sábado, 30 de janeiro de 2010

Procurada!!!

Vários municípios já aprovaram leis na Câmara para erradicação da planta conhecida por murta (fotos), que hoje é uma grande vilã da citricultura nacional. A planta é a hospedeira preferencial de um pequeno inseto (psilídeo) que é o vetor da doença Hounglongbing (HLB), mais conhecida por "greening", provocada por uma bactéria que instalada na seiva das plantas cítricas leva a sua morte. Para diminuir a população do vetor, a erradicação tem sido recomendada, o grande problema é que em muitos municípios a planta é usada como ornamental nas cidades, contando até com viveiros para sua propagação. 


quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Revista Técnica Gratuita


Vai mais uma boa dica de assinatura de uma revista gratuita, agora na área de citricultura. Trata-se da Revista Ciência & Prática que é uma publicação do GTACC - Grupo Técnico de Assistência e Consultoria em Citrus, da qual faz parte uma autoridade da área na região, o colega Engenheiro Agrônomo Marco Valério Ribeiro, especialista em citrus de Paranavaí.

Para receber a revista em casa clique no link  CIÊNCIA & PRÁTICA

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Avicultura sob análise


Finalmente alguma entidade fez um levantamento sério de custos da atividade de avicultura de corte, que no Paraná se dá quase que exclusivamente no sistema de integração com abatedouros, que é quem define os preços a serem pagos ao produtor, muito mais em cima de sua margem do que dos custos de produção realmente observados na atividade. E pelo jeito a atividade não está remunerando tanto quanto tem sido o crescimento do mercado do frango nos últimos anos, já que os números mostram boa parte dos sistemas estudados com rentabilidade negativa, onde as receitas não cobrem os custos totais de produção.
No trabalho feito pela FAEP e o SENAR-PR com o apoio da EMPRAPA, foi feito um balanço técnico da rentabilidade da produção de frangos, analisando os diversos sistemas de producao identificados como predominantes no Estado. Os números mostram que dos 11 sistemas estudados, cinco deles apresentam rentabilidade negativa, enquanto que três mostram rentabilidade em torno de 5% e apenas outros três tem desempenho um pouco melhor, com números entre 11 e 14%.
Para ver o trabalho completo é só acessar o link abaixo, onde cada um pode tirar melhor suas conclusões.

clique aqui:    Avicultura: vale a pena?

sábado, 23 de janeiro de 2010

Aquecimento Global: quem está com a razão?

O tema é atual e intriga à medida que analisamos as opiniões de especialistas a respeito do assunto. De um lado o IPCC (Painel Intergovernamental sobre as Mudanças do Clima) constituída por cientistas renomados com previsões alarmantes, e de outro opiniões também balizadas de pesquisadores que questionam a tese defendida pelo IPCC, tese esta especialmente defendida pelas ONG´s ambientalistas de plantão.
Para refletir coloco aqui um artigo do Dr. Gustavo M. Baptista, publicado recentemente na Folha de São Paulo, que vale a pena ler.
-----------------------------------------------------------------------------
O planeta está realmente esquentando?, por GUSTAVO M. BAPTISTA

GUSTAVO M. BAPTISTA, 40, doutor em geologia, é professor adjunto da UnB (Universidade de Brasília) e autor do livro "Aquecimento Global: Ciência ou Religião?".

