E saber que quem “faz” a política agrícola na prática, bem ou mal, é o Governo Federal. Assim sendo, quanto mais o MAPA interaja com a base, melhor será a política agrícola. Este é o desafio para todos nós.
O Chandhoa deixou claro que seu estilo de trabalho, respeitada a hierarquia, é trabalhar “de portas abertas” para as pessoas do setor, para que o andamento deste seja o mais harmônico e produtivo possível. É uma bela postura."

Para baixar o arquivo com o resumo de toda a fala do Chandoha, clique aqui.

terça-feira, 22 de março de 2011

22 de março - Dia Mundial da Água

Milha filha me trouxe este poema, de Raul Machado, que fez esta bela poesia atribuindo à água um ciclo de vida. Vale a pena ler!
POEMA DA ÁGUA
A água também nasce pequenina
- nasce gota de orvalho ou de neblina...

 A água também tem a sua infância
- quando apenas riacho cantarola
brinca de roda nos redemoinhos
salta os seixos que encontra
e faz apostas de corrida - travessa -
por entre as grotas e peraus
e arranca as flores que a marginam
para engrinaldar a cabeleira solta
sobre o leito revolto das areias...

A água também tem adolescência
- sonha lagos românticos à lua
fitando os astros namorados dela
embevecida em seus olhos de ouro...
e assim sempre amorosa e sonhadora
vai tecendo e bordando - dia e noite
o seu vestido de noiva nas montanhas
e o seu véu de noivado nas cascatas...

A água também tem maturidade
- fica serena e grave em rios fundos
e num destino generoso e amigo
espalha a vida que em si mesma encerra
semeia bençãos para o grão de trigo
abre caminhos líquidos da terra
e enlaça os povos através dos mares...

A água também tem sua velhice
-e de ver-lhe os cabelos muitos brancos
onda lenta de espuma destrinçada
em neve, nos ares flutuando...

A água também sofre...e quando sofre
se faz divina e vem brilhar em lágrimas
ou se reflete a dor da natureza
geme no vento transformada em chuva.

A água também morre...e quando seca
- e a sua morte entristece tudo:
choram-lhe, enfim na desolação,
todos os seres vivos que a rodeiam
porque ela é o seio maternal da vida
e de tal maneira ama seus filhos rudes
que muitas vezes para os salvar se deixa
ficar sem o murmúrio de uma queixa
prisioneira de poços e açudes...

Bendita seja, pois, água divina
que fecunda, consola, dessedenta, purifica,
e que, desde pequenina,
feita gota de orvalho,
mata a sede das plantas entreabertas
e prepara o festivo esplendor da primavera...
e que, nascida em píncaros da serra
vem de tão alto, procurando sempre ter
um fim de planície e de humildade
até perder, na última renúncia,
o nome de batismo de seus rios
para ficar anônima nos mares.

domingo, 20 de março de 2011

Produção brasileira de frutas sobe 19% em oito anos

A produção brasileira de frutas aumentou 19% entre 2001 e 2009, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O consumo também cresceu de 113 kg/hab/ano, em 2001, para 125 kg/hab/ano, em 2009. Na avaliação do técnico da Coordenação-Geral para Pecuária e Culturas Permanentes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gustavo Firmo, o crescimento se deu com a melhora de produtividade e rendimento. “Certamente os produtores investiram em tecnologia ao longo desses 10 anos. Isso melhorou bastante a produtividade da maioria das culturas”, diz.

Outro fator que explica o bom desempenho do setor é o preço. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) das frutas é o mais baixo (16% de acréscimo) entre os itens do grupo alimentação e bebidas (110% de aumento). “Quando você agrega as frutas todas, algumas puxam o IPCA pra baixo. Na média, o preço das frutas ao consumidor não impactou tanto quanto era de se esperar. Se o consumidor final está tendo acesso a frutas a um preço razoável e o restante da cadeia tem ganhado, isso é muito bom”, analisa o técnico do ministério.

