segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Citricultura IV - Palestra Panorama Econômico

O Brasil é o maior produtor e o maior exportador da fruta, que tem a maioria das áreas no Estado de São Paulo. Mas o Paraná vem se destacando, embora tenha uma área pequena (20.000 ha de laranja - a maioria aqui no Noroeste), com 5% da produção nacional, já aparece no cenário como o estado com a maior produtividade brasileira.
É uma citricultura nova, tem 22-23 anos, mas que tem boa produtividade e agora também qualidade, com muito campo para crescer. Destacou o mercado interno brasileiro, onde o consumo da fruta é "in natura", principalmente transformada em suco diretamente na ponta de consumo (bares, restaurantes, residências, etc), diferente do americano que tem o hábito do consumo do suco concentrado. Infelizmente a cadeia não tem os números deste consumo interno, trabalha com estimativa, numa conta de chegada entre a previsão de produção de safra brasileira menos as exportações do suco concentrado. Disse que teríamos que olhar melhor este mercado, que vem aumentando com a melhora de renda e a mudança de classe de uma boa parte da população, que ascende na pirâmide social e muda os hábitos de consumo.

Resumo da palestra de Maurício Mendes - Presidente da Informa Economics/FNP, na Expoparanavaí 2011.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Citricultura III - Palestra Evolução na pesquisa do HLB

Um consultor de São Paulo, que esteve num congresso na Flórida, em fevereiro, trouxe as últimas notícias sobre o que está sendo feito no mundo, pois a questão atinge toda a Àsia, de onde surgiu a doença, até os EUA e o Brasil. A Flórida tem hoje 18% dos pomares infectados. Segundo ele e outro colega do IAPAR, pesquisador da área de melhoramento, Dr. Eduardo F. Carlos, já existem algumas quatro ou cinco frentes de trabalho. Ele mesmo se mostrou bem otimista, dizendo que agora, parece haver alguma luz no fim do túnel, o que não havia até então. O próprio IAPAR Londrina tem trabalhado a questão do melhoramento, buscando variedades resistentes, mas não há nada de concreto ainda.
Um questionamento bem interessante foi lançado pelo palestrante, que se refere ao excessivo número de aplicações contra a praga que vem sendo realizadas. Tem produtor com 20 a 30 aplicações por ano somente para controlar o psilídeo, o que vem provocando desequilíbrios e principalmente pode afetar a qualidade do produto final (resíduos).

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Citricultura II - Palestra Monitoramento de Psilídeo e Cigarrinha

O greening ou HLB é hoje o grande vilão da citricultura mundial. É uma doença bacteriana, transmitida por um vetor, o psilídeo, um pequeno inseto (foto) que tem que ser monitorado e controlado, já que não existe cura para a doença. O Estado de São Paulo tem hoje praticamente 40% dos talhões infestados, e muitas plantas estão sendo erradicadas (único método recomendado após constatada a infecção). No Paraná também já foi constatada a doença em quase todos os municípios, embora o índice ainda seja baixo.

Quanto à cigarrinha, é uma praga que transmite o CVC - Clorose Variegata dos Citros, também conhecida por "amarelinho", uma doença também bacteriana, que hoje é um grande problema em SP, e também na região de Paranavaí, onde tem muita pastagem.

Na palestra foi mostrado o esquema de uso de armadilhas adesivas (verde claras ou amarelas), que colocadas a cada 50 metros em toda a extensão da bordadura do pomar, servem para o monitoramento das pragas e tomada de decisão do uso de inseticidas específicos.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Citricultura I - Palestras (Adensamento e Poda)

Participei na última quinta-feira, em Paranavaí, de diversas palestras relacionadas a citricultura e devo postar, nos próximos dias, resumo daquelas mais importantes ou que mais me chamaram a atenção. A primeira foi uma proferida pelo colega Engenheiro Agrônomo Marco Valério Ribeiro, consultor de citrus, que apresentou duas tendências da citricultura moderna: o adensamento e a poda. No primeiro, espaçamentos antigos de 7,0 x 3,5 m, ou até maiores, estão sendo substituidos por 6 x 3 m e até 6 x 2,5 m dependendo do porta-enxerto, buscando retorno econômico mais rápido. Com isso, surge uma segunda técnica que hoje é pregada como quase que obrigatória em qualquer situação, mesmo nos pomares tradicionais, que é a da poda. A poda é um trato extremamente técnico, que exige planejamento e acompanhamento, que muito produtor ainda reluta, mas que é uma prática necessária e que promove ganhos. A técnica vem também de encontro à necessidade de plantas menores para facilitar a colheita, totalmente dependente de mão-de-obra, que é cada vez mais escassa, cara e exigente.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Palestras sobre Citros na ExpoParanavaí

