domingo, 11 de dezembro de 2011

Anvisa constata uso de agrotóxicos inadequados em diversos alimentos

Em 2010, a Vigilâncias Sanitária avaliou 2.488 amostras de alimentos, sendo que 28% apresentaram resultado insatisfatório para a presença de resíduos dos produtos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) constatou que os produtores rurais têm usado agrotóxicos não autorizados no plantio de determinados alimentos. Em 2010, a Vigilâncias Sanitária avaliou 2.488 amostras de alimentos, sendo que 28% apresentaram resultado insatisfatório para a presença de resíduos dos produtos. Deste total, 605 (24,3%) amostras estavam contaminadas com agrotóxicos não autorizados.

Quando o uso de um agrotóxico é autorizado no país, os órgãos responsáveis por essa liberação, indicam para que tipo de plantação ele é adequado e em que quantidade pode ser aplicado.

A lista com os dez alimentos com mais amostras contaminadas com resíduos de agrotóxicos é a seguinte:

1) pimentão     2) morango     3) pepino     4) cenoura     5) alface

6) abacaxi     7) beterraba     8) couve     9) mamão     10) tomate

Em 42 amostras (1,7%), o nível de agrotóxico estava acima do permitido. Em 37% dos lotes avaliados, não foram detectados resíduos de agrotóxicos.

“Os resultados insatisfatórios devido à utilização de agrotóxicos não autorizados resultam de dois tipos de irregularidades, seja porque foi aplicado um agrotóxico não autorizado para aquela cultura, mas cujo [produto] está registrado no Brasil e com uso permitido para outras culturas, ou seja, porque foi aplicado um agrotóxico banido do Brasil ou que nunca teve registro no país, logo, sem uso permitido em nenhuma cultura”, conclui o relatório do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos (Para).

O pimentão lidera a lista dos alimentos com grande número de amostras contaminadas por agrotóxico. Em quase 92% das amostras foram identificados problemas. Em seguida, aparecem o morango e o pepino, com 63% e 57% das amostras com avaliação ruim.

Em uma amostra de pimentão, foram encontrados sete tipos diferentes de agrotóxicos irregulares. A batata foi o único alimento sem nenhum caso de contaminação nas 145 amostras analisadas.

A agência reguladora constatou também que, das 684 amostras consideradas insatisfatórias, 208 (30%) tinham resíduos de produtos que estão sendo revistos pela Vigilância Sanitária ou serão banidos do país, como é o caso do endossulfan e do metamidófos, que serão proibidos no Brasil nos próximos dois anos.

Em 2010, foram avaliados resíduos de agrotóxicos em 18 tipos de alimentos em 25 estados e no Distrito Federal. São Paulo não participou do programa.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Criado fertilizante que libera nitrogênio aos poucos no meio ambiente

Economia nas práticas agrícolas e equilíbrio ambiental. Essas são as duas principais vantagens do fertilizante desenvolvido recentemente no Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O novo produto, que pode ser aplicado em qualquer tipo de solo ou cultura, permite que o nitrogênio, presente na ureia, seja liberado de forma lenta nas plantações. Além de evitar desperdícios e ser menos agressivo ao solo, o produto garante às plantas melhores condições de crescimento.

Segundo o químico Antonio Salvio Mangrich, como a ureia - o mais nitrogenado dos fertilizantes - é mal absorvida pelo solo, o nitrogênio não se fixa de modo eficaz à raiz das plantas, causando déficit de proteína nos cultivos, entre outros problemas.

"Na forma solúvel, como normalmente se apresenta, até 70% do composto nitrogenado costumam se perder devido à evaporação e à lavagem do solo pela água da chuva", diz Mangrich. Dessa forma, todo nitrogênio não absorvido pelo solo vai parar em rios e lagos, causando sérios danos ambientais.

A solução encontrada pela equipe da UFPR foi criar um produto granulado. Para obtê-lo, intercalaram, em uma estrutura que lembra um sanduíche, ureia e caulim (um tipo de argila). O caulim faz as vezes das fatias de pão do sanduíche; a ureia é o recheio. O pulo-do-gato do processo está no emprego dessa argila. Por reter a ureia no interior de sua estrutura, ela faz com que o nitrogênio seja liberado lentamente.

O químico Fernando Wypych, também membro da equipe, explica o processo básico de obtenção do novo fertilizante. A operação consiste em atritar as duas substâncias (ureia e caulim), friccionando-se uma contra a outra.

Em seguida essa estrutura mista é moída, dando origem aos grânulos. "O resultado é um produto extremamente resistente, em que as moléculas de ureia permeiam a estrutura do caulim", diz o químico. Segundo ele, o método é trabalhoso, mas compensador, já que não há perda de ureia.

RESISTÊNCIA

O produto foi submetido a dois testes de resistência: a temperaturas elevadas (até 150 ºC) e a água em abundância (como ocorre no caso de chuva torrencial). Em ambas as situações as substâncias não evaporaram, e o nitrogênio, mesmo em contato com a água, foi liberado lentamente.

O passo seguinte será testar o fertilizante em campo. A tarefa caberá à empresa que adquiriu o direito de uso da patente. "Acreditamos que até o final do ano o produto já possa ser aplicado no solo", espera Mangrich.

Fonte original: Ciência Hoje On-line

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

43o. Agroex - Maringá

Segue abaixo convite e agenda de evento promovido pelo MAPA e SRM.


(clique nas imagens para ampliar)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

La Niña pode avançar até meados de 2012

Segundo meteorologista, clima já está sendo afetado pelo fenômeno climático

As condições climáticas globais começam a configurar o retorno do fenômeno climático “La Niña”, podendo observar uma diminuição das temperaturas da superfície do mar no decorrer dos próximos meses. Os prognósticos climáticos de grande escala, segundo o meteorologista Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), indicam que este fenômeno deve continuar pelo menos até meados do próximo ano, atingindo sua fase plena entre os meses de janeiro e março de 2012. Sendo assim, o clima nesta safra de verão, que está iniciando, deve ser influenciado pelo “La Niña”. De acordo com Lazinski, as temperaturas podem continuar apresentando os extremos observados nos últimos meses, intercalando períodos um pouco mais quentes para a época do ano com quedas bruscas de temperaturas.

OUTUBRO - As precipitações ocorridas durante o mês de outubro ficaram levemente acima da média na maior parte do estado do Paraná, porém apresentando um padrão irregular, intercalando períodos de muita chuva, com períodos maiores sem precipitação. “As chuvas foram favorecidas pela passagem de duas frentes frias pelo estado, uma em meados de outubro e a outra no final do mês. As temperaturas continuam apresentando variações extremas, ou seja, períodos de temperatura acima da média para época do ano, intercalado com períodos de temperaturas muito baixas”, completa Lazinski.

UMIDADE - Com isso, a umidade no solo vem se mantendo em níveis muito bons, o que tem favorecido o bom desenvolvimento das lavouras neste início de safra. Essas condições também são observadas no Rio Grande do Sul, onde o plantio de soja e arroz avançam. Já o plantio de milho encontra-se encerrado nas principais regiões produtoras, com bom desenvolvimento vegetativo, favorecido pelas excelentes condições de solo e clima. (Agrolink)

domingo, 6 de novembro de 2011

MT esgota estoque de semente de milho

A conclusão do plantio da safra de verão dentro da janela ideal de clima e o uso de sementes de soja precoces (com ciclo médio de 120 dias) estão garantindo condições para que Mato Grosso cultive, em 2012, uma safra gigantesca de milho de inverno. Embora haja muito chão pela frente, os agricultores do estado estão com quase tudo pronto para aumentar, mais uma vez, o plantio do cereal do segundo ciclo da temporada, apurou a Expedição Safra Gazeta do Povo.

Levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgado nesta semana projeta aumento de 14% na área do milho no inverno. Em 2 milhões de hectares, a produção chegaria a 9 milhões de toneladas no estado. O Paraná, segundo maior produtor do cereal na safrinha, vem colhendo 6,1 milhões de toneladas na estação.

A empolgação provoca falta de semente em Mato Grosso, atesta Jaime Binsfeld, diretor comercial da Fiagril, uma das maiores empresas de venda de insumos do Médio-Norte mato-grossense, região que concentra 45% da produção estadual de milho e 30% da de soja. Sidnei Manso, um dos coordenadores da equipe de vendas, acredita que 60% da área do Médio-Norte será ocupada por sementes de alta tecnologia e 40% de menor valor e menos produtivas. “As empresas estão vendendo todos os seus estoques. Híbridos de ponta vão faltar no mercado”, avalia.

O agricultor Ciro Ida, de Lucas do Rio Verde, mostra-se receoso com a entrega de sementes compradas para a segunda safra de milho. Ele diz ter investido na compra de variedades que têm tecnologia de ponta. “Soube que alguns colegas produtores tiveram o dinheiro da semente devolvido, mesmo depois de pagar à vista pela mercadoria. A empresa que eu comprei me garantiu que não vai ter problema para entregar. Vamos ver.”

