quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Feliz Natal e Bom Ano Novo

Que Deus ilumine a todos neste Natal e que tenhamos um 2011 repleto de paz, saúde, alegria e ESPERANÇA de um mundo melhor!
Estou de férias, por isso dando um tempo nas postagens, mas volto em breve.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Manual Receituário Agronômico


Recebi do colega Luciano, da Unicampo, também inspetor do Crea, cópia do Manual de Orientação sobre Receituário Agronômico, e disponibilizo aos colegas para baixa. É só clicar na imagem para fazer o download.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Convite para evento

(clique na imagem para ampliar e ver a programação)
Segue convite do Seminário de Diversificação na Agricultura Familiar que será realizado no dia 10/12/2010, sexta-feira, em Pitangueiras, das 8:00 às 17:00 horas. O objetivo do evento é discutir a diversificação na propriedade familiar, como forma de proporcionar alternativas de geração de renda e fortalecer as cadeias produtivas já existentes, em especial a do café, realizando também um trabalho de Integração entre café-seringueira ou outras espécies como palmáceas.
Para quem não conhece Pitangueiras fica a menos de 70 km de Maringá, entre Astorga e Sabáudia, e é conhecida por ter as maiores produtividades de café do Brasil.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Agrotóxicos

O Crea e a Secretaria de Agricultura lançaram uma cartilha para orientar os produtores rurais sobre o uso correto dos agrotóxicos. A campanha visa evitar abusos que possam prejudicar os alimentos, o solo, ou ainda a saúde dos trabalhadores.

A Cartilha distribui dicas e regras para uso de agrotóxicos. A preocupação é com a proteção dos trabalhadores e do solo. Veja reportagem da RPC, abordando a questão, clicando no link abaixo:

http://www.rpctv.com.br/bom-dia-parana/2010/12/cartilha-distribui-dicas-e-regras-para-uso-de-agrotoxicos/

domingo, 5 de dezembro de 2010

Cama de frango

Foto: Boletim FAEP 1121 (dez/10)

Somente no Paraná, responsável por 26% da produção nacional de frango, são abatidos mais de 1,3 bilhão de cabeças por ano. No Estado existem cerca de 14 mil estabelecimentos avícolas, a maioria de pequenos e médios produtores, concentrados principalmente nas regiões Oeste e Sudoeste. O último Boletim da FAEP trata do assunto, sob a ótica do volume de cama produzido, mostrando que esse subproduto pode ser um grande negócio para os produtores. Se cada ave produz em torno de 1,2 kg de cama, imagina a quantidade de esterco disponível.
Para quem não se deu conta ainda, basta fazer os cálculos, tomando como base a composição média do material, para se chegar a conclusão do quanto o produto é mais barato que o adubo mineral. Lógico que não se fala em trocar o fertilizante químico, mas pode-se muito bem substituí-lo parcialmente e fazer um boa economia. Segundo estudo da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, uma cama reutilizada por seis lotes, por exemplo, pode ter em sua composição: 3,5% de nitrogênio, 3,8% de fósforo e 3% de potássio, além de outros macro e micronutrientes como cálcio, magnésio, ferro e enxofre.
Uma conta simples, baseada em cálculo semelhante feito por engenheiro agrônomo do SENAR: uma tonelada de cama de frango possuiria 35 kg de N, 38 kg de P2O5 e 30 kg de K2O, o que demandaria em termos de adubo químico, por exemplo, 78 kg de uréia, 200 kg de superfosfato simples e 50 kg de cloreto de potássio. Em termos de valores, essa quantidade de fertilizantes custa hoje mais de R$ 300,00, o que indica uma economia tremenda caso se utilize a cama, que hoje na região pode ser encontrada por até R$ 70,00 por tonelada.
Particularmente venho defendendo esse material há muito tempo, porém com bases técnicas. Ou seja, após consulta ao profissional da área agronômica, pois há outros aspectos a serem considerados, não apenas essa questão química, mas também as físicas e biológicas, que por sinal também são bem favoráveis.

domingo, 28 de novembro de 2010

Eucalipto

Para falar a verdade nem sou muito fã do Globo Rural, pois volta e meia aparecem reportagens de atividades milagrosas. Entretanto, procuro assistir pois existem boas reportagens, e uma delas foi exibida hoje, tratando sobre o eucalipto. Seguem os links abaixo para quem quiser conferir!

Primeira parte:


Segunda parte:

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Dica de negócio!

(clique na imagem para ampliar)
Negócio interessante para os colegas: lote em São Jorge do Ivaí, à venda em leilão, dia 16/12/10:
"Imóvel rural, lote de terras sob nº141/A, da Gleba Esperança, com área de 5,00 alqueires paulistas, ou seja, 12,10 ha, no município de São Jorge do Ivaí/PR. Matrícula nº 1.604 do Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Mandaguaçu/PR.
a) Imóvel sem averbação da reserva legal e com área de preservação permanente, ficando a sua regularização a cargo do adquirente;
b) O imóvel possui um córrego na divisa, denominado Córrego Ararimbé, que é perene;
c) Há exploração agrícola (milho safrinha) cultivada pelo vizinho, sem contrato de arrendamento."
Localizado a 2 km do asfalto, entre São Jorge e o km 14, a 8 km da cidade.
Lance Mínimo 209.000,00 (só R$ 41.800,00 / alqueire)
Para maiores informações, acessar no site do leiloeiro: Kleilões  ou direto no edital
Vale a pena conferir.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Conservação de solos

IAPAR recomenda manutenção de terraços mesmo no plantio direto

A eliminação dos terraços, estruturas de terra para retenção de água em áreas de cultivo, traz consequências desastrosas com aumento acentuado de erosão. Para tentar reverter o mau uso do solo, o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) lançou nota técnica, recomendando a manutenção do terraceamento em Sistema de Plantio Direto (SDP). Essa é uma das práticas mecânicas mais antigas e eficientes no controle da erosão.

O Paraná tem cerca de 5,7 milhões de hectares em plantio direto - mais de 80% de área agricultável do Estado. A técnica foi adotada na década de 70 e contribui para a redução da erosão. Com a eliminação dos terraços, segundo IAPAR, houve processo acentuado de erosão, principalmente em área com maior declive. Isso foi percebido com a ocorrência de chuvas intensas, nos últimos anos, expondo novamente a agricultura paranaense a perdas de solo.

Para os pesquisadores do IAPAR o plantio direto isoladamente não é suficiente para o controle da erosão.

A nota técnica recomendada pelo IAPAR foi elaborada por pesquisadores, que simularam as perdas de solo, utilizando recomendações de espaçamento entre terraços, já publicadas pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC). No estudo, eles comparam as perdas de solo em situação de plantio convencional. O IAPAR lançou o Boletim Técnico Nº 71 de agosto de 2010º - Espaçamento entre terraços em plantio direto com as seguintes recomendações:

Recomendações:
1 - Os terraços devem ser mantidos em Sistema de Plantio Direto, pois é uma prática eficiente para controle da erosão, principalmente em anos com maior erosividade.
2 - A prática de remover um terraço a cada dois em Sistema de Plantio Direto não é recomendada para cultura anuais.
3- As recomendações de espaçamento entre terraços do Iapar E IAC apresentam perdas do solo próximas entre si para todos os cenários analisados.
4- As áreas agrícolas com espaçamento entre terraços do Iapar podem ser mantidas.
5- As áreas agrícolas onde serão construídos terraços podem utilizar tanto a recomendação de espaçamento de terraços do Iapar quanto do IAC.