ACABAMOS de assistir às principais lideranças mundiais reunidas em Copenhague para discutir os destinos do planeta diante da ameaça do aquecimento global antropogênico. Ironicamente, foram necessários muitos agasalhos, pois o frio de um inverno rigoroso já se anunciava.
A tese defendida pelo IPCC, de que o aquecimento é provocado pelo homem, baseia-se em três grandes pilares: as séries históricas dos desvios de temperatura global, as séries históricas de concentrações atmosféricas de dióxido de carbono (CO2) e uma previsão de clima baseada no dobro da concentração de CO2.
As séries históricas dos desvios de temperatura global, nas quais se baseia o IPCC, mostram que, nos últimos cem anos, a temperatura média do planeta aumentou 0,6, mas, ao analisarmos os dados, notamos que esse crescimento não foi constante nem linear, pois houve períodos em que ocorreu redução da temperatura do globo.
Além disso, e mais curioso ainda, observamos na análise dos mesmos dados que, nos momentos em que a temperatura subiu, não há relação de proporcionalidade com o aumento de CO2, ou seja, não é possível, com base nessas séries históricas, afirmar que a temperatura aumentou em decorrência do aumento das emissões de dióxido de carbono.
Outra observação inquietante desses dados mostra que, entre 1943 e 1966, período em que o processo de urbanização se consolidava no mundo, associado ao crescimento econômico expressivo do pós-guerra, ocorreu redução de 0,18 na temperatura global.
Mais recentemente, a partir de 2005, os dados de temperatura média global baseada em dados de satélites divulgados pela Universidade do Alabama Huntsville (UAH) mostram uma tendência de resfriamento global. Contrariando as previsões dos ambientalistas, o planeta viveu entre 2007 e 2009, no Hemisfério Norte, invernos bastante rigorosos, com direito a uma nevasca histórica em Washington no último mês de dezembro e a inacreditáveis 34,6 negativos na Alemanha, onde, de acordo com o Serviço Alemão de Meteorologia, o inverno está sendo classificado entre os cinco ou dez mais frios dos últimos cem anos.
Os outros dois pilares do aquecimento antropogênico estão relacionados à concentração de CO2 na atmosfera. Segundo os que anunciam essa pseudocatástrofe, essa concentração nunca foi tão elevada quanto agora. Será?
Essa afirmação baseia-se inicialmente nos estudos de Guy S. Callendar, que, a partir de 1938, passou a pregar a influência humana no incremento da temperatura do planeta em decorrência da queima de combustíveis fósseis. É dele um estudo publicado em 1958 que afirma que a concentração média de CO2 atmosférico no século 19 era de 290 ppm (partes por milhão) e, no século 20, chegou a 320 ppm.
Estudos posteriores dos cientistas Fonselius, Koroleff e Wärme lançaram dúvida sobre a tese de Callendar, mostrando que, na verdade, ele teria escolhido a dedo seus dados.
A manipulação teve o objetivo de estabelecer uma suposta tendência de crescimento exponencial nos índices de concentração e de desprezar concentrações superiores ao patamar eleito por ele.
Nos dados desprezados, encontram-se concentrações superiores a 500 ppm já no século 19, mas elas tiveram de ser ignoradas para tornar defensável seu ponto de vista.
Afirma-se que o grande vilão do aquecimento global é o homem, por sua parcela de contribuição para o efeito estufa -retenção do calor pelos gases que apresentam concentração variável na atmosfera, entre eles o dióxido de carbono.
Um dado que tem sido ignorado, no entanto, é que 95% do efeito estufa é decorrente da concentração de outro gás: o vapor d'água. O CO2 corresponde somente a 3,6% do total. Mais grave ainda é que, desse percentual, o homem e suas máquinas respondem por apenas 0,1%. Por essa razão, o climatologista Marcel Leroux disse que "na atmosfera do IPCC não há água".
Entramos recentemente numa nova fase fria do oceano Pacífico e enfrentamos um ciclo de manchas solares que tem apresentado uma atividade muito baixa, como se esperava com os ciclos de Gleissberg.
Isso deve nos levar, ao contrário do que anunciam os profetas do apocalipse climático, a um novo período de resfriamento global, apesar do El Niño deste ano.
O fato é que as temperaturas globais são reguladas por fenômenos naturais de âmbito sistêmico. A mudança do clima, para mais quente ou para mais frio, ocorrerá com ou sem o nosso consentimento. Quem viver verá!
Fonte: Folha de S. Paulo