Paranavaí está realizando de 11 a 20 de fevereiro a 40ª edição de sua Feira Agropecuária Industrial. A ExpoParanavaí terá 11 dias de programação, e ocorre no Parque Internacional de Exposições Presidente Arthur da Costa e Silva. O evento é organizado pela Sociedade Rural do Noroeste do Paraná.

Na quinta-feira, dia 17, está programado durante todo o dia uma série de palestras na área de citricultura, com destaque para abordagens sobre pragas e doenças, podas e mercado. A programação toda pode ser visualizada nas imagens abaixo (clique para ampliar). O evento ocorre dentro do parque, nas instalações da Galeria da Citricultura.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Paraná quer prorrogar o plantio de milho safrinha

A informação abaixo, de hoje, é de uma demanda da Ocepar e da Faep. Vamos aguardar os desdobramentos. Não vi o teor do documento e do pedido. Só espero que tenham cuidado com a demanda, principalmente para a região norte/noroeste do Estado, onde em muitos locais o plantio já é até 20 de março em muitos municípios, prazo já no limite dos bons resultados. Lembro bem do ano de 2000, se não estiver enganado, quanto a Cosesp autorizou o plantio até 30 de março, e muita gente sofreu com a frustração generalizada que houve, tudo por acreditar no prazo político ao invés de seguir o consenso técnico.
---------------------------------------------------------------------------------
fonte: SEAB (http://www.seab.pr.gov.br/)

A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento pediu nesta segunda-feira (14) ao Ministério da Agricultura a prorrogação do plantio de milho safrinha no Paraná por mais 20 dias. O pedido deve-se ao excesso de chuvas na região de produção de grãos, que está atrasando a colheita da soja. E o milho safrinha só pode ser plantado após a colheita da soja, já que no Paraná há uma sucessão bem definida de plantio durante o ano todo.

São vários os prazos de encerramento do milho safrinha no Estado, dependendo da região e do clima. O período mais comum, indicado para regiões com clima mais quente e por isso propício ao plantio, vai até 20 de março. Mas a partir deste domingo (20) começa a expirar o prazo em muitos municípios atingidos pela portaria do zoneamento agrícola fixado pelo ministério com base em informações da pesquisa agrícola.

O secretário da Agricultura, Norberto Ortigara, disse que a prorrogação é fundamental tendo em vista o impacto que uma redução na produção do milho safrinha no Paraná pode provocar no abastecimento nacional.

Conforme documento enviado a Brasília, o milho da segunda safra plantado no Paraná influencia o abastecimento do grão no mercado interno e, consequentemente, o equilíbrio nas cotações dos principais produtos consumidos pelos brasileiros, como carnes, leite e derivados. Isso porque nos últimos cinco anos o produtor paranaense praticamente transferiu o maior volume de plantio de milho para o período da safrinha, apesar do risco da cultura.

De acordo com o acompanhamento de plantio e colheita do Departamento de Economia Rural (Deral), apenas 1% da soja foi colhida até agora, enquanto o normal seria pelo menos 3% da safra. De acordo com a técnica Margorete Demarchi, os produtores precisam da prorrogação para não perderem o acesso ao crédito rural e ao seguro (Proagro).

Demarchi explica que não só as chuvas foram determinantes para o atraso na colheita da soja. Houve também um retardamento no plantio da soja no verão, o que obriga a cultura a ficar mais tempo no campo. Os meses de agosto e setembro do ano passado, período que antecedeu o plantio, tiveram regimes de chuva abaixo da média e dessa forma os solos não mantiveram umidade na capacidade de campo necessário o início dos plantios nos primeiros dias de outubro, dentro do zoneamento agrícola.