A resolução 172/2010 que estabelece critérios para alocação de terraços em sistema de plantio direto, segundo orientações técnicas do IAPAR foi lançada pelo governador no dia 3 setembro em Campo Mourão.

O produtor que recusar a seguir o que determina a resolução 172/2010, pode ser notificado pela a resolução nº 066/2001 que dispõe sobre normas regulamentadoras dos procedimentos fiscalizatórios para preservação do solo agrícola no Estado do Paraná.

Maiores informações:
Legislação sobre normas regulamentadoras - processos fiscalizatórios
Cartilha Plantio Direto FAEP
Fonte: Faep

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Seminário de Produção Orgânica

Na próxima segunda-feira, dia 22, a partir das 08:00 horas, no Recinto de Leilões da Sociedade Rural de Maringá (Parque de Exposições), teremos o presente seminário, que deve abordar a produção orgânica como caminho para a inclusão social de produtores da agricultura familar. A programação inclui palestras sobre produção e mercado. Inscrições antecipadas podem ser feitas através do site www.maringa.pr.gov.br/spo. Estaremos lá, espera-se grande número de produtores.

domingo, 14 de novembro de 2010

Soluço na China

Chicago: Soja e milho trabalham no limite de baixa

Os futuros dos grãos negociados na Bolsa de Chicago trabalharam com forte queda na sessão diurna desta sexta-feira. Os preços da soja e do milho operaram no limite de baixa. A soja acabou fechando com praticamente (-) 0,70 para todos os vencimentos futuros, o que significa, uma queda de 70 centavos de dólar por bushel, ou US$ 1,50 por saca, ou ainda, em torno de R$ 2,60 por saca.

O ajuste econômico promovido pela China com o aumento da taxa de juros para conter a inflação pressionou os preços em todo o mercado de commodities nesta sexta-feira. A soja, dentre as commodities agrícolas negociadas na CBOT, é a que registrou as perdas mais expressivas. O vencimento maio perdeu o patamar dos US$13/bushel ainda no pregão noturno. Ao final do dia, passou simplesmente de US$ 13,47 para US$ 12,77.

De acordo com alguns analistas, essa movimentação pode ser rápida e passageira por conta da demanda chinesa - que continua firme e aquecida - e por conta de uma redução na produção de grãos nos Estados Unidos, além da briga por área, que deve atuar como fator de sustentação para os preços.

Os analistas apostam também na China como expressivo comprador de milho devido à quebra da safra chinesa. Para a soja, a procura continua crescente e acredita-se que essa queda nos preços pode ser uma oportunidade de compra na próxima semana.

Enfim, o circo está armado. Amanhã é feriado no Brasil, mas não no mundo. Estou lembrando de alguns anos atrás no fatídico soja a R$ 52,00: um chinês expirou na sexta, parece que também tinha feriado no meio, e o mercado simplesmente despencou. Tomara que esse comportamento de sexta-feira seja apenas um soluço, pois caso contrário, na terça-feira estaremos trabalhando com soja a R$ 42,00 ou menos por saca, aqui em Maringá, a não ser que o dólar tenha comportamento inverso e amenize essa perda. Vamos esperar para ver.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Preços da soja

Fiz um levantamento dos preços da soja desde 1997, e elaborei o primeiro gráfico abaixo, que nos dá uma idéia da situação dos preços atuais no contexto do período. Os preços, em reais,  foram obtidos do levantamento do CEPEA-Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (vide o site), e se referem ao preço do produto segundo o Indicador Soja CEPEA/ESALQ-Paraná, um levantamento diário de negociações no mercado físico de lotes (entre empresas), portanto os preços são um pouco acima do mercado de balcão, mas refletem fielmente a variação no período.

De posse destes dados diários, obtive a média mensal destes preços, e após levantamento do dólar médio mês a mês neste mesmo período, transformei a série do CEPEA em dólar, fazendo um gráfico específico. Este segundo gráfico mostra bem o que aconteceu a partir de 2007, quando os preços da soja mudaram de patamar, e a antiga média de 10-12 dólares por saco ficou para trás, simplesmente dobrando esses números. Neste novo período, representado pelos últimos 4 anos, o menor preço foi US$ 18,50 e o maior US$ 32,50.

Portanto, esses US$ 28,00 de hoje estão bem próximos do pico de preço, e sobretudo um pouco acima das melhores médias desses últimos três anos. Muito bom!



(Clique nos gráficos para ampliar e melhorar a visualização) 

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Bom momento III

Hoje a soja bateu US$ 12,72 por bushel no produto atual e beirou os 13 dólares (US$ 12,93) para maio/11, o que dá US$ 28,00 e US$ 28,50 por saca, respectivamente, para o presente e o futuro, preços pra lá de bons. Traduzindo em miúdos, temos hoje no físico, preço de balcão em Maringá,  a soja beirando os R$ 43,00/sc, e a possibilidade de venda a termo (futura), para entrega em março/11,  por R$ 43-44, e dependendo da empresa até R$ 45,00/sc.
Se considerarmos que a soja, nesta safra 10/11, deve custar em torno de R$ 900,00 por hectare, numa conta simples, concluímos que, caso o produtor garanta esse preço, serão necessárias 20 sacas por hectare para cobrir todos os custos, nada mal para uma cultura que tem como média na região cerca de 45-50 sc/ha, ou seja, a rentabilidade é de aproximadamente 120%, podendo superar esse número caso a safra seja parecida com a 09/10, quando as condições climáticas foram muito favoráveis, e muitos produtores chegaram a 60 sc/ha.
Então, está claro que embora o mercado possa subir mais, a única garantia no momento é esse contrato atual que dá esta boa margem, suficiente para o bom empresário fazer as contas das despesas e garantir, pelo menos, seu custo de produção. É a antiga história da média de preços, vende melhor quem vende parcelado. 
Se já é difícil acertar na mosca, imagina querer acertar, num tiro, o "olho da mosca". Enfim, o mercado está muito bom, o cenário é positivo e otimista para os próximos meses, mas não esqueçamos que o produto é negociado em bolsa, que sofre a maré de mercado, e nem sempre segue a lógica da oferta e demanda, tem muito mais condicionantes que os produtores aqui no interior nem imaginam.
Assim, vale o antigo ditado que diz que "cautela e canja de galinha não faz mal a ninguém", e como disse o ilustre Roberto Rodrigues, é bom colocar a barba de molho.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O exemplo de Marialva

(Foto do site oficial da Prefeitura)
Participei hoje, em Marialva, da apresentação do trabalho de Georeferenciamento que foi desenvolvido no município graças a uma parceria entre a Prefeitura e Emater. É um trabalho complexo que exigiu exaustivo trabalho de campo, com visita às propriedades rurais para obtenção de informações para alimentação de um banco de dados.

O projeto foi iniciado há quatro anos, numa iniciativa inédita no Estado no sentido de levantar informações diversas sobre propriedades rurais a partir de levantamentos de satélite e uso de GPS (Global Positioning System), e é o primeiro georeferenciamento completo concluído de um município do Paraná. O trabalho de campo foi desenvolvido por universitários da UEM e CESUMAR, sob supervisão do Eng. Agrônomo Rodolfo Mayer, da Emater, e dá um diagnóstico completo de todas as propriedades (altitude, tipos de solos, área de cada cultura, número de propriedades, número de cada lote, proprietário, entre outras informações). Num clique de mouse é possível ter na tela todos os lotes que tem uva demarcados no mapa do município, por exemplo. E esse trabalho estará disponível à comunidade.

