Terraceamento, uso de dejetos da criação de suínos e aves, adubação verde e equipamentos para plantio direto são destaques
“Daremos ênfase às tecnologias conservacionistas, o visitante vai sair convencido que é possível conciliar alto nível de produtividade com respeito ao solo e ao meio ambiente”, resume o agrônomo Adelar Motter, coordenador das unidades demonstrativas do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) no Show Rural Coopavel, evento que acontece em Cascavel, de 7 a 11 de fevereiro.
O destaque deste ano é a unidade de terraceamento em plantio direto. Muitos produtores estão desmanchando essa proteção contra as enxurradas; o problema é que, isoladamente, a palhada não é suficiente para evitar o escorrimento de água, e já se vê muita propriedade com sulcos de erosão, mesmo em solos com cobertura de palha. O Iapar apresenta recomendações sobre espaçamento e as melhores alternativas para construção e manutenção de terraços em nível para proteger o terreno contra a erosão superficial.
Mas não é só com palha e terraço que se mantém o solo protegido. As plantas para cobertura e adubação verde, integrando sistemas de rotação de culturas, são opções igualmente recomendadas pelos pesquisadores. Os benefícios do uso de crotalária, mucuna, linhaça, guandu e dezenas de outras plantas poderão ser conferidos no Show Rural.
De acordo com o pesquisador Ademir Calegari, a utilização dessas plantas beneficia todos os atributos (químicos, físicos e biológicos) do solo; contribui para um maior equilíbrio ambiental e ainda facilita o aumento da biodiversidade – o que estimula a presença de inimigos naturais e, consequentemente, pode diminuir a infestação de pragas, doenças e nematóides nas lavouras comerciais cultivadas em seqüência. E, ao contrário do que muito produtor pensa, “o uso dessas plantas pode ser rentável”, finaliza o pesquisador.
Outra técnica que contribui para a rentabilidade do produtor e protege o ambiente é usar nas lavouras os resíduos da criação de suínos e aves. De acordo com a pesquisadora Graziela Barbosa, a adubação com esses dejetos, aliada ao plantio direto, pode ser uma alternativa para a redução de custos com adubação mineral, e ainda melhorar o controle da erosão porque "a adição de matéria orgânica no solo amplia a capacidade de retenção e infiltração de água no solo e, consequentemente diminui o escorrimento na superfície", explica.
Mas Graziela alerta que o produtor não pode jogar esses dejetos à vontade. “Trata-se de um resíduo altamente poluente, é preciso aplicar com cuidado para não contaminar o solo e os rios”, explica ela. Por isso, as equipes do Iapar vêm há alguns anos estudando a dosagem adequada desses dejetos para cada tipo de solo, de modo a reduzir o uso de adubo mineral e dar um fim nos dejetos de modo seguro ao meio ambiente. Já foi possível obter resultados promissores, que podem ser conferidos no Show Rural.
Agricultura familiar – Desde a década de 70, os pesquisadores do Iapar vêm desenvolvendo e adaptando equipamentos para plantio direto na pequena propriedade. No Show Rural, os pesquisadores apresentam alguns implementos desenvolvidos em duas linhas de trabalho: para produtores que somente dispõem de tração animal e para os agricultores que utilizam tratores de baixa potência.
As informações são da assessoria de imprensa do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).
Nenhum comentário:
Postar um comentário