Como o milho safrinha é uma cultura de verão, plantada pouco antes do inverno, tradicionalmente enfrenta desafios durante o seu período de desenvolvimento, como estiagem seguida de geadas. Os produtores paranaenses vêm driblando esses fenômenos climáticos com a ajuda de tecnologia.

Segundo o Deral, no Paraná há uma previsão de plantio de 1,5 milhão de hectares de milho da segunda safra para este ano, com expectativa de produção de 6,6 milhões de toneladas, o que corresponde a aproximadamente 30% da produção nacional de milho da segunda safra. Há cinco anos, essa lavoura vêm ganhando importância na relação oferta e demanda de milho no cenário nacional.

Para se ter uma ideia, lembra Margorete Demarchi, na safra 2005/06 a produção brasileira do milho safrinha era de 10,7 milhões de toneladas, correspondendo a 27% da demanda nacional. Conforme a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), para 2011 está prevista uma produção de 21,6 milhões de toneladas de milho safrinha no País, que responde por 46% do consumo nacional.

Segundo o Deral, a manutenção e expansão de áreas de plantios do milho safrinha torna-se ainda mais relevante frente à redução na relação estoque e consumo de milho prevista para este ano, o que pode comprometer o abastecimento nacional.

A solicitação para prorrogação do plantio foi enviada com o aval da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

IAPAR no show rural

Terraceamento, uso de dejetos da criação de suínos e aves, adubação verde e equipamentos para plantio direto são destaques

“Daremos ênfase às tecnologias conservacionistas, o visitante vai sair convencido que é possível conciliar alto nível de produtividade com respeito ao solo e ao meio ambiente”, resume o agrônomo Adelar Motter, coordenador das unidades demonstrativas do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) no Show Rural Coopavel, evento que acontece em Cascavel, de 7 a 11 de fevereiro.

O destaque deste ano é a unidade de terraceamento em plantio direto. Muitos produtores estão desmanchando essa proteção contra as enxurradas; o problema é que, isoladamente, a palhada não é suficiente para evitar o escorrimento de água, e já se vê muita propriedade com sulcos de erosão, mesmo em solos com cobertura de palha. O Iapar apresenta recomendações sobre espaçamento e as melhores alternativas para construção e manutenção de terraços em nível para proteger o terreno contra a erosão superficial.

Mas não é só com palha e terraço que se mantém o solo protegido. As plantas para cobertura e adubação verde, integrando sistemas de rotação de culturas, são opções igualmente recomendadas pelos pesquisadores. Os benefícios do uso de crotalária, mucuna, linhaça, guandu e dezenas de outras plantas poderão ser conferidos no Show Rural.

De acordo com o pesquisador Ademir Calegari, a utilização dessas plantas beneficia todos os atributos (químicos, físicos e biológicos) do solo; contribui para um maior equilíbrio ambiental e ainda facilita o aumento da biodiversidade – o que estimula a presença de inimigos naturais e, consequentemente, pode diminuir a infestação de pragas, doenças e nematóides nas lavouras comerciais cultivadas em seqüência. E, ao contrário do que muito produtor pensa, “o uso dessas plantas pode ser rentável”, finaliza o pesquisador.

Outra técnica que contribui para a rentabilidade do produtor e protege o ambiente é usar nas lavouras os resíduos da criação de suínos e aves. De acordo com a pesquisadora Graziela Barbosa, a adubação com esses dejetos, aliada ao plantio direto, pode ser uma alternativa para a redução de custos com adubação mineral, e ainda melhorar o controle da erosão porque "a adição de matéria orgânica no solo amplia a capacidade de retenção e infiltração de água no solo e, consequentemente diminui o escorrimento na superfície", explica.

Mas Graziela alerta que o produtor não pode jogar esses dejetos à vontade. “Trata-se de um resíduo altamente poluente, é preciso aplicar com cuidado para não contaminar o solo e os rios”, explica ela. Por isso, as equipes do Iapar vêm há alguns anos estudando a dosagem adequada desses dejetos para cada tipo de solo, de modo a reduzir o uso de adubo mineral e dar um fim nos dejetos de modo seguro ao meio ambiente. Já foi possível obter resultados promissores, que podem ser conferidos no Show Rural.