Mais uma vez Marialva sai na frente dos outros municípios da região. Assim que puder vou tratar desse assunto, da verdadeira revolução que vem acontecendo ali, principalmente na agricultura.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Alerta no Eucalipto

Essa má notícica foi repassada pelo Joaquim, colega agrônomo da Emater daqui de Maringá. Segundo ele, que tem trabalhado com eucalipto, apareceu na região uma nova praga na cultura, até há pouco tempo somente encontrada em outros países. Trata-se de um hemíptera, o percevejo bronzeado (Thaumastocoris peregrinus). Os danos são o prateamento de folhas, seguindo de secamento e quedas dessas folhas. As árvores ficam com aspecto ressecado, com a copa seca. Esse dano é devido ao hábito alimentar do percevejo, que perfura as folhas e ramos finos para sugar seiva, deixando as folhas secas.
Segundo o Joaquim, ele visitou uma área de 8 hectares, no município de Flórida, totalmente atacada e comprometida, com plantas de 4 anos secando.
Os primeiros relatos da praga no Brasil são de junho de 2008, e no Paraná são de 2009, conforme citações nos materias técnicos abaixos: Registro no Paraná e Alerta: Ameaça às florestas de eucalipto brasileiras 


O problema parece ser muito sério e merece toda nossa atenção, principalmente agora que a madeira está tendo um incremento de área, com muitos plantios comerciais por todo o país.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O exemplo de Bituruna

Para quem não sabe, Bituruna é uma cidade de pouco mais de 15 mil habitantes, localizada no sul do Paraná, numa região bem acidentada por sinal. Sua economia é agrícola, sendo o vinho e a madeira os produtos principais. Boa parte da população, quase 50%, vive na zona rural. Este é o cenário do local que vem dando um belo exemplo de cidadania e responsabilidade social, principalmente quando comparamos com cidades ditas "mais evoluídas" como nossa querida Maringá. O pessoal de lá está dando um banho e colocando muitas cidades "no bolso".
O assunto é aterro sanitário, reciclagem e coleta de lixo, um tema bem na moda para nós maringaenses, que estamos esperando a solução para o problema por parte do poder público e demais autoridades.
A dica foi do meu amigo Luiz Marcelo Franzin, atual secretário de agricultura da grande Pitangueiras, e que foi visitar, na última semana, o trabalho desenvolvido em Bituruna, na questão da coleta seletiva e reciclagem de lixo. A visita foi motivada pela intenção do prefeito de Pitangueiras, o engenheiro agrônomo Cristóvão Ripol (por sinal meu conterrâneo de faculdade), de implantar algo parecido por aqui, já que existe um trabalho em andamento, com coleta seletiva e tudo, mas o aterro ainda é problemático, pois o descarte de material ainda é grande. 
Segundo o Marcelo, em Bituruna praticamente todo o lixo é aproveitado: os descartáveis são vendidos e o orgânico vira adubo vegetal (clique aqui: para ver as fotos baixar o arquivo). Ao final do processo,  de algumas toneladas de lixo coletado, sobram apenas algumas dezenas de lixo que realmente terá que ser depositado no aterro controlado, caudando um impacto muito pequeno.
Em tempo: a Prefeitura de Pitangueiras foi conhecer o trabalho por indicação de professores da UEM-Universidade Estadual de Maringá, que estão assessorando o trabalho, que pelo jeito tem tudo para ser implantado, já que voltaram supermotivados e encantados com a organização e trabalho que vem sendo feito naquele município.

domingo, 24 de outubro de 2010

Bom momento II

Nos últimos dias a cotação da soja está bem interessante, beirando os US$ 12 por bushel, um valor elevado para o produto. Hoje, no programa Globo Rural, o ex-ministro da Agricultura, Engenheiro Agrônomo Roberto Rodrigues fez uma análise da situção, que de fato só não está melhor devido à cotação do dólar. Mas ele mesmo alerta: a tendência da moeda americana não é de se valorizar.
Assim, considerando que os preços da soja em dólar estão, tanto no físico quanto no futuro, com cotação alta, a recomendação seria de o produtor procurar fazer uma trava de parte da produção, garantindo uma rentabilidade mínima ao seu empreendimento, que nos preços atuais beiraria 100% de lucro, caso a produtividade seja normal nesta safra 10/11. Caso não queira fazer o hedge, existe a possibilidade de buscar um seguro de preços através do mercado de opções, de forma a participar de uma possível maior alta no mercado no futuro.
Como disse o Dr. Roberto na entrevista: "portanto é bom: número um, botar as barbas de molho, e número dois, fazer uma posição no mercado futuro, vendendo pelo menos uma parte da safra”. Fica a dica!

domingo, 17 de outubro de 2010

Meteorologia

Confira a previsão do tempo para todo o Brasil, com análise de Desirée Brandt da Somar Meteorologia. Recebi a dica do colega agrônomo Adalberto Scanferla, e coloco à disposição para todos. Para ver a previsão para todo o país acesse o link a seguir (noticias agricolas), já para informações da nossa região (Sul do Brasil) veja o vídeo, que aponta para ocorrência do fenômeno La Niña com forte intensidade sobre o Pacífico. Este resfriamento do Oceano deverá alterar o comportamento da safra no Brasil, principalmente com diminuição das chuvas nos Estados do Sul.

sábado, 16 de outubro de 2010

Bom momento

A agricultura é feita de altos e baixos, de grandes emoções, talvez por isso seja tão apaixonante. Diferente da indústria onde se planeja produzir por um custo, acrescenta-se a margem de lucro, define um preço e tem um ganho mais ou menos pré-estipulado, na agricultura o cenário é um bem menos previsível. Depende do clima para produzir e os preços são definidos pelo mercado, podendo a margem ser mínima e até de prejuízo, como também ser bem grande, com rentabilidades de mais de 100%. Enfim, são os ônus e bônus do risco. 
Por que estou dizendo isso ?  Porque felizmente estamos em um bom momento, e a hora é de agradecer às boas colheitas na última safra, tanto de verão quanto inverno, e aos preços que, de forma geral, estão bem favoráveis.
Domingo, em entrevista no programa Globo Rural, o economista José Roberto Mendonça de Barros citou o que chama de fenômeno curioso, que há muitos anos ele não via: "todos os preços de produtos importantes estão em alta forte, a partir de julho especialmente. Com o aquecimento da China mais os efeitos climáticos estão fazendo a alta de preços agrícolas virar um fenômeno mundial e preocupante. Estes preços estão subindo em boa medida porque têm demanda, associado a isso, algo que é do setor, adversidades climáticas. Seca na Rússia, seca na Ucrânia, chuva demais no Paquistão afetando a produção e produtividade no mundo como um todo. Como os estoques não estavam tão grandes, esta pressão de preço se generalizou e é um negócio inusitado. Há muitos anos acompanhando a agricultura, realmente é raro a gente ver este fenômeno", afirma ele.
Só para ilustrar temos:
- Soja: R$ 40,00 / sc (bom)
- Milho: R$ 17,00 / sc (razoável, mas pela produtividade da safrinha preço se torna bom)
- Mandioca: R$ 300,00 / t (ótimo, o dobro do ano passado)
- Laranja: R$ 10,00/cx 40,8 kg (bom, o dobro do ano passado)
- Café: R$ 280,00 / sc (bom)
- Frango: mercado em amplo crescimento
- Suíno: R$ 2,50 / kg vivo (mercado firme)
- Boi: R$ 90,00 / arroba (muito bom)
- Álcool e Açúcar: ótimos.
- Madeira: muito bom.
Enfim, tem realmente muitos produtos com mercado favorável e não dá para reclamar agora.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Oração do Agrônomo

"Herdarás o solo sagrado e a fertilidade será transmitida de geração em geração. Protegerás teus campos contra a erosão e tuas florestas contra a desolação. Impedirás que tuas fontes sequem e que teus campos sejam devastados pelo gado. Para que teus descendentes tenham abundância para sempre."