domingo, 17 de janeiro de 2010

Safra 09/10: mais soja com menos K


Tudo indica que a safra de grãos 09/10 vai ser muito boa. Até o momento as lavouras de soja e milho estão com ótimo aspecto e com potencial excelente de produção. Não fiz nem vi nenhum levantamento oficial do que vou dizer, mas tenho quase certeza que o consumo de Potássio (K) nesta safra foi menor que nas passadas. Me baseio pelas fórmulas de adubos oferecidas aos produtores no início da safra, que se deu não por critérios agronômicos, mas sim de custo, já que o elemento potássio estourou de preço. No caso da soja, o tão usado 00-20-20 cedeu espaço para o 00-18-18, para o 00-17-17 ou  00-20-10, quando não foi trocado pelo Super simples (SFS). E no fim das contas vamos colher mais soja que nos outros anos. Lógico que as condições climáticas estão altamente favoráveis, e boa parte do resultado se deve a regularidade das chuvas, mas diria que em muitas áreas da região do basalto no Norte do Paraná a diminuição do K ou mesmo sua total ausência não fariam muito diferença. Não estou generalizando e seria o último a incentivar a diminuição de um elemento sem ter em mãos uma análise do solo bem feita. O que estou levantando é que já li diversos trabalhos de especialistas mostrando a importância da relação K/(Ca + Mg) no solo e as respostas a adubação potássica, que podem simplesmente não ocorrer dependendo do seu índice. Também já vi o trabalho feito na região, por um colega da Emater, que mostra como em muitas propriedades há bons teores de K, cálcio suficiente, mas magnésio em excesso (muito em função da prática indiscriminada de calagem sem critérios técnicos, abusando do dolomítico, boa parte até subsidiado pelo Estado em programas oficiais), o que resulta em baixa resposta a aplicação do potássio.
Ou seja, não dá para afirmar nada sem ver o histórico da área e sem a análise do solo, mas muitos produtores podem estar aplicando nutrientes caros sem muito critério e jogando dinheiro fora.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Situação do café

A cafeicultura vive em situação delicada já há algum tempo. Se traçarmos uma linha de tendência dos preços médios ao longo dos últimos 15 anos, fatalmente a média não chegará a R$ 250,00 por saca beneficiada. Veja o gráfico abaixo elaborado com os preços diários do café pelo indicador CEPEA/ESALQ desde 1996 até a semana passada (http://www.cepea.esalq.usp.br/cafe/). Atentar que este preço é de um café tipo 6, bebida dura para melhor, posto São Paulo. Se considerarmos o preço no Paraná onde inexplicavelmente temos um deságio de 10 a 15% (um absurdo, considerando que produzimos cafés de qualidade idêntica!), no fim das contas o produtor paranaense não recebeu nesse período preço médio maior que R$ 225,00. Nos últimos 8 anos o café não subiu mais que 25% enquanto que os custos subiram tranquilamente 500% (a mão-de-obra e os fertilizantes são os maiores responsáveis por serem os principais fatores de produção). Dessa forma, a situação está ruim ou péssima para a maioria dos produtores, no vermelho mesmo, mas mesmo assim tem produtor com a atividade superavitária e até ganhando dinheiro com uma crise dessas.  Como? Assunto para uma próxima ocasião. Aguardem!
Clique na imagem para ampliar e visualizar melhor.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Frio ameaça safra de laranja na Flórida


O ano de 2009 foi péssimo para a citricultura. As receitas, principalmente para quem produz somente para a indústria de suco, praticamente cobriram apenas os custos de produção. A crise nos EUA e o consumo menor de suco foram as principais causas da queda dos preços. Contudo, o cenário para os próximos anos começa a mostrar sinais de reação, já temos notícias que animam os produtores.
Notícia publicada em 08/01/2010