Apesar do cenário positivo, o saldo da balança comercial de frutas frescas (US$ 312,6 milhões em 2010) sofreu uma queda de 21% em relação a 2009 e de 46% se comparado a 2007. Naquele ano foi registrado o maior saldo positivo na balança desde 1999, que chegou a US$ 581,49 milhões. Isso pode ser explicado pela valorização do real, que desestimulou a exportação e estimou a importação. “O saldo da balança foi menor, mas o fluxo comercial foi recorde [US$ 1,44 bilhão] no país”, pondera Gustavo Firmo. “O aumento de importação é também um indicativo de que a demanda e o poder aquisitivo do brasileiro aumentaram”, acrescenta.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

quarta-feira, 16 de março de 2011

2ª pior colheita da história de Mato Grosso

Aprosoja/MT não dimensionou as perdas. Porém, dificuldades relatadas deixam produtividade e renda ameaçadas mais uma vez

Soja e milho, duas das principais commodities agrícolas de Mato Grosso, correm sério risco de perdas na safra 10/11, apesar das previsões de um novo recorde de produção, conforme projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O motivo é o excesso de chuvas que cai sobre Mato Grosso há várias semanas e que inviabiliza os trabalhos no campo, como a colheita da soja e o plantio do milho.

O oeste mato-grossense – principalmente as lavouras de Sapezal e Campos de Júlio – é a mais crítico. As estimativas dos produtores das duas cidades são de que pelo menos 30% da soja apresentem algum tipo avaria causada pela umidade e retardo da colheita. Por outro lado, o plantio de milho que está sendo feito fora da janela ideal – encerrada no dia 28 de fevereiro – aumenta as preocupações com o desempenho desta safra e acende a luz vermelha para o produtor.

Para ler a reportagem toda do site Agrolink, clique aqui.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Paraná retoma liderança na produção nacional

Não é por nada não, mas o Paraná continua líderando o agronegócio. Por isso, podemos ter orgulho da nossa terra e da nossa gente!
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Estado vem se revezando na posição com o Mato Grosso.
Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) em 2011, divulgado no último dia 10 pelo Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE), o Paraná confirmou a retomada da posição de liderança na produção nacional de grãos, com participação de 20%. Em seguida vem o estado do Mato Grosso, responsável por 19,9% da produção. A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas indica produção da ordem de 151,2 milhões de toneladas, superior em 1,2% à safra recorde de 2010 (149 milhões de toneladas).

TROCA - No final do ano passado, as estimativas do IBGE e da Confederação Nacional de Abastecimento (Conab) apontavam uma inversão na liderança da produção de grãos, com Mato Grosso na ponta do ranking, seguido do Paraná.

A área a ser colhida em 2011, de 48,1 milhões de hectares, apresenta acréscimo de 3,3%, frente à área colhida em 2010. As três principais culturas, que somadas representam 90,5% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, o arroz, o milho e a soja, respondem por 82,3% da área a ser colhida e registram, em relação ao ano anterior, variações de 1,6%, 1,9% e 1,8%, respectivamente. (Fonte: Paraná Online)

sábado, 12 de março de 2011

Soja - perdas na colheita por chuvas

Ontem recebi do Jefferson, assistente técnico de Marialva, essas e outras fotos de lavouras de soja no Mato Grosso do Sul, praticamente perdidas, em função das chuvas intensas que vem ocorrendo na fase de colheita. Segundo ele, que recebeu as fotos de técnicos que trabalham na região, no caso específico, Maracaju, as perdas são grandes, o que pode ser confirmado pela notícia de hoje do Jornal O Diário do Norte do Paraná. A reportagem citada pode ser acessada no link abaixo, e aponta que cerca de 30% da soja do MS já é dada como perdida. Exageros à parte, que normalmente ocorrem nestes anúncios, mas o fato é que pelo jeito a situação é bem crítica, tanto que vários municípios decretaram estado de emergência. 