AGRONOMIA: A CIÊNCIA DA VIDA

domingo, 10 de outubro de 2010

12 de Outubro - Dia do Engenheiro Agrônomo

 
Parabéns a todos os colegas de classe, que exercem esta grande profissão, tão eclética e diversa quanto a natureza que juramos preservar. 

"Que no exercício da minha profissão, me mostre sempre fiel aos mandamentos da honestidade e da Ciência, cumprindo e fazendo cumprir a fiel observância das leis e postulados da ética profissional.
Traga no peito a vontade de vencer e voltar a minha luta para melhorar o mundo.
Respeite a terra trabalhando-a com nacionalidade para que mais ela possa produzir.
Nunca esqueça que a sobrevivência e o crescimento do homem somente se consolidarão de forma duradoura se harmonizados com o meio ambiente.
Utilize a minha profissão para favorecer o progresso social e econômico do meu país"

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Biotecnologia na laranja

Na última semana tivemos o prazer de visitar o grande nome da citricultura do Paraná na atualidade. O Dr. Eduardo Fermino Carlos é hoje "o cara" da laranja, e há pouco menos de um ano veio trabalhar como pesquisador no IAPAR, uma grande aquisição do nosso Instituto de Pesquisa, que deve contribuir muito para o desenvolvimento da cultura no Estado.
O Eduardo (como colega de turma da UEL, tomo  a  liberdade de chamá-lo assim), que foi contratado especialmente para trabalhar com biotecnologia, nos apresentou as bases de seu trabalho. Tivemos numa agradável manhã, uma aula particular sobre as novas tendências da citricultura mundial, as técnicas que vem trabalhando, e as promessas de termos em breve laranjas resistentes a seca (transgênicas), laranjas mais produtivas, e quem sabe citros resistentes ao greening, entre outras linhas de pesquisa que desenvolve.
Embora o Paraná seja pouco expressivo na produção de citros, o Estado tem algumas características que podem fazer com que nossa citricultura seja diferenciada. Como ele próprio disse, hoje figuramos na categoria de "outros" no ranking de produtores liderados por São Paulo, e já que não podemos ser os maiores, que sejamos os melhores. E pelo jeito temos todos os elementos para fazer isso.

domingo, 3 de outubro de 2010

Vantagens dos adubos verdes

A matéria abaixo, tirada do site Agrolink, é bem interessante. Embora as plantas citadas sejam de verão, ou seja, concorrem com as nossas culturas principais, e por isso são pouco conhecidas e cultivadas, o estudo mostra que há muita coisa ainda a descobrir, e muitas soluções e respostas estão na própria natureza, basta fazermos bom uso delas.

O problema é que pouca gente dá importância para essas plantas, ditas "não comerciais", apesar de seu uso consagrado. É certo que ninguém vai plantar mucuna, feijão de porco ou crotalária ao invés de soja, mas para determinadas situações tais plantas podem ser utilizadas, principalmente na entrelinha de culturas permanentes como café, laranja, etc, entre outras situações. O difícil, no entanto, é encontrar sementes para o plantio. Na última semana resolvi comprar semente de mucuna-anã, para plantio na entrelinha do café que foi esqueletado. Pois bem, no Norte-Noroeste do Paraná deve ter duas ou três empresas que vendem tais sementes. Aí fica difícil:  a demanda já é pequena, e quando há não se encontra sementes! E neste ponto, 2 x 0 para Londrina sobre Maringá. O problema é que não é todo produtor que pode pegar um carro e ir até Londrina para achar o que precisa.

Matéria - Fonte: Agrolink
"Descoberto mais um benefício do cultivo de adubos verdes. Dentre os diversas vantagens, a mucuna-preta e o feijão-de-porco descontaminam o solo afetado com resíduos de herbicida.
Já se sabe que o cultivo de espécies vegetais da família das leguminosas pode trazer inúmeros benefícios aos agroecossistemas, tais como: aporte de nitrogênio (N) ao solo, devido à simbiose com bactérias fixadoras de N atmosférico; descompactação do solo, resultante da ação de raízes pivotantes; ciclagem de nutrientes, depositando nas camadas superficiais nutrientes absorvidos de camadas mais profundas; adição de matéria orgânica ao solo; incremento da atividade biológica dos solos; e proteção do solo contra processos erosivos.
Uma equipe multidisciplinar de pesquisadores de quatro instituições (Universidade Federal do Espírito Santo, Universidade Federal de Viçosa, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e Embrapa Tabuleiros Costeiros) descobriu mais um benefício de duas espécies de adubos verdes - mucuna-preta (Stizolobium aterrimum) e feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) – a capacidade de descontaminar solos com resíduos de herbicidas.
Alguns herbicidas registrados para uso em diversas culturas agrícolas no Brasil apresentam a característica de continuar ativo no solo por um longo período de tempo. O uso desses herbicidas pode impedir o plantio de outras culturas na mesma área por vários meses ou até anos. O uso do herbicida picloram pode exemplificar essa situação, pois após a sua aplicação no solo, deve-se esperar, em média, três anos para que se possa efetuar a semeadura de uma cultura sensível, com segurança, na mesma área.
Do ponto de vista ambiental a redução desse período de atividade residual do herbicida no solo também é positiva. Quanto maior o tempo que um herbicida permanece ativo no solo, maior é a probabilidade de ocorrer a lixiviação de suas moléculas no perfil do solo, podendo atingir e contaminar os mananciais de água subterrânea.
Trabalhos científicos comprovaram que o cultivo das espécies mucuna-preta e feijão-de-porco pode auxiliar na redução do nível de atividade no solo dos herbicidas trifloxysulfuron sodium e tebuthiuron. Com a aplicação dessa técnica pode-se reduzir significativamente o intervalo entre a aplicação desses herbicidas e a semeadura de uma espécie cultivada que não apresenta tolerância à presença dessas moléculas no solo.
Essa técnica de se utilizar plantas no intuito de se promover uma descontaminação de áreas agrícolas ou mesmo industriais é denominada de fitorremediação.
Essas pesquisas reforçam ainda mais os benefícios que o cultivo de adubos verdes pode proporcionar para as áreas agrícolas (otimização do uso da terra e redução da contaminação ambiental), mostrando a importância da inserção dessas espécies em sistemas de produção sustentáveis."
Sergio de Oliveira Procópio, pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros
Fábio Ribeiro Pires, professor da Universidade Federal do Espírito Santo
Embrapa Tabuleiros Costeiros - Aracaju