Gargalo
A capacidade de armazenamento e a logística de Mato Grosso, no entanto, acendem o sinal amarelo. “Neste ano, enfrentamos atraso com a safra e ainda temos muito milho para embarcar. Se trabalharmos com um número de 10 milhões de toneladas para a safrinha, penso que teremos problemas, pois o consumo não deve passar de 2,5 milhões (t). Isso significa que podemos ter um excedente de 7,5 milhões (t)”, analisa Binsfeld.

Principal exportador de milho do Brasil, Mato Grosso tem assumido parcela cada vez maior no mercado internacional. De janeiro a setembro deste ano deste ano, enviou 15% mais milho para o exteriro do que durante todo o ano passado. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam que os mato-grossenses já embarcaram 4,24 milhões de toneladas de milho, contra 3,62 milhões registrados no mesmo período de 2010.

E é justamente esse apetite internacional crescente que mantém as expectativas positivas dos produtores brasileiros. Eles acreditam na firmeza dos preços do cereal que, por enquanto, estão se segurando perto dos R$ 20 por saca (quilos) no Mato Grosso.

Fonte: Gazeta do Povo

domingo, 2 de outubro de 2011

Plantio de soja

Cheguei de viagem e li a notícia abaixo. Pela manchete achei que se referia ao plantio antecipado, já que por aqui na região, se planta soja até em setembro. Mas a questão é outra, daí temos duas questões então, que quando se juntam causam um belo problema. Um outro apontamento perigoso é quanto ao aumento da população de plantas, já que é comum, na região, entre os produtores o uso de quantidade de sementes acima do recomendado, o que chega a causar prejuízos, como na última safra, onde as condições climáticas foram muito boas, e houve acamamento de soja, justamente pelo exagero no plantio.
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Pressa na semeadura traz prejuízo a sojicultor

Falando na manhã de ontem a produtores e técnicos na Cocamar, pesquisador da Esalq/USP diz que perda não é pequena
“Os produtores do Paraná parecem que apostam corrida no momento de semear”, comentou o pesquisador Antônio Luiz Fancelli durante evento realizado na manhã de ontem na Cocamar em Maringá, que reuniu cerca de 80 produtores e técnicos. Caso típico em que a pressa é inimiga da perfeição: o resultado da correria, segundo Fancelli, é que 15% das plantas não nascem, reduzindo a produtividade em pelo menos 8,5 sacas por hectare. O ideal, orienta, é que a semeadeira seja conduzida, no máximo, entre 5 e 6 quilômetros por hora.
Cuidados na implantação e no manejo inicial da lavoura de soja foram abordados pelo pesquisador, é especialista em solos e nutrição de plantas na Esalq/USP. Entre os participantes estavam cooperados que participam do Programa de Aumento de Produtividade de Soja (Paps), realizado pela Cocamar desde 2006.
Segundo ele, a receita do sucesso começa pela qualidade da semente, mas aumentar a população de plantas, seguindo orientação técnica, também pode ser importante. (Fonte: Flamma).

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O negócio é sério !!!

Greening atinge 7,6 milhões de árvores dos laranjais de SP

Pesquisa do Fundecitrus detectou a duplicação da incidência na praga nos pomares paulistas, em especial na região central do estado - São Paulo

O greening avança de forma preocupante nos laranjais paulistas e já afeta, somente este ano, 7,6 milhões de pés, que precisam ser eliminados para não infectar as demais árvores. Em um ano, o número de plantas atingidas pela praga praticamente dobrou em São Paulo, segundo o gerente do departamento técnico do Fundecitrus, Cícero Augusto Massari, alcançando 3,8% das árvores e 53,3% dos talhões do parque citrícola de São Paulo. Para o pesquisador, o avanço da doença mostra que é preciso aumentar os cuidados com o controle. "Somente as aplicações de inseticidas não são suficientes para impedir o crescimento da doença, uma vez que não é possível zerar a população da praga", afirma Massari.

O levantamento amostral é realizado anualmente pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), instituição de pesquisa mantida pela cadeia citrícola paulista. No ano passado, 1,8% das plantas e 38,8% dos talhões paulistas apresentavam a doença. Este ano o número de árvores infectadas teve aumento de 111% enquanto a incidência nos talhões aumentou 37,7%. O greening, conhecido como a doença mais destrutiva da cultura do citros (laranja, tangerina e limão), deixa as folhas amareladas onde podem ser observadas manchas irregulares. Ocorrem também mal formações nos frutos e a árvore necessita ser arrancada pela raiz e queimada para não contaminar o pomar inteiro. A região mais afetada pela doença é a central, com 6% de árvores doentes, seguida pela sul com 5%. A região norte apresentou 0,8% de plantas contaminadas, a oeste, 0,7% e noroeste, 0,17%.

Apesar dos números, o Fundecitrus lembra que o percentual de plantas doentes ainda continua inferior se comparado com o estado norte-americano da Flórida, segundo maior parque citrícola do mundo, que tem aproximadamente 18% de plantas contaminadas. "Esse resultado se deve à resposta dos produtores ao treinamento e adoção, mesmo que sem a intensidade recomendada. O uso de mudas sadias e certificadas, constantes inspeções no campo, erradicação de plantas doentes e controle do inseto vetor, o psilídeo Diaphorina citri, são as principais ações de combate à doença", diz a nota da instituição. Atualmente, o parque citrícola paulista possui 200 milhões de laranjeiras.
De acordo com Massari, dentre as medidas de manejo da doença, a mais importante é a remoção das plantas doentes, pois se mantidas nos pomares, servem de fonte para a contaminação de plantas sadias. Por outro lado, é fundamental a adoção de controle do inseto vetor, por meio de pulverizações. Essa é uma iniciativa importante, porém não pode ser adotada isoladamente. Nesse sentido, é importante reforçar que as medidas devem ser adotadas de maneira integrada, pois uma complementa a outra. O Fundecitrus reforça que o ideal, para ser eficaz, é que os citricultores realizem o manejo regional.
Em 2010, uma pesquisa da instituição comprovou que, quando feito em conjunto por vários produtores vizinhos, o manejo do greening é mais eficaz, reduzindo até 90% os níveis de incidência da doença. Desde então, a instituição apoia a formação de grupos de manejo regional do greening.

Em todo o estado, grupos se formaram, totalizando 4.379 propriedades trabalhando em conjunto para o controle do inseto vetor. Em Mogi Mirim, na região sul do estado, o produtor Arnoldo Mielke está trabalhando em conjunto há, aproximadamente, um ano. Em seu pomar, no primeiro semestre de 2011, encontrou 0,75% de plantas doentes. Além das pulverizações, Mielke realiza constantes inspeções na propriedade. "Assim que encontro a planta doente, já faço a erradicação na mesma semana. Minha meta é evitar que a doença passe de 1%", diz. Antônio Hermes Bruno, também de Mogi Mirim, é favorável à ação conjunta. "O pessoal precisa ter consciência e atuar com o planejamento das ações de maneira coordenada. Só assim vamos manter o greening sob controle", destaca.

DCI - Diário do Comércio & Indústria

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A força das multinacionais

Liminar concedida à MONSANTO recolhe cartilha sobre produtos orgânicos

A cartilha "O Olho do Consumidor" foi produzida pelo Ministério da Agricultura, com arte do Ziraldo, para divulgar a criação do Selo do SISORG (Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica) que pretende padronizar, identificar e valorizar produtos orgânicos, orientando o consumidor.

A multinacional de sementes transgênicas Monsanto obteve uma liminar em mandado de segurança que impediu sua distribuição. O arquivo foi inclusive retirado do site do Ministério (o link está "vazio").

Para quem quiser ver o conteúdo da cartilha é só clicar aqui.

domingo, 4 de setembro de 2011

Bom momento do café

Só lembrando que o café tem o ciclo bienal e não bianual. O erro é frequente. Bienalidade é a característica do café de apresentar altas produções alternadas com safras baixas. Se fosse bianual teria duas produções em um ano.
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Aperto da oferta fortalece produtor do Brasil

Demanda mundial pelo produto continua crescendo e brasileiros podem superar os norte-americanos na liderança do consumo

Produtores de café do Brasil terão posição privilegiada na negociação de seus estoques no longo período entressafra, de outubro a maio, após a colheita da safra "de baixa" produção do ciclo bianual do arábica e com o crescimento da demanda.

A demanda global pelo produto continua crescendo apesar da turbulência econômica dos últimos anos, enquanto o crescimento da oferta continua em ritmo mais lento, com as árvores do Brasil levando tempo para responder à melhora do uso de insumos.

ACORDOS DIFÍCEIS - Corretores locais dizem que a realização de acordos entre produtores e importadores de café está cada vez mais difícil, com a volatilidade dos preços futuros levando agricultores a resistirem, com esperanças de melhores negócios.

O café do Brasil vai continuar "caro pois os produtores estão no banco do motorista. Eles estão vendendo muito pouco e estão muito disciplinados, e a demanda está grande. É um mercado dos produtores", disse o trader John Wolthers, da Comexim.