Pomares da Flórida são ameaçados pelo frio que castiga os EUA
A onda de frio polar que varre os Estados Unidos atingiu nos últimos dias o ensolarado estado da Flórida, onde as temperaturas estão próximas a zero grau, o que ameaça a safra de laranja.
Segundo a TV de Miami, um quarto da safra de cítricos já pode estar perdida devido à incomum onda de frio que atinge o Estado, com forte impacto sobre uma indústria chave, que arrecada US$ 9,3 bilhões anuais para a Flórida.
Andrew Meadows, da Associação de Cítricos da Flórida, minimizou a situação afirmando que "há danos isolados, a fruta congelou em algumas zonas do Estado, mas não é uma catástrofe no momento".
A Flórida responde pela maior parte da produção de laranja dos Estados Unidos, e é o principal provedor de suco de laranja do mundo.
A frente fria procedente do Ártico corta o centro dos Estados Unidos, provocando temperaturas de até 45 graus negativos em certas regiões.
O Serviço Meteorológico Nacional informou que a frente fria trará neve e gelo a uma faixa que vai do Texas a Louisiana, e até a fronteira centro-norte dos Estados Unidos.

Crédito: da France Presse, em Miami

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Braquiária x Milho Safrinha: solteiros ou em consórcio?

Considerando vários aspectos, entre eles, os citados nas matérias anteriores, abordando a forma de condução da cultura do milho safrinha na região de Maringá e as características do consórcio, meu parecer técnico é de que o produtor pode ter muito mais sucesso, ao longo do tempo, caso opte pelo cultivo isolado de cada um, fazendo parte da área com milho e outra parte, que pode ser menor, com a braquiária. Tenho várias razões técnicas para isso, mas talvez a mais substancial é de que, havendo um planejamento prévio de que parte da área não terá milho safrinha, haverá ganhos na soja a jusante e na a montante. Explico: a primeira soja poderá ser semeada com cultivares de ciclo médio, em novembro, na época em que comprovadamente a cultura tem as melhores condições de atingir seu pleno potencial, enquanto que no ano seguinte, a soja, após o manejo do capim, terá uma condição de solo muito superior se comparada à área onde se pratica a sucessão com milho safrinha, e por conta disso, um potencial de produtidade também superior.

Consórcio Milho Safrinha x Braquiária

Saiu a Portaria do Zoneamento para o Paraná, que permite o plantio de milho safrinha consorciado com a braquiária. Nos links abaixo pode-se acessar a Portaria e o Comunicado Técnico da Embrapa que a embasou.
Portaria_345
Comunicado Técnico
Pontos importantes a destacar:
  • utilização apenas da Brachiaria ruziziensis, utilizando aquelas devidamente registradas no RNC (Registro Nacional de Cultivares) do Ministério da Agricultura;
  • semeadura somente de uma linha de braquiária na entrelinha do milho;
  • o plantio do milho e do capim deve ser simultâneo;
  • pode haver necessidade de utilização de herbicida pós-emergente para supressão da braquiária, caso o desenvolvimento desta seja muito agressivo;
  • com o consórcio, a produtividade do milho pode ser até 10% menor, visto que há competição.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Milho Safrinha

A região de Maringá se destaca pelo plantio de milho safrinha, cultura que se desenvolveu muito nos últimos 10 anos. Particularmente considero uma boa opção para o inverno, até porque temos poucas alternativas de exploração nesse período. Porém, acredito que os produtores estão cometendo alguns erros que tecnicamente são injustificáveis, os quais relaciono:
  1. Priorizar o plantio da safrinha em detrimento à safra de verão, que é ou deveria ser a "safrona", sacrificando a soja com plantios antecipados e com variedades superprecoces, visando conseguir plantar o milho safrinha o quanto antes;
  2. Plantar toda a área do lote com safrinha, do espigão à beira do rio, sendo que quase todos os anos tem dado alguma geada, mesmo leve, que acaba comprometendo o terço ou quarto mais baixo da área, fazendo com que na média a produtividade fique abaixo daquela esperada e potencialmente factível caso o produtor fizesse um "zoneamento" particular de sua propriedade;
  3. Esquecer de uma técnica milenar, básica, que é a rotação de culturas;
  4. Fazer um plantio direto "meia boca": sem palha e sem matéria orgânica não existe plantio direto, tanto que até mudaram o nome da técnica para "plantio direto na palha"; Passar a grade depois da colheita do milho é um atentado contra o sistema.
Próximo assunto: Milho em consórcio com Braquiária é a solução? Porque não o plantio "solteiro" da braquiária?