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Arábica x Conilon

Para quem quer saber melhor a diferença entre o café arábica e o conilon é só assistir essa reportagem que passou no programa Globo Rural de ontem. Para completar a informação, adianto que Minas Gerais é o maior produtor de arábica, que também é produzido no Paraná e São Paulo, enquanto o Espírito Santo é o maior produtor de conilon. E pra mim que sou um modesto produtor do verdadeiro café, tenho comigo que café é arábica, o outro classificaria como um adjuvante. Tanto que boa parte dele tem sido usado para fazer mistura ao arábica, visando dar uma cor e baratear o produto para consumo do brasileiro que não liga muito para qualidade. E vendem com o sugestivo nome de "blended", e o pior é que nem dá para falar que estão mentindo. Eu fico com o puro, 100% arábica, de preferência o meu, torrado e moído em casa.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Aspectos Ambientais da relação Campo & Cidade no Paraná

Com certa frequência a sociedade tem entendido que os usos agrários dos solos provocam imensos, senão os maiores, danos ambientais que o Brasil tem sofrido. Desmatamentos, destruição da fauna nativa, degradação dos solos, poluição por agrotóxicos, poluição das águas e contaminação dos ares, além de violências às populações tradicionais de índios e quilombolas e exclusão de colonos agricultores. Enfim, se atribui às zonas rurais brasileiras a origem e a culpa dos maiores malefícios sociais e ambientais da Nação.

Há indícios que as populações dos grandes centros urbanos, cada vez mais distantes da roça, não respeitam nem reconhecem os valores das áreas rurais, e esquecendo-se de que ali se produz o alimento que as sustentam, mostram, pelas atitudes, desconhecer a profunda dependência que as populações urbanas tem das zonas rurais. Levados por ativistas ditos ecologistas, concordam passivamente que os proprietários rurais têm o dever e a obrigação de preservar a plenitude das áreas não urbanas.

Não somente boa parte da população, mas também uma parcela das autoridades e legisladores não raro se mostra insensível às necessidades que viabilizam a produção de alimentos, no volume e qualidade demandados pelo mercado interno e externo. Isso se nota pela desproporcional regulamentação legal e ações fiscais, aplicadas às zonas rurais, em comparação ao que ocorre nas áreas urbanas. Há evidente tolerância aos impactos causados ao meio ambiente e à sociedade pelas cidades. Ao mesmo tempo, se aprimoram medidas restritivas às práticas agrárias, cercadas por legislação que limita usos dos solos, das águas, de espécies de importante interesse econômico, impondo, por outra mão, aumentos da capacidade produtiva, tudo sob ameaças legais.

Ironicamente, à medida que os habitantes urbanos se afastam "da roça", também se alienam de sua responsabilidade com muitos fatores ambientais essenciais à própria qualidade da vida. Nas cidades águas são desperdiçadas sem maiores preocupações, não há efetiva preocupação com o lixo que é produzido, cada vez mais e com materiais tecnológicos de difícil degradação, menos ainda com a sua destinação; contamina-se despreocupadamente o ar e eliminam-se as possibilidades da vida silvestre que poderia haver nos rios, em suas margens e em remanescentes arbóreos urbanos.

Esta é a tônica do presente estudo, realizado com foco no Estado do Paraná, contratado pela Federação da Agricultura do Paraná com a A.Muller Consultoria Ambiental, assessorada por um grupo de professores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Para ler o estudo completo, acesse aqui e faça a baixa do arquivo.

Fonte: FAEP

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Monitoramento Diário

Acho que agora a chuva vem, vamos esperar que está prevista para o próximo fim de semana. Talvez não seja suficiente para repor o déficit hídrico, que na região já é de mais de 50 mm, mas muda o cenário de seca e abre a porta para entrada de novas frentes.
No site do IAPAR é possível ter todas as informações climáticas, com monitoramento diário da precipitação, temperatura máxima, média e mínima, água disponível no solo, evapotranspiração, dias sem chuva e deficiência hídrica em todo o Paraná, apresentado sob fácil visualização como o mapa acima. São informações preciosas para quem trabalha com a agricultura. Acesse o site e veja mais detalhes, vale a pena.  

domingo, 19 de setembro de 2010

Valor da Terra Nua


A Secretaria da Agricultura do Paraná, através de seu Departamento de Economia Rural - DERAL, publicou a tabela de valores da terra nua de 2010 de todos os Municípios deste Estado, para o produtor rural ter uma referência quando for declarar o Imposto sobre sua Propriedade Rural - ITR. Vale lembrar que o VTN é à base de cálculo do ITR.
Na realidade, a tabela contém informações sobre a pesquisa de terras agrícolas de 1998 até 2010. Abrange os tipos de terras (solo) Roxa, Mista e Arenosa, tendo sempre como base o mês de janeiro de cada ano. Para cada tipo de terra foram pesquisados os preços médios das áreas mecanizadas, mecanizáveis, não mecanizáveis e inaproveitáveis.
Segundo o próprio DERAL, os preços pesquisados devem servir apenas como uma referência de preço por Município e não devem ser utilizados como valor absoluto, fechado, tendo em vista que cada propriedade rural tem suas características próprias quanto ao tamanho, localização, vias de acesso, topografia, hidrografia, tipo de solo, capacidade de uso, grau de mecanização, características próprias de cada um dos 399 Municípios do Paraná.
A Secretaria da Receita Federal utiliza o levantamento feito pelo DERAL, para comparar com os valores declarados pelos proprietários de terra, nas declarações do ITR.
A partir de 2009 caso o Município, por força de dispositivo legal, tenha celebrado convênio com a Receita Federal, o ITR se torna competência do Município e este deterá a competência de fiscalização e todo o produto da arrecadação do tributo.
Alguns Municípios autuarão proprietários, que tenham declarado um VTN muito abaixo da tabela do DERAL ou tabela de valores elaborada pelo próprio Município.
Valores muito abaixo das tabelas de valores, deverão ser justificados com laudo técnico, elaborado por profissional habilitado, caso futuramente a declaração do ITR seja objeto de autuação.

Fonte:  FAEP

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Estiagem prolongada

A situação está se complicando e tomando rumos perigosos. A seca vem se prolongando, as pastagens estão secas e o fogo vem tomando conta de muitas áreas. Esse fato aconteceu esta semana em propriedades na região de Santa Mônica, aqui no Noroeste, inclusive com morte de animais. Vejam a reportagem exibida no programa Globo Rural.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Crise americana

Resuminho rápido de Aula Magna do Curso de Doutorado em Economia da UEM - Maringá, proferida recentemente pelo Prof. Phd Eduardo Tebaldi (ex-aluno da UEM) - Professor da Bryant University – USA. A íntegra do resumo, feito pelo colega Orlando, pode ser baixada aqui.

Sobre as perspectivas da economia americana fez os seguintes comentários: "Como estão as coisas por lá no momento: (agosto-2010) – A recuperação da economia está perdendo força. Está diminuindo a ajuda do governo ao povo e a economia vai piorar, ficando o PIB americano negativo em 2011 segundo as previsões. Lá há inclusive a figura jurídica das Falências de Pessoas Físicas. A crise no mercado imobiliário local, inclusive, ainda não acabou.
Há riscos elevados de nova recessão nos USA. O desemprego lá está em 9,5%. Volatilidade nas bolsas, etc. O custo unitário do trabalho nos USA tem caído sensivelmente e a produtividade da mão de obra tem crescido.
A prosperidade vem das inovações. Intervenções do governo na economia, como houve, podem atrapalhar as inovações."

sábado, 11 de setembro de 2010

Concurso de produtividade de soja

Para quem quiser participar do concurso de produtividade de soja ou conhecer melhor como funciona, é só acessar o site da CESB - Comitê Estratégico Soja Brasi, no link abaixo:

Para saber mais sobre o Desafio de Máxima Produtividade Safra 2010/2011, clique aqui.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Desvendando os segredos do Mister M da soja

Essa eu devo ao meu amigo Ceará, grande Engenheiro Agrônomo Italvaci de Souza, de Campo Mourão, que pelo jeito, nas horas vagas, é também detetive. No intuito de averiguar melhor sobre a notícia veiculada recentemente em toda a imprensa nacional, visitou o produtor e fez esse ótimo relatório, que gentilmente me repassou e coloco abaixo da forma original recebida, com a autorização do autor.