Apertando ainda mais a situação este ano estão as previsões de aumento de 5 por cento no consumo de café no Brasil, um grande mercado que deve superar os Estados Unidos, tirando-os do primeiro lugar no início de 2012, caso o ritmo de crescimento continue alto. (Reuters)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Novos desafios para a citricultura

Pesquisa mostra que consumo de suco de laranja caiu em 127 mil toneladas nos últimos oito anos. Setor procura formas de reverter o quadro Estudo encomendado pela CitrusBR com dados da Tetrapack e Euromonitor copilados pela consultoria Markestrat, aponta queda de 5,3% no consumo mundial de suco de laranja nos últimos sete anos. Os dados compreendem os anos de 2003 a 2010. A queda se deve, principalmente, ao aumento da concorrência com outras bebidas, como águas, energéticos, isotônicos, entre outros.

De acordo com a pesquisa, que observou os 40 principais países compradores da bebida, a redução é equivalente a 127 mil toneladas. Para se ter idéia, esse número é maior do que o total consumido em 2010 pelo Canadá. Somente nos Estados Unidos, principal comprador de suco, o recuo de 2009 para 2010 foi de 5%, o que representa 42 mil toneladas a menos. Um volume que equivale ao total de suco industrializado consumido no Brasil no último ano.

Em mercados importantes como a Alemanha e Reino Unido, nos últimos sete anos, a queda foi de 22,8% e 2,5% respectivamente. Em termos financeiros, levando-se em conta preços atuais do suco no mercado internacional, as perdas giram em torno de US$ 254 milhões, e afetam toda a cadeia produtiva. Segundo o presidente da CitrusBR, o cenário é desafiador e exigirá uma renovação da indústria. “É um momento para o setor se reinventar. Precisamos entender as mudanças no mercado para implantar ações e continuarmos competitivos”, explica.

O estudo demonstra que apesar da queda acentuada nos principais mercados, houve crescimento na demanda em países emergentes como Brasil, Rússia, Índia e China, que formam o grupo BRICs, e México. Nesses mercados se registrou um aumento de 41% ou 78 mil toneladas de suco de laranja. No entanto, esse crescimento ainda não compensa as perdas, já que nos outros 35 principais países a queda de 9,2% representa um recuo de 204 mil toneladas. Isso se dá, principalmente, por que os países com menor renda consomem o suco de laranja de forma diluída, como néctares e principalmente refrescos. “Os países emergentes estão, de fato, crescendo o consumo. Porém, é um movimento lento que vai levar um bom tempo para se consolidar, exige altos investimentos, além de aumento da demanda nos países emergentes e mudanças nos hábitos de consumo”, comenta Lohabauer.

No caso da China, houve um aumento de 99% no consumo, o equivalente a 44 mil toneladas. Embora os números sejam expressivos, estão longe de compensar a queda em outros mercados. Somente na Alemanha, foram 58 mil toneladas a menos no mesmo período. Em 2010 o consumo total chinês representou aproximadamente 10% do consumo americano no mesmo ano.

Outros países que demonstram boas taxas de crescimento são Argentina e Chile. A Argentina, por exemplo, saltou de 4 mil toneladas em 2003, para 17 mil toneladas em 2010, Um crescimento de 358%. O Chile registrou um crescimento vigoroso de 2003 a 2010, saltando de 6 mil toneladas para 11 mil. “A proximidade do Brasil, o Mercosul e possíveis facilidades de transporte poderiam trazer algumas vantagens competitivas no caso de investimentos para o desenvolvimento desses mercados”, ressalta Lohbauer. Onde mais caiu Países da Europa, com alto consumo de suco de laranja, mostram uma queda importante De 2003 a 2010Estados Unidos: -19% = 194 mil toneladas

Alemanha: -22,8% = 58 mil toneladasReino Unido: -2,5% = 3 mil toneladas

Japão: -18% = 23 mil toneladas Onde cresceuPaíses em desenvolvimento com baixo consumo apresentam bom desempenho De 2003 a 2010

Rússia: 63,8% = 84 mil toneladas

China: 99% = 88 mil toneladas

Marrocos: 743% = 5 mil tonelados

Argentina: 358% = 13 mil toneladas

Indonésia: 212,8% = 6 mil toneladas

Romênia : 162,7%= 4 mi toneladas

Resultado: Somando todas as perdas com todos os ganhos, o mundo bebe 127 mil toneladas a menos de suco de laranja concentrado-equivalente, o que equivale ao consumo total da França durante um ano.

Fonte: Agrolink

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O preço do monopólio

A notícia abaixo é da laranja, mas mostra o que pode começar a acontecer daqui a pouco com o pessoal da avicultura. Observa-se um movimento dos abatedouros em montar grandes estruturas de criação própria. É só ocorrer uma crise no setor, que guardadas as devidas proporções, fatalmente o produtor individual vai ser preterido.
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Colheita de laranja gera controvérsia na região de Ribeirão

A diretoria da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus) denuncia as indústrias de suco Citrosuco/Citrovita, Cutrale e Louis Dreyfus, que estão entre as maiores indústrias de suco de laranja, de privilegiar as frutas colhidas nos pomares das empresas.

Das 330 milhões de caixas de laranjas previstas para serem colhidas na safra 2011/2012, 40% vêm de plantações das processadoras da fruta, de acordo com dados da Citrus BR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos)

Conforme o presidente da Associtrus, Flávio Viegas, a discriminação tem ocorrido nos portões de 14 indústrias no estado de São Paulo, principalmente na região de Ribeirão Preto.

Filas

"Os caminhões que vêm das fazendas das empresas cortam as filas, enquanto a fruta dos produtores tem de esperar até 48 horas para ser recebida e pesada, o que pode acarretar em perdas", diz Viegas.

Por contrato, os citricultores arcam com as despesas por contratação de mão de obra e transporte da fruta até as empresas. De acordo com o presidente do Sindicato do Rural de Ibitinga e Tabatinga, Frauzo Ruiz Sanches, os caminhoneiros têm subido o frete de R$ 0,15 para R$ 0,50 por caixa, devido os custos da demora para entregar a fruta nas empresas.

Conta

"Não é justo a gente não controlar esta parte do processo e mesmo assim, sermos obrigados bancar sozinho esta conta", argumenta o presidente que representa 700 produtores.

A Associtrus pretende se articular com a Faesp (Federação de Agricultura do Estado de São Paulo) e SRB (Sociedade Rural Brasileira) para encaminhar uma reclamação conjunta para a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, para reivindicar algum tipo de interferência.

A colheita de laranja nos pomares do interior paulista deve continuar até o fim do ano, segundo estimativa das entidades do setor.

Outro lado

O presidente da Citrus BR, Christian Lohbauer reconhece que a fruta colhida dos pomares das empresas tem entrada nas fábricas privilegiada. "Não tem como ser diferente, porque é estratégico terminarmos a colheita primeiro nestes pomares".

Até junho deste ano, os estoques de suco de laranja nacional estão em 214 mil toneladas, o que é 53% mais baixo do que registrado em 2008, conforme dados da entidade.

Mas Lohbauer nega qualquer privilégio para os citricultores que fecharam contratos a R$ 10 a caixa. "Não tem como fazer isto, porque cada caminhão recebe uma senha quando chega ao pátio das indústrias, por isto não há como furar a fila", explica.

Para a Citrus, o que está provocando esta situação é a superprodução de laranja desta safra: 330 milhões de caixas. "Todas as 14 fábricas estão trabalhando com 100% da capacidade, mesmo assim, vai ter filas nos pátios". Ele diz que mesmo que a estimativa de perda de 15% da produção, por fatores climáticos, se concretize, ainda assim a produção está bem além do que podem absorver as empresas.

Fonte: site Agrolink

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Integração Lavoura Pecuária Floresta

A matéria foi apresentada no programa Globo Rural deste último domingo (clique nos links a seguir para ver: Parte 01 -  Parte 2) e mostra o trabalho do pesquisador João K, da Embrapa, e a Fazenda Santa Brígida, em Goiás, que se transformou em modelo do sistema. Tive o prazer de visitar a área acompanhado do pesquisador há uns 90 dias atrás, poucos dias antes da visita do pessoal da reportagem. Cheguei a postar comentários e fotos da visita (ver postagem de maio/11).


O sistema é realmente fantástico e tem tudo para ser aplicado aqui na região do arenito. O IAPAR possui unidade de pesquisa na região de Umuarama, e tem o Dr. Sérgio Alves que é autoridade no assunto, com experiência na nossa região.

Na última semana conversando com um pecuarista de Paranavaí, ele contou que iniciou há alguns anos o sistema silvo pastoril e citou duas curiosidades que só reforçam as vantagens do sistema: a primeira é que os bois que ficam na área não tem problema de mosca, e a segunda é que a geada não fez nada na área consorciada, enquanto que os pastos vizinhos estão todos secos. Enfim, o produtor está rindo à toa, ainda mais que já começou a cortar os primeiros eucaliptos plantados, e segundo ele está tendo um rendimento líquido de R$ 10.000,00 por hectare, enquanto mantém a mesma quantidade de gado da época de pasto solteiro.