Agricultura familiar – Desde a década de 70, os pesquisadores do Iapar vêm desenvolvendo e adaptando equipamentos para plantio direto na pequena propriedade. No Show Rural, os pesquisadores apresentam alguns implementos desenvolvidos em duas linhas de trabalho: para produtores que somente dispõem de tração animal e para os agricultores que utilizam tratores de baixa potência.

As informações são da assessoria de imprensa do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Debate Código Florestal

Debate sobre o Código Florestal: André Lima, do IPAM - Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia e o Deputado Aldo Rebelo, autor da proposta de alteração da legislação, discutem o assunto no Programa Mercado, Art e Cia.  Vale a pena conferir!


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Essa é a agricultura brasileira!

Vale a pena ver esse vídeo. Uma animação muito bem bolada que mostra como a agricultura brasileira deu um salto de qualidade e hoje é o que é. Um orgulho para nós que somos da área.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Grãos: apesar da pressão de boas safras, cenário para 2010/2011 é altista

Início de colheita no Paraná e conclusão do plantio na Argentina aliviam sintomas de quebra na América do Sul, mas tendência para 2011 segue altista.
Fevereiro começa em clima mais tranquilo que o previsto para a safra de grãos na América do Sul. O rendimento dos talhões já colhidos no Paraná e em Mato Grosso e a conclusão do plantio na Argentina amenizaram o diagnóstico crítico para a produção de soja e milho no continente, fortemente ameaçado pelo fenômeno La Niña neste ano. Por outro lado, a tendência de expressivo aumento do consumo, alavancado pelo lado asiático do globo, e de aperto nos estoques norte-americanos, mantém o alerta para o quadro de oferta e demanda em 2011.
No Brasil, a maior parte da área plantada está na fase final de desenvolvimento. A cada dia, uma parcela das lavouras escapa do risco climático, com o lento avanço da colheita. Depois de Mato Grosso, maior produtor nacional, foi a vez de o Paraná entrar com máquinas nas lavouras na última semana.
“Em termos de clima, a safra está salva no estado. Os atuais níveis de reserva de água no solo permitem até 15 sem chuvas”, diz Luiz Renato Lazinski, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Mas, em regiões onde o plantio foi finalizado mais tarde, como nos Campos Gerais, é necessária umidade até o final deste mês.
De todo modo, a condição das áreas paranaenses é boa, conforme a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Os primeiros números da colheita já fazem o mercado revisar para cima as estimativas de produção do estado, ante as projeções de recuo de ao menos 3% na produtividade.
Robson Mafioletti, analista da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), acredita que o Paraná tem condições de alcançar os 14 milhões de toneladas de soja nesta safra, “se tivermos a mesma produtividade de 2009/10”. Ano passado, o estado colheu 13,9 milhões de toneladas, conforme a Expedição Safra Gazeta do Povo. Para o Brasil, o quadro também é animador. “Se não chegarmos aos 70 milhões de toneladas de soja, ficaremos muito próximos disso”, estima. Segundo Mafioletti, três de cada quatro anos de La Niña têm quebra na produtividade.
Considerando também o milho, que teve redução de área, o Paraná tende a registrar queda no volume da colheita, que ano passado chegou a 20,6 milhões de toneladas, de acordo com a Expedição Safra. A justificativa está no rendimento da soja, que é a metade do volume de milho por hectare. Assim, a produção pode ficar abaixo de 20 milhões de toneladas mesmo sem quebra.
Com cotações animadoras, o ganho em renda é dado como certo. “Quem vai vender na colheita deve lucrar de R$ 5 a R$ 6 por saca de soja a mais do que no ano passado”, calcula Mafioletti.
No cenário internacional, a tendência é altista, pelo menos neste primeiro semestre, quando o mercado deve incentivar o plantio nos Estados Unidos, preveem analistas. O aperto nos estoques dos EUA de soja e milho e a perspectiva de crescimento das importações chinesas também alimentam esperanças de bons preços para os grãos.
Já no segundo semestre, se confirmada uma boa safra nos Estados Unidos, o mercado pode ficar enfraquecido, alerta Ricardo Lorenzent, consultor da XP Investimentos. “A recuperação do dóllar índex e um possível comportamento de aversão a risco por conta de aumento de juros nos Estados Unidos também podem ser fatores baixistas”, complementa.
Fonte: Gazeta do Povo