"Quinta feira, dia 02/09, estive no município de Mamborê (PR) visitando o produtor Rural Sr. Leandro Sartorelli Ricci, vencedor do Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja, Safra 2009/2010. Esse concurso foi promovido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) que, em sua 1ª Edição, teve a participação de 800 produtores de todo o Brasil. O produtor Leandro Ricci conseguiu a impressionante produtividade de 108,4 sacas de soja por hectare, equivalente a 262,32 sacas por alqueire.
Será que ele descobriu a pólvora, é Mágico ou é um verdadeiro Alquimista!?
O que diria o “MAGO” Paulo Coelho sobre isso!?
De acordo com os relatos do próprio produtor, ele não fez nada de outro mundo.
Simplesmente escolheu a melhor parcela de solo da propriedade (parcela de 8 ha), dobrou a densidade de plantio (511 mil plantas/ha), para a cultivar utilizada (Syngenta 3358) o stand recomedável varia de 250 a 300 mil plantas por hectare. Para aumentar a densidade de plantio, como o mesmo não tinha semeadeira com espaçamentos menores, ele fez o tal do plantio cruzado, ou seja, foram feitas duas semeaduras na mesma área, cruzando as linhas de plantio. Foi feita uma adubação de base pesada com 660 kg/ha de Súper Simples e, em cobertura, 250 kg/ha de KCl. Vejam que é o dobro ou mais que a recomendação para uma produtividade de 151 sacas/alqueire. No tratamento de sementes adicionou-se cobalto e molibidênio (COMO). Foi realizada também adubação foliar em duas aplicações (250 ml/ha de stimulate + 415 ml/ha de Yaravita Mantrac); três aplicações de fungicidas e três aplicações de inseticidas.
O clima foi bastante favorável à cultura, uma vez que durante o ciclo da mesma (115 dias) choveu regularmente e com boa distribuição (62 dias), sendo uma precipitação total de 1359 mm.
Vale ressaltar que na parcela testemunha, também com alta tecnologia, a produtividade obtida foi de 170 sacas/alq.
Nessa safra (2010/2011) o proprietário comentou que vai fazer novas avaliações/experimentações, porém, com menor quantidade de insumos.
Então senhores, mágica alguns fazem, milagres...

Eng. Agr. Italvaci de Souza"

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Economia burra

Hoje falando com um produtor de Maringá, questeionei sobre a colheita do milho safrinha. Disse ele que havia terminado e que tinha produzido 150 sacas por alqueire. Lógico que achei pouco e perguntei a razão, ao que ele disse que tinha usado grão próprio, o famoso "milho de paiol". Segundo sua teoria, havia gastado pouco e com isso poderia estar tendo o mesmo lucro por hectare que os demais produtores, ou seja, estava convencido de que tinha feito um bom negócio, e queria que eu concordasse com ele. Não cheguei a fazer nenhuma conta no momento, e fazendo agora, pode até ser que a sua economia em semente seja os 50 sacas por alqueire que os demais produtores estão produzindo a mais (a média dos produtores tranquilamente este ano vai ficar em 200 sacas por alqueire). Embora naquele momento o produtor fosse um cliente meu e fosse politicamente correto concordar com sua teoria, não tive dúvidas em lhe afirmar que tinha feito um péssimo negócio.
Certamente da mesma forma que economizou na semente, deve ter economizado no fertilizante (ninguém vai usar 300 kg/ha de formulado em grão ao invés de semente), ou seja, o que a planta retirou do solo é mais que o fornecido, de forma que ele só piorou as condições do solo e as safras futuras vão mostrar, pois a natureza não perdoa. Falei categóricamente que se ele tivesse plantado um adubo verde o resultado para o sistema seria muito melhor. Temos que parar de pensar no curto prazo e trabalhar com médio e longo prazo, pois o que importa é o resultado ao longo do tempo. 
Não sei se ele gostou de ouvir isso, mas tenho certeza que se refletir sobre a questão, vai ver a burrice que fez. Se não entender agora, pode entender por mal, no futuro. Dúvido que sua média de produtividade de soja supere de outros produtores com mentalidade menos retrógrada. Ou seja, perde um pouco agora, mas vai perder mais depois. Qual a vantagem disso ? E o mais interessante que disse foi que economizou 2% do agrônomo, já que nem precisou financiar. Precisa dizer mais alguma coisa ? 

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Embrapa lança publicações sobre Manejo Integrado de Pragas da soja

A Embrapa Soja acaba de editar duas publicações que trazem novas informações sobre a relevância do Manejo Integrado de Pragas e também sobre os níveis de desfolha tolerados na soja sem reduzir a produtividade. As duas publicações, detalhadas abaixo, estão disponíveis nos links abaixos:  Circular Técnica 78 -  Práticas de manejo de pragas utilizadas na soja e seu impacto sobre a cultura



O Sistema de Alerta é uma boletim eletrônico da Embrapa Soja que traz informações sobre os problemas que podem afetar a safra de soja e de trigo.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Centro de Intoxicações

Ontem foi realizado aqui em Maringá, no auditório do Crea, o FÓRUM SOBRE RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL NO USO DE AGROTÓXICOS, um evento direcionado a profissionais que atuam na área de produção agrícola, com o objetivo de apresentar e debater temas relacionados ao uso de agrotóxicos. Houve palestras sobre valorização e ética profissional, destinação de embalagens vazias, fiscalização do uso de agrotóxicos, responsabilidade civil e criminal no uso de agrotóxicos e sobre intoxicações por agrotóxicos.
A novidade para mim, e que pode interessar a toda a sociedade, é que existe em Maringá o CCI - CENTRO DE CONTROLE DE INTOXICAÇÕES, dispondo de médico e atendimento com plantão 24 horas e custo zero, direcionado ao atendimento de pessoas com intoxicações.
Para quem precisar, o telefone é 0800-7226001 e 3011-9127.
Fica a dica de utilidade pública. 

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Feijão transgênico

Imagina se no Brasil o investimento em pesquisa fosse da grandeza da nossa agricultura. O que nossas cabeças não produziriam ? Seríamos imbatíveis! Embora sabemos que nos últimos anos houve investimentos bem maiores na pesquisa. Temos que ver essas notícias com orgulho. Para quem trabalha com feijão e sabe do problema do vírus do mosaico, a notícia é muito boa. Parabens para a pesquisa!!