São relatos como este que só reforçam as inúmeras vantagens do sistema. Pena que são poucos os pecuaristas que tem a coragem de iniciar o sistema. Enquanto isto, vamos vendo a decadência de boa parte do arenito, que sofre na mão de alguns gigolôs de terra, se me perdoem o termo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Laranjas de Nova América da Colina/PR ganham mercado

Há algum tempo conheci o trabalho dessa associação, que está produzindo laranja de primeira qualidade, e os produtores ganhando dinheiro com a citricultura. O mercado de mesa é sem dúvida muito mais atraente e rentável, mas exige planejamento e organização. Assim, o Paraná vai mostrando que tem todas as condições de produzir laranja de qualidade, em pé de igualdade ou até superior a São Paulo.

Notícia da Folha Web:

Associação de produtores forma cooperativa em Nova América da Colina para ganhar novos mercados

Com ótima aparência e alto teor de doçura, a laranja de mesa produzida no Norte do Paraná está conquistando novos mercados. E essa expansão não se deve apenas à qualidade do produto, mas também à mudança de razão social da associação de produtores em cooperativa, com sede em Nova América da Colina. Atualmente, a fruta chega aos consumidores em Londrina e cidades próximas e aos poucos entra também ao exigente mercado de Curitiba. A intenção é levar a laranja de mesa a outras regiões do Estado e também a vizinhos, como Mato Grosso do Sul e São Paulo.

A Cooperativa Nova Citrus foi fundada no começo do mês passado. A organização dos produtores, entretanto, começou em meados da década de 1990, e em 2002 foi criada a associação. A mudança foi necessária para expandir a comercialização do produto com a emissão de nota fiscal, o que é uma exigência legal e não seria viável no formato anterior.

Fonte: Folha Web

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Casos de Sucesso

As amigos que seguem o blog peço desculpa pelo tempo sem postagem. Acabei tirando umas férias do blog até maior que do trabalho, mas agora estamos na ativa novamente.

A notícia abaixo saiu no jornal O Diário de Maringá no mês passado, e mostra como é possível viabilizar negócios rurais em uma área muito pequena. É a história de duas irmãs que moram em uma Vila Rural de Paraíso do Norte, que tive a oportunidade de conhecer pouco dias antes de ser noticiada. Enfim, parabéns ao pessoal da Emater, que tenho certeza, foram apoiadores do projeto desde o início. Aliás, ali o pessoal é muito atuante, não por acaso são meus amigos desde os idos de 1993, quando tive a oportunidade de trabalhar naquele local por algum tempo.

Para ver a notícia, clique no link "A polpa que virou um caso se sucesso"

terça-feira, 5 de julho de 2011

Classe agronômica, vamos acordar!

Não sei o autor do texto, mas o assunto é pertinente e foi bem abordado. Temos que levar em conta o problema e debatê-lo.

"AOS AMIGOS ENGENHEIROS AGRÔNOMOS. 
 NÃO, NÃO É NENHUMA PIADA, O NEGÓCIO É SÉRIO MESMO!!!
LEIA ESTE TEXTO E DEPOIS O DECRETO FEDERAL.
Diferente da classe médica, que deve servir de exemplo, a classe agronômica é desorganizada. Dessa forma, a importância do profissional da área agronômica acaba passando desapercebida em muitos casos, ou até esquecida. Quando precisamos comprar algum remédio (a maioria deles), só conseguimos fazer a compra na farmácia com a prescrição do médico através do Receituário Médico fornecido, carimbado e assinado pelo mesmo após uma consulta, onde é realizado o diagnóstico através de exames e então descoberto quais os possíveis problemas e/ou causas.
Eis a questão: Seria possível comprarmos um remédio prevendo uma possível doença??? Se isso fosse possível, muitas pessoas iriam consumir remédios além do necessário, através de doses e frequencias erradas, automedicação, etc. Um exemplo clássico é o que ocorre na agricultura no caso da compra antecipada de Fungicidas e Inseticidas (e não herbicidas, pois estes podem), os quais não é possível prever o ataque da praga/doença, nem o Limiar de Dano Econômico, muito menos da quantidade a ser utilizada, e nem como será o clima futuramente, que determinará a ocorrência ou não da praga/patógeno.
Será possível adubar com precisão (tecnicamente e economicamente) quando se compra um fertilizante sem se basear no laudo da análise do solo interpretada por um Engenheiro Agrônomo?? Quanto a classe médica, bastam eles pensarem em fazer qualquer paralização para serem atendidos. Tamanha a organização dessa classe que conseguiram impôr até o Ato Médico* e assim determinar quais e como outros profissionais da área da saúde devem trabalhar.
Será os profissionais da classe agronômica desorganizada em um país conhecido como "celeiro do mundo"?? No meu ver, como ocorre hoje, a profissão agronômica perde a importância a cada dia.
Vejo o momento das entidades de classe promover a valorização desta profissão, não só através da exigência de receituários agronômicos que citei anteriormente como exemplo, mas através de todas medidas que cabem ao Engenheiro Agrônomo, fazendo com que o mesmo esteja frequentemente presente em todas as etapas do ciclo produtivo. Isso fará com que mais empregos sejam gerados aos profissionais e também benefícios à agricultura, ao meio ambiente e a toda sociedade.

VEJA O QUE O DECRETO FEDERAL Nº 4074/02 ARTIGO 66 DIZ SOBRE A RELEVÂNCIA DO RECEITUÁRIO AGRONÔMICO (clique aqui para baixá-lo)
*LEIAM MAIS SOBRE O ATO MÉDICO. COMPARE A ORGANIZAÇÃO DA CLASSE MÉDICA EM RELAÇÃO À AGRONÔMICA. ENVIE PARA TODOS ENGENHEIROS AGRÔNOMOS DE SEU CONTATO.

NOSSA PROFISSÃO MOVE O BRASIL!"

domingo, 3 de julho de 2011

Governo corta crédito para as commodities - II

Abaixo o novo texto sobre a unificação dos limites, que saiu no meio desta semana, autorizando o aumento do limite para a cultura do milho em algumas regiões do país, inclusive na nossa. No site do MAPA está disponível o novo Plana Safra atualizado, clique aqui.

"Excepcionalmente na safra 2011/12, admite-se que o limite de custeio mencionado no parágrafo anterior (R$ 650 mil) seja elevado para até R$ 1,15 milhão por beneficiário, por safra, desde que, no mínimo, os recursos adicionais sejam direcionados exclusivamente para custeio de milho nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul."

terça-feira, 28 de junho de 2011

Governo corta crédito para as commodities

Acabo de ler a seguinte notícia na mídia (clique aqui para a íntegra), onde Faep e Ocepar cobram do Governo alteração no Plano Agrícola e Pecuário, alegando que o limite único de financiamento a juros controlados, de R$ 650 mil por produtor, englobando todas as culturas, representaria um corte de 43,5% do crédito rural dos produtores de milho e soja.

Faço o seguinte contraponto com duas reflexões:

a) Qual será a opinião dos produtores de frutas, café, pecuária, hortaliças, entre outras culturas que os últimos planos marginalizavam ? Para estes o aumento é muito bem vindo, ainda mais que o custo de produção destas culturas, que na maioria dos casos geram muito mais empregos, é também maior;

b) Segundo informações divulgadas pela própria Faep na matéria especial "Boletim Código Florestal" (clique aqui para todo o conteúdo), na pág 2 cita que  "... de acordo com dados do INCRA de 2010, as propriedades com até 4 módulos fiscais são 90% de todas as propriedades no país (4,7 milhões). Os estados do sul, sudeste e nordeste são responsáveis por mais de 70% de toda a produção agropecuária do país e neles se concentra a maioria das propriedades com até 4 módulos fiscais (cerca de 60 a 80 hectares, dependendo do local). As regiões mencionadas detêm 4 milhões de propriedades (85,9% do total), com área de 93,4 milhões hectares (68,9% do total)"...  Então, a medida vai acabar prejudicando uma pequena minoria de grandes produtores no Paraná. Nas minhas contas, com R$ 650 mil dá para um produtor individual cultivar 500 hectares de milho ou 700 ha de soja, área que no Estado é considerada grande e limitada a um grupo restrito de produtores.

Nas minhas contas: 2 x 0 para a isonomia!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Tese de mestrado

Para quem não sabe, nosso grande amigo Celso Seratto se tornou Mestre em Economia em 2010, e tivemos o prazer de vê-lo defendendo a tese. Segue abaixo o resumo do trabalho e o link para quem quiser ler toda a dissertação, cujo tema foi: "Viabilidade econômica de um projeto de produção de energia elétrica via biomassa florestal: estudo de caso a partir da Usina Santa Terezinha de Paranacity''. É a prova que o eucalipto é realmente multiuso e tem um grande potencial de aproveitamento.