Uma questão técnica importante que coloco para reflexão é a questão da dessecação da cultura. Uma técnica que é preconizada em casos de alta incidência de plantas daninhas, mas que virou rotina entre os produtores, na ânsia de adiantar três ou quatro dias para o plantio do milho safrinha. Segundo vários colegas que conversei, tem muita gente coçando a cabeça, pois dessecou a cultura e em seguida começaram as chuvas. O resultado é conhecido, a planta fica totalmente suscetível a perdas devido a chuva, e uma planta que aguentaria tranquilamente vários dias com umidade, não resiste à metade do tempo. Fiquei sabendo de casos na região de Toledo, já há cerca de 20 dias, e agora também no MS, onde segundo informantes, houve muita dessecação. Agora, as consequências! Lembrando: não sou contra a prática, desde que aplicada em casos que haja de fato a necessidade, o que não parecem os casos, principalmente agora onde quase 90% das lavouras são transgênicas, e visualmente as culturas chegam na fase da colheita totalmente no limpo.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Soja: Opção pela convencional

A soja convencional, considerada mais saudável ao consumo humano, volta a despertar o interesse dos produtores de MT. A notícia abaixo que tirei do site Agrolink destaca que o Mato Grosso ainda é um dos poucos Estados que tem grande área de plantio de soja convencional. No Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, mais de 90% das áreas são de sementes transgênicas.
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Vedete das últimas safras, os transgênicos ou OGMS (Organismos Geneticamente Modificados) continuam expandindo sua área em Mato Grosso. Hoje, a soja transgênica já responde por cerca de 60% de toda a área destinada ao plantio da oleaginosa. Mas, em um ritmo mais veloz do que muitos podem imaginar, a soja convencional – produzida sem a tecnologia roundup ready e considerada mais saudável ao consumo humano – volta a despertar o interesse e a preferência dos produtores mato-grossenses. Motivos para isso não faltam: o custo de produção é praticamente o mesmo e a produtividade é semelhante. No caso das OGMs, a grande vantagem está na facilidade do manejo da lavoura, que dispensa a aplicação de herbicidas para eliminar ervas daninhas. Para a não transgênica ou convencional, a atração está no interesse cada vez maior de europeus, chineses e coreanos pela soja com “menos veneno”, bem como o melhor preço pago ao produtor. Aliada a estas vantagens está a facilidade de escoamento via portos de Itacoatiara (AM) e Santarém (PA), que demandam apenas o transporte de não transgênicos.
Para ler todo o texto, clique aqui.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Citricultura V - Palestra Mercado global de suco de laranja

Ainda na Expoparanavaí, ao final do dia destinado a palestras técnicas, tivemos uma palestra com o Presidente da CitrusBR, uma associação nacional dos exportadores de sucos cítricos, que é formada simplesmente por quatro empresas (Citrosuco, Citrovita, Cutrale e Louis Dreyfus). Estas empresas que estão virando três (fusão entre Citrosuco e Citrovita), ficam em SP e detém nada menos que 98% das exportações brasileiras. A Associação foi fundada em 2009, e o presidente é um executivo (Christian Lohbauer) que foi "importado" de associação semelhante dos frangos. Apresentou o plano de ação da associação, que está articulando para o segundo semestre, a formação do Consecitrus, nos moldes do Consecana, para depois trabalhar na reestruturação do Fundecitrus. Pretendem lançar também, em abril, uma mídia mundial para estímulo do consumo de suco.
Dois dados interessantes do setor: vinculados a estas quatro grandes empresas tem aproxidamente 12.000 citricultores (tudo em SP), sendo que 2% deles produzem 47% da produção (as próprias indústrias detém muita área própria). Outro dado que mostra certa incoerência: uma cadeia desta, bem estrutura, desde 2001 não tem dados precisos de estimativas de produção, e acabam seguindo as previsões americanas.
Consegui um cópia da apresentação, de forma que se alguém tiver interesse, tem mais dados interessantes. Também devemos conseguir uma cópia de um material produzido pela CitrusBR, que é uma publicação chamada "O retrato da citricultura brasileira" (ficou de mandar a revista). Essa mesma revista pode ser visualizada, de forma eletrônica, no site da Associação (http://www.citrusbr.com/).