Primeiro feijão transgênico do mundo é brasileiro

Variedade é resistente ao vírus do Mosaico Dourado, que destrói plantações em todo o país.
A Embrapa desenvolveu o primeiro feijão transgênico do mundo. A variedade, resultado de 20 anos de pesquisa, é resistente ao vírus do Mosaico Dourado, que destrói plantações em todo o país.
O produtor Derci Cenci percorre a lavoura em busca da mosca branca. As poucas que escaparam do defensivo ameaçam a plantação. O ritual se repete até as plantas crescerem. Para quem já amargou prejuízos no passado, todo o cuidado é pouco.
— Nós não demos conta de combater a mosca branca, era todo dia, quando vimos a planta estava infestada e tivemos que abandonar 125 hectares de feijão irrigado — diz Cenci.
Ao sugar os nutrientes, o inseto pode injetar um vírus - que deixa as folhas amareladas, deforma as vagens e impede o crescimento da planta. As perdas podem chegar a 100% nas lavouras.
Sabendo das dificuldades que os produtores enfrentam, pesquisadores da Embrapa desenvolveram um feijão resistente ao vírus do Mosaico Dourado. A cultivar já foi testada em campo e agora só falta a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança autorizar a comercialização.
Os pesquisadores pretendem entregar o pedido à CTNBio até novembro e esperam que em 2012 as novas sementes já estejam disponíveis no mercado.
— Nós temos testado, nos últimos cinco anos, em três regiões: nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Paraná, e temos feito avaliações agronômicas.
Temos comprovado que essas plantas têm sido imunes a doenças do campo e temos avançado no programa de melhoramento e de biossegurança — explica o pesquisador Josias Farias. Especialista em Meio Ambiente, este agrônomo reconhece a importância da descoberta./ Mas recomenda cautela.
— É uma questão que deve ser tratada com muito critério, muito cuidado, tanto do ponto da segurança ambiental quanto alimentar também e da saúde das pessoas — diz o agrônomo Thomas Ludewigs, da UnB.

CANAL RURAL- www.canalrural.com.br

Agricultura 13/08/2010
Viviane Cardoso
Brasília (DF)

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Seminário sobre Mercados Futuros e Opções

A pedido do amigo, economista e professor Julyerme, convido a todos para participar do evento abaixo que será realizado na UEM neste sábado e  no próximo: 

Seminário Mercados Futuros e Opções Agropecuárias

PALESTRANTE: PROF. MSc. Julyerme Matheus Tonin
DIAS: 21 e 28/08/2010 – sábado
HORÁRIO: 08:00 as 11:30 Hs.
CARGA HORÁRIA: 08 horas
LOCAL: Bloco C34 – Sala 001 Auditório 1

As inscrições podem ser feita no Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá
(44) 3011-5202 (44) 3011-5202 ou entrando em contato com  jmtonin2@uem.br

domingo, 15 de agosto de 2010

Inoculante para cana, trigo e milho

Inoculante pode aumentaar produtividade em 25%.
Inoculação de bactérias fixadoras de nitrogênio pode ser mais uma tecnologia a disposição dos produtores de cana para reduzir custos.

A exemplo do que já ocorre com a soja, a inoculação de bactérias fixadoras de nitrogênio poderá ser mais uma tecnologia a disposição dos produtores de cana-de-açúcar para reduzir custos de produção e aumentar a produtividade. O nitrogênio, usado em grande escala na agricultura, é um dos elementos que quantitativamente mais limita o crescimento das plantas. Ele existe de forma abundante no ar, cerca de 80%, mas as plantas não são capazes de absorver na forma gasosa, apenas absorvê-lo do solo na forma de compostos solúveis como nitrato e amônio. No final do século passado descobriu-se que várias espécies de leguminosas como soja e feijão, possuíam nódulos nas raízes contendo bactérias do gênero Rhizobium que podem transformar o nitrogênio gasoso em amônia, utilizada para o crescimento da planta num processo chamado de fixação biológica da planta.

Estudos iniciaram na década de 50

A cana-de-açúcar não possui essa capacidade de formar nódulos nas raízes. Mas, na década de 50, iniciaram-se estudos no Brasil sobre outras bactérias fixadoras de nitrogênio que se associam a essa cultura. A pesquisadora da Embrapa, Dra. Johanna Döbereiner, de renome internacional, é que isolou algumas espécies.
A eficiência agronômica das bactérias fixadoras de nitrogênio e promotoras de crescimento em gramíneas (Azospirillum brasilense), selecionadas na UFPR pela equipe do professor Fábio de Oliveira Pedrosa, foi comprovada para o arroz, trigo e milho com incrementos na produtividade de grãos de até 11% na cultura do trigo e até 30% em milho. Liberado pelo Ministério da Agricultura, o inoculante para essas culturas já está disponível no mercado.

Esta notícia completa e interessante está disponível no Jornal Paraná Açúcar & Alcool, edição Julho/2010.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Lavoura toma espaço da pecuária

Abaixo uma matéria interessante, dica do meu amigo Eng. Agrônomo João Francisco: uma verdadeira revolução na agricultura brasileira em menos de 20 anos, enquanto que a pecuária mantém-se praticamente estagnada.

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Participação da agricultura na riqueza do campo aumentou de 45% para 75% entre 1996 e 2006; a da pecuária caiu de 35% para 20%.

Fernando Dantas / RIO - O Estado de S.Paulo

A participação da lavoura na riqueza do campo no Brasil deu um grande salto entre 1996 e 2006, saindo de 45,4% para 75,1% do valor bruto da produção rural. O dado inclui a silvicultura. Já a participação da pecuária recuou de 35,6% para 20% no mesmo período.

Em termos absolutos, o valor nominal da lavoura mais do que quadruplicou em dez anos, saindo de R$ 23,3 bilhões em 1996 para R$ 108,1 bilhões em 2006. A pecuária, por sua vez, teve um aumento bem menor no período, de R$ 18,3 bilhões para R$ 28,8 bilhões.

Esses números fazem parte de análise dos economistas Mauro de Resende Lopes, Ignez Vidigal Lopes e Daniela de Paula Rocha, do Centro de Economia Agrícola (CEA)da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em dois estudos por eles realizados em cima dos Censos Agropecuários de 1995/1996 e de 2006.

"O que deu uma força muito grande para a produtividade na lavoura foi a combinação dos avanços da tecnologia biológica e mecânica", diz Mauro Lopes.

Entre 1996 e 2006, a área plantada total de grãos no Brasil teve um aumento de 24,2%, de 38,5 milhões para 47,9 milhões de hectares, enquanto a produção cresceu 95,9%, de 73,6 milhões para 144,1 milhões de hectares.

Esse aumento de produtividade fica muito claro em algumas culturas, como a do milho, na qual houve um recuo de 5,9% na área plantada entre as safras 1995/1996 e a estimativa para 2009/2010, mas com um aumento de 65% na produção - de 32,4 milhões para 53,5 milhões de toneladas.

Lopes cita diversos avanços na agricultura brasileira nas últimas décadas, que impactaram produtos como soja, algodão, arroz, feijão e cana-de-açúcar.

Já no caso da pecuária, Lopes observa que, "apesar de grandes avanços na genética e no manejo, a taxa de abate, ligada à produtividade, quase não aumentou". A taxa de abate mede a relação entre os animais abatidos e o total do rebanho. Segundo tabela elaborada pelo Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a taxa de abate brasileira foi de 20,25% em 1996, e de 20,56% em 2006, permanecendo quase inalterada.

O pesquisador destaca que está havendo um aumento muito expressivo no confinamento dos bois, o que reduz a idade média dos animais abatidos e aumenta a produtividade. Ele nota, porém, que os bois confinados ainda correspondem a menos de 10% das cerca de 40 milhões de cabeças que são abatidas anualmente no Brasil. "Não dá um impacto muito grande na taxa de abate", diz Lopes.