Resumo
À luz da teoria de origem shumpeteriana, este trabalho avalia a viabilidade de um projeto de inovação, do tipo incremental, de processo, no seu sentido para a firma, que foi consolidado em um estudo de caso para a Unidade Termelétrica da Usina Santa Terezinha de Paranacity/PR. O projeto aproveita a capacidade ociosa do sistema termogerador de extração e condensação, no contraturno e na entressafra da cana, visando aumentar a produção de energia elétrica e créditos de carbono, suprindo o déficit do combustível convencional – o bagaço –, com a biomassa florestal – cavacos de Eucalipto –, que seriam cultivados em 5.059,8 ha arrendados. E, prevê usar os equipamentos agrícolas e de transporte disponíveis, além de adquirir os insumos e implementos destinados ao cultivo florestal com financiamento via BNDES e, as máquinas e equipamentos destinados à colheita mecanizada de processamento da biomassa deverão ser adquiridos via operação de leasing. A análise de viabilidade econômica e financeira foi feita com projeção no horizonte de 18 anos, com a técnica do fluxo de caixa descontado, utilizando os critérios da TIR, VPL e payback, à taxa de desconto equivalente a TMA de 13,75% a.a.. A influência dos custos com o transporte e dos demais com a logística, foi testada com o efeito da variação no raio médio das áreas florestais dedicadas. Assim, os resultados com o projeto da inovação incremental indicaram que existe viabilidade econômica se as áreas de cultivo florestal forem localizadas até 117,77 Km da Usina, o que reduziria o payback do design atual do empreendimento de 13,10 para 11,90 anos. Contudo, se o raio médio for de 30 km, o projeto pode proporcionar um payback de 10,49 anos e o VPL de R$ 10.489.586,13. Assim, respeitados os aspectos técnicos, ambientais e político-institucional, concluiu-se que o projeto é viável, podendo provocar inovações ulteriores na economia local, visto que a parcela produzida em 20% das áreas remanescentes, designada ao pagamento pelo arrendamento, aumenta a oferta de madeira de Eucalyptus sp., no raio de ação do projeto. Todavia, foi identificado que o preço competitivo para a Usina adquirir biomassa permite a compra de terceiros até o raio de 22,93 Km, o que, contudo, possibilita construir uma ligação robusta entre as cadeias de agroenergia e de produção florestal, o que respalda a formulação de políticas públicas que estimulem a inclusão de agricultores nesse processo produtivo com vistas ao desenvolvimento regional.

Para baixar o trabalho na íntegra:  clique aqui (Dissertações-2010-21/08/10)

terça-feira, 21 de junho de 2011

O futuro do trigo

Na próxima semana vão ocorrer, em diversos locais do Paraná, Seminários para discutir "O Futuro do Trigo". Recebemos o convite, daí o Orlando fez este belo comentário, que vale para reflexão. Particularmente compartilho e concordo plenamente com tudo o que ele ponderou, acrescentando que há no Brasil uma distorção muito grande no consumo da nossa sociedade: um país tropical, que tem uma cultura praticamente sem risco, a mandioca, e consumindo pãozinho de trigo até no Nordeste, um produto que tem pouco a ver com nosso clima.
Abaixo, o belo texto do nosso grande companheiro:

"Apesar do corre-corre, uma pequena reflexão de quem está acompanhando o trigo (mesmo estando no Arenito quase sempre) como profissional e cidadão. Antigamente havia uma política específica de governo para dois produtos agrícolas que, diferentes dos demais, com mais status, se vinculavam a Institutos ligados ao MIC Ministério da Ind.e Comércio. Eram a cana, ligada ao IAA Instituto do Açucar e do Álcool e o Café, ligado ao poderoso IBC. Ambos eram produtos de primeira linha nas políticas de governo. Os demais, ficaram para o porão do poder, no Ministério da Agricultura. E o trigo, apesar de ser fortemente importado, tinha o CTRIN que era um orgão do BB, inclusive com equipe de Eng.Agrônomos, que era o executor de uma Política Nacional para o setor dessa cultura. Dentre outras coisas, o governo, que controlava "todo" o trigo que girava no Brasil, retinha 1% do valor para "pesquisa de trigo" e com essa verba se fez um conjunto de prédios e de pesquisa em Cascavel. Quando visitei lá há mais de 20 anos, era algo meio primeiro mundo para aquele tempo. Depois, a política do trigo mudou e a unidade de pesquisa passou para a OCEPAR e hoje é Coodetec.

Aqui já vai a primeira reflexão pessoal: O trigo é concorrente do arroz e da mandioca, ambos dois produtos com forte inserção na nossa economia rural e na dieta do nosso povo. E a mandioca é de baixo risco agronômico por ser de ciclo longo. Por que uma política de proteção ao trigo e que pode (e prejudica) os produtos similares que no Brasil tem raizes econômicas e culturais? A dirtorção fez até o povo no Norte e Nordeste do Brasil passar a consumir menos mandioca e mais trigo, fora da "cultura" do povo.

Mas o mais grave da época: O governo comprava todo trigo nacional e importado por algo como 500 dolares a tonelada e repassava aos moinhos por digamos 250 dolares. Era um subsídio (só ao trigo e somente só) de ao redor de 1 bilhão de dólares por ano, fora as indenizações de proagro que eram muito frequentes. Ao ponto de ser comum o agricultor comprar o adubo para o trigo com a mesma fórmula que a da soja e não usava o adubo no trigo e torcia para gear. Se geasse, era indenizado inclusive sobre o fertilizante que não usou.... e usava na soja, barateando o custo. Era um crime.

E lembrar que o trigo foi sempre pródigo em uso de fungicidas que nunca foram baratos. Umas chuvas à mais e babau o PH. E tem muita gente que até pouco tempo atrás falava desse tempo como período áureo do trigo. Era a meu ver a "farra do trigo".

Quem mais ganhava com ela era o pessoal dos insumos.

No tempo do Collor, mais por falta de caixa do que por juizo, acabaram com essa política do trigo e deixaram a cultura ao sabor do mercado. Mas e as outras culturas, como a mandioca e o arroz, não enfrentam o "sabor" do mercado? Por que só o trigo deveria ser protegido?

Com esse sistema anterior, ninguém se preocupava em ter trigo de qualidade, já que o governo comprava tudo e pagava o dobro do que valia no mercado lá fora. Os moinhos ganharam horrores de dinheiro e se estabeleceram nas zonas portuárias ou terminais de trem, tipo Ponta Grossa e tudo o mais. Os fretes, o governo dava conta de tudo e estocagem também.... Ver o tamanho da CONAB lá de Ponta Grossa.

Com o trigo entrando, menos por juizo do governo, mas por falta de caixa, ao mercado, as coisas começaram a patinar e inclusive os compradores passaram a exigir qualidade. E os produtores ainda não se adaptaram para entender que se um produto é para o "mercado", tem que ser produzido o que o mercado quer. Simples assim. E a cultura é de custo alto por causa do nosso clima e manejo e não é muito competitivo em termos internacionais. Esta é mais ou menos a realidade atual, sobre a qual os debates, espero, estejam sendo travados.

Abraços do colega ATR Eng.Agr.Orlando Lisboa de Almeida -Maringá - PR"

domingo, 19 de junho de 2011

Plano Safra 2011/2012 - II

Governo quer recuperar 15 mi de hectares em áreas degradadas, em dez anos

A intenção é aumentar a produção agropecuária, evitando mais avanço sobre áreas de florestas. Atualmente, o País tem cerca de 47 milhões de hectares ocupados com a agricultura e 170 milhões de hectares usados para a pecuária. Embora os dados em relação a áreas degradadas variem de acordo com os critérios usados para mensurá-las, técnicos do Ministério da Agricultura afirmam que elas somam pelo menos 30 milhões de hectares no País, o equivalente a mais de 60% das terras cultivadas com grãos. Os maiores potenciais de recuperação estão nos estados da região Centro-Oeste, no Tocantins e no Pará.

Para incentivar os produtores, o governo disponibilizará R$ 3,15 bilhões em créditos dentro do Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), criado na safra passada, mas ainda sem muita adesão. Além da recuperação de áreas degradadas, o chefe da Assessoria de Gestão Estratégica do Mapa, Derli Dossa, explica que o programa pretende financiar o plantio de 300 mil hectares de florestas. Em mais 550 mil hectares será financiado o plantio com fixação biológica de nitrogênio; em 800 mil hectares, o plantio direto na palha, e em 400 mil hectares será feita a integração lavoura-pecuária-floresta.

Para aumentar a popularidade e a procura pelo programa, Dossa destacou que o ministério investirá em várias frentes: divulgação na imprensa da importância de se reduzir as emissões de gases de efeito estufa, treinamento de 5 mil técnicos nesse modelo de agricultura, distribuição de material a todo o corpo técnico treinado, com acesso aos produtores, estudo dos estados com problemas e motivação de lideranças locais.

"Um dos maiores problemas é falta de profissionais especializados em fazer projeto nesse tipo de produção para ter os recursos liberados", explicou Dossa, ressaltando a importância do treinamento de técnicos do ministério e superintendências regionais.

As linhas de crédito do programa são diferenciadas, com as menores taxas da agricultura empresarial, 5,5% ao ano, e prazo de até 15 anos para pagar. O limite de financiamento para produtores é R$ 1 milhão.

Fonte: Agência Brasil

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Anunciado hoje o Plano Safra 2011/2012

Safra terá mais crédito e foco na agricultura sustentável

Os produtores rurais terão mais recursos para financiar a próxima safra, que começa em julho. O governo federal vai destinar R$ 107,2 bilhões para a agricultura empresarial. O valor é 7,2% superior ao destinado no ciclo 2010/2011. O crédito faz parte das ações do Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 (PAP) anunciado nesta sexta-feira, 17 de junho, em Ribeirão Preto (SP) pela presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Entre as novidades do plano estão linhas de financiamento específicas para pecuária que permitirão a compra de matrizes e reprodutores e recursos para renovação e expansão de canaviais. Os criadores poderão contratar até R$ 750 mil para investimentos em compra de reprodutores e matrizes de bovinos e búfalos. Na temporada 2011/2012, o pecuarista também terá um limite de custeio 136% maior que o fixado no plano anterior. O valor passará para R$ 650 mil incluindo pecuária de corte, leiteira, ovinocaprinocultura, apicultura e suinocultura. No ano passado, o limite era de R$ 275 mil.

Para aumentar a eficiência e ampliar a produção de cana-de-açúcar, foi instituído pelo governo um novo programa de investimento, com limite de R$ 1 milhão e prazo de cinco anos para pagamento.

Outra inovação do Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 é a unificação e aumento dos limites de financiamento para custeio de todas as culturas e atividades para R$ 650 mil, por produtor. A mudança representa uma elevação de até 225% nos valores máximos que poderão ser contratados. Antes, cada produto tinha um limite estabelecido.

Sustentabilidade
A partir da safra 2011/2012, o Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), lançado em julho passado, vai incorporar todas as ações que incentivam a produção de alimentos com preservação ambiental. No total, os programas de investimento voltados a atividades agropecuárias que permitem a mitigação da emissão de gases de efeito estufa terão R$ 3,15 bilhões e poderão ser contratados com condições mais facilitadas.

Esses recursos serão destinados ao financiamento das práticas agronômicas sustentáveis preconizadas no ABC, agora fortalecido com a incorporação do Programa de Plantio Comercial e Recuperação de Florestas (Propflora) e do Programa de Estímulo à Produção Agropecuária Sustentável (Produsa). O Programa ABC dará ao produtor condições de financiamento com taxas de juros de 5,5% ao ano, mais baixas que o fixado para a maioria das linhas de crédito para agricultura (6,75%). O prazo para pagamento é de 15 anos.

Investimento
Os programas de investimento terão um acréscimo de quase 14%, passando de R$ 18 bilhões para R$ 20,5 bilhões. Além da ampliação dos recursos, haverá mais incentivos para o médio produtor, as cooperativas e investimento em armazenagem, bem como garantias de acesso ao crédito destinado à produção sustentável.

O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) terá 48,2% mais recursos que o estipulado na safra 2010/2011. No ciclo 2011/2012, o Pronamp coloca à disposição dos produtores R$ 8,3 bilhões para crédito de custeio e investimento, com taxas de juros de 6,25% e até oito anos para pagamento, no caso de operações de investimento.

Outra alteração importante foi o aumento do limite de renda bruta anual para enquadramento no programa que passa de R$ 500 mil para R$ 700 mil. Além disso, os limites de custeio e de investimento/beneficiário foram ampliados, respectivamente, para R$ 400 mil e R$ 300 mil.

Os produtores ainda terão um limite maior de financiamento pelo Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais (Moderagro). O valor máximo a ser contratado por produtor subiu de R$ 300 mil para R$ 600 mil e o crédito coletivo passou de R$ 900 mil para R$ 1,2 milhão. O prazo de reembolso também foi ampliado de oito para dez anos.

Além de financiar reforma e construção de armazéns para estocagem da safra, os recursos do Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra) poderão também ser aplicados em armazéns para insumos e galpões para colheitadeiras, tratores e outras máquinas agrícolas.

Fonte: Ministério da Agricultura.
Para maiores detalhes clique no link do MAPA

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Ministro divulga estimativas

Anúncio do Plano Safra 2011/12 está confirmado para sexta-feira, vamos aguardar!

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, anuncia às 10h desta terça-feira, 14 de junho, em Brasília (DF), o estudo Projeções do Agronegócio 2010/2011 a 2020/2021. A pesquisa do Ministério da Agricultura inclui dados sobre as estimativas de produção e exportação dos principais produtos agropecuários brasileiros.

Rossi confirmou também que o Plano de Safra 2011/2012 será anunciado em Ribeirão Preto, na sexta-feira (dia 17), pela presidente Dilma Rousseff. O anúncio está agendado para 10h30min. "Será um marco para o agronegócio, para a região e um encontro de lideranças", disse Rossi, numa referência à cidade do interior paulista que, além de sua base política, é o centro do principal polo produtivo de cana-de-açúcar e laranja do país.

O Plano de Safra 2011/12 terá R$ 107 bilhões em recursos, ante R$ 100 bilhões no ciclo anterior. Ao levar o anúncio para Ribeirão Preto, Rossi repete a ação do seu antecessor Reinhold Stephanes, que lançou os planos 2008/2009 e 2009/2010 em cidades de seu Estado, o Paraná. (Mapa e Correio do Povo)

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Código Florestal - resumo do projeto

No dia 24 de Maio, o projeto lei de número 1.876 de 1999 foi aprovado pela Câmara dos Deputados por 410 votos favoráveis, 63 contrários e uma abstenção. O texto aprovado deve foi submetido para votação no Senado Federal nos próximos dias. Os principais pontos do projeto de lei aprovado na Câmara são os seguintes:

1) Mantém as áreas consolidadas até 22 de junho de 2008 com atividades agrossilvipastoris, ecoturismo e turismo em Áreas de Preservação Permanente (APP);

2) Será permitida a recomposição de no mínimo 15 metros de Área de Preservação Permanente em rios e córregos de até 10 metros de largura. O código anterior determinava uma mata ciliar de 30 metros. Permanece a exigência de 30 m para as áreas que se mantiveram preservadas;

3) Permite a manutenção de atividades florestais, de culturas perenes, de pastoreio e de infraestrutura consolidadas em encostas;

4) Em imóveis rurais com até quatro módulos rurais, ou seja, em média 72 hectares no Paraná, a reserva legal (RL) será formada pelo remanescente florestal existente até 22 de junho de 2008;

5) Para propriedades rurais com mais de quatro módulos rurais, as exigências de reserva legal continuam as mesmas do código florestal atual: 80% da propriedade na Amazônia Legal, 35% em cerrado na Amazônia Legal e 20% nas demais regiões;

6) Será admitido o cômputo da Área de Preservação Permanente (APP) no cálculo da Reserva Legal (RL), desde que não implique em mais desmatamento;

7) Os proprietários rurais ficam dispensados da averbação da Reserva Legal (RL);

8) A Reserva Legal poderá ser explorada economicamente;

9) A Reserva Legal poderá ser recomposta com até 50% de espécies exóticas;

10) O agricultor que necessitar efetuar a recomposição de reserva legal terá um prazo será de até 20 anos;

11) A Reserva legal fica passível de compensação, que poderá ser feita mediante a aquisição de Cota de Reserva Ambiental - CRA, Servidão Ambiental, contribuição para fundo público e doação ao poder público;

12) A Reserva Legal poderá ser compensada por florestas implantadas em um mesmo bioma;

13) Será obrigatório o Cadastro Ambiental Rural - CAR para controle, monitoramento e planejamento ambiental e econômico das propriedades;

14) O programa de regularização ambiental - PRA será feito pela União, Estado e o Distrito Federal;

15) A assinatura de compromisso de regularização do imóvel anula punições de detenção e/ou multa que tenham sido aplicadas ao proprietário. A adesão ao programa de regularização deverá ocorrer em um ano, que pode ser prorrogado pelo governo, a partir da criação do cadastro de regularização ambiental (CAR). O cadastro será criado até três meses após a aprovação do substitutivo;

16) O programa de regularização servirá para estabelecer a regularização e manutenção das áreas consolidadas;

17) Aos estados fica possibilitada a competência para definir quais atividades consolidadas em áreas de preservação permanente são passíveis de enquadramento no PRA.

João Paulo Koslovski – Presidente do Sistema Ocepar
Fonte: Paraná Cooperativo

domingo, 5 de junho de 2011

Instituto de Nutrição de Plantas

Para quem não conhece, vale a pena dar uma conferida neste site da IPNI - International Plant Nutrition Institute, que apesar do nome em inglês, tem a versão em Português, e traz muitas informações técnicas importantes e atuais.

Um dos principais materiais produzidos, e que pode ser assinado para recebimento da versão impressa, é a publicação Informações Agronômicas. Para dar uma conferida no último número é só clicar no link a seguir INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 133 MARÇO/2011. No site, é possível conferir os demais números desde 1978, além de Anais de Simpósios e o Arquivo do Agrônomo. Este último traz uma série intitulada "Seja do doutor da ... (soja, milho, citrus, etc)", abordando nutrição, adubação, pragas e doenças, com fotos e tudo mais.

Uma boa dica de leitura é este material sobre milho, publicado recentemente, edição de setembro/10, que aborda o Uso eficiente de fertilizantes na cultura, é só clicar no destaque.
  
Para quem tiver interesse em alguma publicação, tenho uma série delas, principalmente as mais recentes (últimos 5 anos).

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Palestra sobre ILPF

Conforme havia combinado, consegui a palestra sobre Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), ministrada pelo pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, de Goiânia, Dr. João Kluthcouski, mais conhecido por João "K". E olha que fui buscar pessoalmente o arquivo, direto na fonte, visitando inclusive a área base do trabalho apresentado, uma fazenda em Ipameri, no Estado de Goiás.

Para ter acesso à palestra clique no link a seguir: Palestra ILPF na Expoingá 2011 e faça a baixa do arquivo MARINGÁRed3.rar clicando no "Download Now"

Abaixo algumas fotos que tirei no local, por ocasião da visita de ontem:


Esta última foto apresenta o plantio do milho verão consorciado com braquiária brizanta e guandu, com 3 linhas de eucalipto intercalar a cada 30 metros (Sistema Santa Brígida)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Tirando o chapéu para a pesquisa

Desculpem pela falta de postagens nas últimas semanas. Não é por falta de assunto, mas de tempo mesmo. Agora mesmo estou em Goiás, para conhecer a Integração Lavoura Pecuária Floresta, numa proposta da Embrapa Cerrado. Assim que puder, passo as novidades, embora já venho acompanhando trabalho parecido no Paraná, em pesquisas do Iapar, Uem e Embrapa.
Falando em pesquisa, a matéria abaixo mostra a importância destas instituições.
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Tecnologia que revoluciona o campo

Embrapa Soja, Iapar e instituições de ensino superior beneficiam o País e espalham conhecimento científico

Em 1975, no mesmo ano em que a grande geada tirou de Londrina o título de capital mundial do café, era instalada na cidade a Embrapa Soja que, ao lado de instituições como Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Estadual de Maringá (UEM), consolidou a região como complexo de pesquisa.

Graças ao trabalho da Embrapa e de instituições parceiras que a soja se espalhou por todo o País. ''Nos primeiros anos, pesquisadores já instalaram uma base da Embrapa Soja em Balsas, no Maranhão, prospectando o desenvolvimento da cultura no Cerrado'', afirma Alexandre José Catellan, chefe geral da Embrapa Soja.

O sucesso, hoje, se expressa em números. Nos anos 1970, a produção de soja somava 10 milhões de toneladas. Na safra, 2009/2010, o Brasil produziu 68 milhões de toneladas, o segundo maior produtor mundial atrás apenas dos EUA. Nas décadas de 1980/1990, pesquisas com outras culturas foram incorporadas à Embrapa Soja que, em parceria com outras organizações, já desenvolveu cerca de 270 cultivares de soja, trigo e girassol.

O Iapar, por sua vez, iniciou sua história em 1974, como resultado da mobilização para se encontrar alternativas à monocultura cafeeira. A sede está em Londrina, mas a estrutura do instituto cobre todo o Paraná: 19 fazendas experimentais, 23 estações agrometeorológicas e 25 laboratórios de diferentes áreas de especialidade.

Várias tecnologias desenvolvidas com a participação de seus 730 funcionários (dos quais 118 pesquisadores) ajudaram a mudar a realidade da agropecuária no Paraná e no Brasil. Algumas delas são as técnicas de plantio direto, rotação de culturas, adubação verde, café adensado, Manejo Integrado do Cancro Cítrico e agricultura orgânica. Além disso, merecem destaque os trabalhos na área de melhoramento genético para o desenvolvimento de novas variedades. Até o momento, são 178 novas cultivares de várias espécies: algodão, ameixa, arroz, batata, batata-doce, café, cevada, feijão, maçã, mandioca, milho, nectarina, pêssego, rami, tremoço, trigo, triticale e plantas para pastagens.

Fonte: Folha Web (Carolina Avansini e Silvana Leão)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Palestras Cultivos Florestais - Expoingá

Abaixo a programação técnica de amanhã na Expoingá:

13:00 a 13:30 Recepção e inscrições

13:30 a 14:00 Abertura oficial Sociedade Rural de Maringá

14:00 a 15:00 Cultivos florestais – Um panorama mundial, nacional e regional da cadeia produtiva Engº Agrº Fernando Antônio Martin – EMATER - PR

15:00 a 15:30 Intervalo

15:30 a 16:30 Eucaliptos – uma diversificação altamente rentável Dr. André Luiz Medeiros Ramos - Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR

16:30 a 17:30 Integração eucalipto e pecuária – Uma dupla dinâmica Dr.Rogério Morcelles Dereti –EMBRAPA e Engº Agrº Anízio Menarin Filho - EMATER

17:30 horas Encerramento

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Mais sobre eventos na Expoingá

O Ciclo de Palestras da Expoingá, no sábado, sobre integração lavoura pecuária foi muito bom. Pena que tinha pouco produtor por lá, e principalmente poucos agrônomos da assistência técnica, que é quem pode difundir as técnicas apresentadas.

Assim que puder, vou disponibilizar o resumo das palestras e, se conseguir, também as apresentações dos palestrantes (power point).

Na quarta-feira tem outro evento interessante, organizado pela Emater, que é sobre Cultivos Florestais. Será no Restaurante do Chico, dentro do Parque, ao lado da sede da Sociedade Rural, com início previsto para as 13:00 h. Vamos estar por lá!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Ciclo de palestras na Expoingá


Clique na imagem para visualizar melhor a programação, ou acesse diretamente o site da Gazeta do Povo.

O Ciclo de Palestras Informação e Análise do Agronegócio Gazeta do Povo vai discutir, na 39.ª Expoingá, a agropecuária de alta performance – que busca a maior produtividade possível em cada propriedade – como estratégia para o novo ciclo de expansão da produção rural. Os especialistas convidados vão detalhar o tema analisando o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta dia 7, como parte da programação da feira agropecuária, industrial e comercial de Maringá, que ocorre entre os dias 5 a 15 deste mês.

A sustentabilidade socioeconômica e ambiental desse tipo de estratégia será uma das questões centrais do debate. Os programas do governo federal de estímulo à integração lavoura-pecuária-floresta serão detalhados por representante da área de gestão estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os especialistas vão falar ainda de sustentabilidade técnica, da potencialidade da integração para a região mais tropical do Paraná. Haverá exposição ainda sobre linhas de crédito para financiamento do setor.

As palestras vão começar às 9 horas e seguem até o meio-dia, quando será servido almoço aos participantes. A inscrição no Ciclo de Palestras é gratuida, mas as vagas são limitadas. Para participar, passe uma mensagem ao endereço de e-mail rsvp@grpcom.com.br.

O Ciclo de Palestras ocorre pelo segundo ano consecutivo. Reúne produtores e líderes do agronegócio para discutir temas decisivos para o setor, que vem se expandindo em área e produtividade, num novo ciclo que atende à crescente demanda internacional por alimentos. Neste ano, estão sendo realizadas seis palestras, com discussões que partem de assuntos específicos, como investimento em pesquisa e integração produtiva, e contemplam no novo momento macroeconômico da atividade.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Marialva colhe safra cheia de uva de inverno


Uma safra cheia no inverno. Marialva – município da região de Maringá que produz perto da metade da uva fina do estado – estima que vai colher 22,5 mil toneladas de uva nos próximos três meses. A produção é de 15 mil quilos ou R$ 40 mil por hectare. Trata-se de uma das melhores safras dos últimos tempos. As chuvas regulares nos últimos meses teriam contribuído também para a qualidade da uva. A produção deve ser remetida a centros consumidores de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Com 1,1 mil famílias no setor, Marialva comemora 50 anos de tradição no cultivo da uva.

Fonte: Gazeta do Povo - 26/04/2011.

sábado, 30 de abril de 2011

As abelhas sumiram!


Para quem tiver um tempinho, vale a pena a leitura da entrevista, publicada no site www.cartamaior.com.br nesta sexta, dia 29. Resumidamente trata da questão do sumiço recente das abelhas, especialmente nos Estados Unidos, Canadá e Europa, que até agora não tem causa conhecida. O fato é que até no Brasil há relatos de morte de colméias, mas tanto aqui quanto no hemisfério norte nada foi comprovado, havendo apenas hipóteses para a questão. Uma delas, inclusive, relata casos de intoxicação por agrotóxicos. Uma reflexão importante do texto é o último parágrafo, que transcrevo aqui, citação do entrevistado:
"Acredito que é preciso analisar a ampla acessibilidade que nós temos para a utilização de agrotóxicos. Hoje, nós somos um dos maiores consumidores de agrotóxico. A utilização excessiva de agrotóxicos não é compatível com um programa de proteção de abelhas. Atualmente, apesar de não sermos a maior economia mundial, nem o maior produtor agrícola, nós somos o maior consumidor de agrotóxicos. Há algo de muito errado nisso"

O entrevistado é o Doutor Afonso Inácio Orth, graduado em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestre em Entomologia pela Universidade Federal do Paraná e doutor em Biologia pela University of Miami (EUA). Atualmente, é professor no Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Catarina.

Para ler toda a matéria clique aqui.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sustentabilidade do agronegócio

Estive em Londrina nesta semana, em um ciclo de palestras promovido pela Gazeta do Povo, com a participação de importantes órgãos de pesquisa nacional: a Embrapa, o Iapar, a Coodetec e a Fundação Meridional. Destaque para a palestra de Ivo Carraro, presidente da Coodetec, que abordou a questão do paradoxo da sustentabilidade, que é de produzir mais alimentos e ao mesmo tempo preservar os recursos. E a pesquisa tem função fundamental neste processo e tem conseguido grandes avanços.

Hoje o Brasil teria que estar plantando cerca de 76 milhões de hectares para produzir as 158 milhões de toneladas da última safra, com a produtividade de 1976. Lembrando que plantamos atualmente menos de 50 milhões de ha para produção de grãos, ou seja, houve um aumento muito grande de produtividade, conseguido com técnicas recomendadas pela pesquisa, tais como:
- melhoramento genético;
- mecanização agrícola;
- proteção de plantas com agroquímicos;
- uso de fertilizantes;
- manejo de solo e plantio direto;
- biotecnologia (1a. onda);
- extensão e gestão, entre outros.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Mercado de soja II

Soja: Pico das cotações e melhores momentos para venda passaram, aponta CBOT

As melhores oportunidades para venda de soja na temporada 2010/11 ficaram para trás, segundo especialistas do mercado de commodities. Depois de avançarem ao maior patamar em 17 meses e romperem a barreira dos US$ 14 o bushel (27,2 quilos) em fevereiro, as cotações internacionais da oleaginosa voltaram a trabalhar na casa dos US$ 13 neste mês e, segundo os analistas, devem apenas se sustentar até junho.

Na quarta-feira (20), num dia de alta de dois dígitos, o primeiro contrato da soja foi a US$ 13,58 o bushel na Bolsa de Chicago (CBOT), o equivalente a pouco menos de US$ 30 a saca de 60 quilos. O preço é 38% superior ao registrado nesta mesma época da safra passada, mas representa uma queda de 4% em abril e de 6% ante o pico de dois meses atrás (US$ 14,51/bu).

De acordo com os especialistas, o mercado tem encontrado dificuldades para continuar subindo quando se aproxima dos US$ 14, o que indica que o movimento de alta estaria perdendo o fôlego e que, por isso, o preço da soja já teria atingido seu teto. “As cotações devem continuar encontrando sustentação no mercado financeiro e na competição com o milho, mas não têm mais muito espaço para subir”, considera economista Gilda Bozza, analista do Departamento Técnico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

“É possível que o mercado tenha chegado ao limite. Há muita soja na América do Sul e, com a China cancelando e adiando compras, existem algumas dúvidas quanto à demanda”, avalia Jack Scoville, analista do Price Group, de Chicago Ele acrescenta que o clima úmido nos Estados Unidos, que atrasa o plantio do milho, alimenta especulações sobre um possível aumento no plantio de soja no país, o que seria negativo para as cotações.

“O mercado considera que, se continuar chovendo muito, não haverá tempo para plantar todo o milho planejado. Caso isso ocorra, essas áreas iriam para a soja, que pode ser semeada um pouco mais tarde”, completa Steve Cachia, analista da Cerealpar, de Curitiba. Ao contrário dos outros analistas, ele não descarta novas altas na soja. “Comparada ao milho e ao trigo, a soja é o elo mais fraco em Chicago no momento e, por isso, ainda tem espaço para subir.” Nos últimos 12 meses, os dois cereais acumulam valorização de, respectivamente, 106% e 62% na bolsa norte-americana.

Fonte: Gazeta do Povo + Globo Rural

sábado, 16 de abril de 2011

Mercado de Soja

Segue informações sobre o mercado de soja, que recebi do colega Adalberto Scanferla. Estou reproduzindo parte da apresentação de material produzido pela SAFRAS & MERCADO, onde apresenta tendências e cenários:

TENDÊNCIAS - CBOT

MERCADO SUBIU BEM DESDE 2010, MAS MUITO VOLÁTIL

FATORES POSITIVOS AOS PREÇOS:

- Solidez no mercado físico dos EUA com firme demanda - Estoques muito ajustados nos EUA

- E também em 2011/12 caso confirme área menor (briga por acres) - Aperto forte nos estoques de óleos vegetais

- Alta no petróleo (estoques menores e boa demanda) - Recuperação nas Bolsas (melhora do sentimento sobre a economia)

- Preocupação com chuvas no Brasil - Previsão de área menor em 11% na China

SEGUIR  VOLÁTIL (Fundos cairam de 45% para 30% das posições)

FATORES LIMITANTES

- Dúvidas sobre a evolução da economia: aperto na China, crise política no Oriente Médio e catástrofes no Japão

- Incertezas sobre o futuro do dólar - Provável safra recorde no Brasil e boa na Argentina

- Demanda saindo dos EUA para a América do Sul

CURTO PRAZO: CONFUSO E INSTÁVEL X LONGO PRAZO POSITIVO COM FUNDAMENTOS SÓLIDOS E SUPORTE NO FINANCEIRO
 
CENÁRIOS DE PREÇOS CBOT
 
*HIPÓTESES BÁSICAS

- ÁREA MENOR NOS EUA EM 2011 -AMÉRICO DO SUL DE 132/133 MLS T EM 2011

- ÁREA MAIOR NA AMÉRICA DO SUL 2011/12 -DEMANDA SEGUE FIRME

- PETRÓLEO SE MANTENDO AQUECIDO

*CENÁRIO DE PREÇOS/CBOT

SOJA (Média 5 anos de US$ 8.65/bushel)

-2008 - MÉDIA = US$ 12.33
-2009 - MÉDIA = US$ 10.30
-2010 - MÉDIA 1” SEM = US$ 9.55
-2010 - MÉDIA 2” SEM = US$ 11.38
-2011 - MÉDIA 1” SEM = US$ 13.50/14.50

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Produtos agrícolas em alta

Algodão atinge mais alto preço em 140 anos

Baixos estoques mundiais, problemas climáticos que reduziram a oferta do produto e a crescente demanda tanto no Brasil quanto na China. Esses fatores fizeram com que o preço internacional do algodão alcançasse esse patamar.

O mercado está pagando US$ 2 por libra-peso.

Mas 70% da safra, que começará a ser colhida daqui a dois meses, já foram comercializadas, e a um preço 33% menor. Já foi vendida antecipadamente a cerca de US$ 0,75 libra-peso. Ou seja, R$ 1,65 o quilo. O momento é bom para os produtores se capitalizarem. E até quem precisou vender antecipadamente para comprar insumos ou para financiar a própria produção não deve desanimar.

Não é por acaso que a área plantada saltou de 824 mil hectares para 1,3 milhão de hectares, um crescimento de 64% de uma safra para outra. A colheita deve render 1,95 milhão de toneladas, mas até a chegada da nova safra o segmento terá de trabalhar com um suprimento "muito curto" e com o preço elevado, "jamais visto na história", disse o diretor da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel.De acordo com o Instituto Brasileiro de Algodão (IBA), os preços domésticos subiram 300% em um ano.

Fonte: Agrolink

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Código Florestal

Amanhã é um dia importante para o setor produtivo rural. Caranavas de produtores de todos os cantos do país desembarcam em Brasília para pressionar o Congresso  na votação do novo Código Florestal. Parece que agora há um consenso maior com relação ao tema, após o trabalho do Deputado Alto Rabelo, que elaborou uma nova versão do relatório, propondo algumas mudanças.

Independente da posição que cada um possa ter sobre o tema, seja pelo lado dos produtores quanto pelo dos ambientalistas, o mais importante é que se tenha uma definição sobre o assunto, que vem se enrolando há décadas, e só causa apreensão, principalmente no setor produtivo.

Embora não tenha me aprofundado tanto no assunto, particularmente vejo com grande avanço a proposta, e pelas informações divulgadas, tenho ressalvas apenas na questão das nascentes e da área de mata ciliar (preservação permanente), que tem proposta de redução pela metade. Acredito que menos de 30 metros de proteção nos pequenos córregos é muito pouco, no mais, o novo relatório parece bem coerente.

Abaixo uma entrevista do colega Borghi, agrônomo e atual Presidente do Sindicato Rural de Maringá, que foi entrevistado, no último domingo, pelo Jornal O Diário e comenta o tema defendendo a classe que representa.

(clique na imagem para ampliar e ler a entrevista na íntegra)