O Centro de Economia Agrícola produziu, para a CNA, duas versões do estudo Quem Produz o Que no Campo: Quanto e Onde, com base nos microdados do Censo Agropecuário.

O primeiro, realizado em 2004, foi baseado no Censo de 1995/1996. O segundo, divulgado este ano, é baseado no Censo de 2006.

sábado, 7 de agosto de 2010

Sem medo do gesso

Recentemente esteve aqui em Maringá o pesquisador do IAPAR, Dr. Ademir Calegari, e na sua apresentação, além de ressaltar a importância da rotação de culturas e uso de adubos verdes, sua especialidade, falou sobre o uso do gesso agrícola.
Citou trabalhos do especialista da Embrapa Cerrado, Dr. Djalma Martinhão Gomes de Sousa, mas sobretudo deixou uma mensagem de que não devemos ter medo de utilizar este importante insumo.
Falou aos presentes que nós técnicos, em nossa formação, aprendemos a ter medo do gesso, que ele era muito perigoso, etc, mas que isso tem que ser desmistificado, começando pelos técnicos que devem rever seus conceitos e procurar se informar e buscar estudos que mostram o quanto seu uso pode ser benéfico para a agricultura.
Chegou a citar, de forma genérica, trabalhos conduzidos por anos, em café, onde se usou grandes quantidades (bem mais de 10 t/ha) sem prejuízos para o solo e a planta.
É claro que não devemos sair por aí aplicando o insumo indiscriminadamente, mas fica claro que seu uso é importante e deve ser feito sob recomendação técnica, embasada no histórico da área, em uma boa análise de solo, enfim sob recomendação agronômica.
Abaixo um trabalho da Embrapa, meio antigo, mas que serve para iniciar no assunto.

domingo, 1 de agosto de 2010

Dia de campo - Arenito

A pausa nas postagens não é por falta de assunto, mas de tempo. Em todo caso está prometido para as próximas semanas, as falas do Calegari no dia de campo aqui de Maringá, principalmente sobre o gesso.
E falando em dia de campo, segue convite para um já tradicional, que será realizado em Santo Inácio, no dia 13 de agosto. Clique no cartaz para ampliar e ver a programação.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Adubação verde II

Para quem não conhece, esse é o grande Doutor em solos Ademir Calegari, pesquisador do Iapar, autor de uma série de trabalhos e alguns livros na área de rotação de culturas, adubos verdes e plantio direto. Tive o prazer de conhecê-lo ainda na Universidade, e depois de 20 anos pude reencontrá-lo aqui em Maringá, na semana passada em um dia de campo. Na sua palestra como de costume ressalta a importância da rotação de culturas e o uso de plantas que promovam a reciclagem de nutrientes, a melhora da estrutura do solo, o fornecimento de matéria orgânica, entre tantos outros benefícios que os adubos verdes oferecem.
Já escrevi em outras ocasiões que tenho grande empatia por essa área, e desde a faculdade procurei estudar esse assunto e aplicá-lo no meu exercício profissional, e uma das pessoas que na época me levou a gostar do tema foi justamente o Dr. Ademir, na época já pesquisador do Iapar, que ministrava palestras nas famosas Semanas Agronômicas da UEL. 
Assim que puder vou comentar alguns assuntos abordados pelo pesquisador na ocasião do evento. No momento o que posso transmitir é o grande contraste que pude sentir, por um lado a alegria de revê-lo com o discurso cada vez mais afinado, e de outro uma certa tristeza de saber que poucos colegas prestigiam um trabalho destes, o que pode ser claramente visto não só pela baixa participação em eventos técnicos com autoridades desse calibre, mas principalmente pela omissão no contato direto com o produtor, ao não levar a campo técnicas consagradas, deixando o trabalho técnico e valorização profissional de lado para fazer a vontade imediatista do produtor, que em um ano como este, onde mesmo com o cenário para o milho safrinha e o trigo já desenhados, prefere arriscar no curto prazo ao invés de investir no solo e fazer um trabalho de longo prazo, que é o único que vai dar sustentabilidade a agricultura. Só o tempo vai mostrar quem está com a razão, o que é uma pena! 

Na foto: nabo forrageiro consorciado com aveia preta.

sábado, 17 de julho de 2010

"E se a gente começasse a produzir menos comida, para recuperar mata nativa, e aprendesse a fazer micagem e a se pendurar em árvores?"

O artigo abaixo, publicado nesta semana pelo colunista da Veja, Reinaldo Azevedo, abordando um dos assuntos mais comentados atualmente no setor rural, foi dica do meu colega agrônomo Renato Alcazar. Muito interessante o ponto de vista do autor. Vale para uma boa reflexão!

"O deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) foi a um evento numa central sindical ontem — a CGT — e defendeu o relatório que fez do Código Florestal, um bom relatório diga-se. O Brasil está se tornando um país tão esquisito em certas áreas que cabe a um comunista — teoricamente ao menos, ele ainda é… stalinista! — defender a produção agrícola. É bem verdade que, em certa medida, isso nem é assim tão despropositado. No que pode haver de virtuoso no idealismo comunista — aquele papo de “igualdade”, que, não obstante, já matou tanta gente —, o produtor rural brasileiro até que é bem camarada, né? A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da CNA, relatou uma conversa que teve dia desses com um potentado da indústria brasileira. Conversa das mais curiosas. Num dado momento, disse ele à interlocutora:

— Vocês, produtores rurais, precisam pensar mais como negociantes. Vocês não são governo! Se o consenso dos políticos é pela redução da área plantada, se é isso o que majoritariamente quer a imprensa, que vive malhando vocês, se ninguém tem coragem de defender a produção agropecuária, conformem-se, plantem ou produzam carne na área que eles consideram a ideal. Vocês podem lucrar o mesmo produzindo em menos terras. É verdade que a produção vai cair. Mas o preço vai subir. Pra que ficar dando murro em ponta de faca? Vocês também têm o direito de parecer chiques e preocupados com o futuro da humanidade.

Pois é… Não é que faz sentido? Trata-se de uma das leis mais antigas da humanidade a definir o preço de alguma coisa: a lei da oferta e da procura. Aldo Rebelo, para o bem dos pobres brasileiros (vejam: na falta de políticos “liberais” que tenham coragem de defender o relatório do Código Florestal, cá estou eu a elogiar um comunista), decidiu eliminar do seu texto algumas medidas que DIMINUIRIAM A ÁREA DESTINADA À AGRICULTURA E À PECUÁRIA NO BRASIL. Se, em vez de “x” toneladas de comida (para ser genérico), o país produzir x-y, o que sobe é o preço. E quem se dana é o pobre, que terá uma comida mais cara e sofrerá os efeitos da inflação, que sempre pune menos os mais ricos porque conseguem encontrar alternativas.

Essa é, sem dúvida, uma das loucuras brasileiras. O setor que garante a comida mais barata do mundo e que tem respondido pela estabilidade da economia — é ele que impede que a balança comercial brasileira naufrague — é tratado como a Geni do país. Kátia Abreu, é bem verdade, é boa de briga. Mas, às vezes, eu a vejo quase solitária a dizer o óbvio. E os que exercitam aquela glossolalia ambientalista, descolados da realidade, são tratados como deuses, como entidades que tivessem descoberto “a coisa”.

Talvez o Brasil tenha cometido mesmo um grande pecado quando fez a agricultura avançar no cerrado. Aquela região toda deveria ter permanecido intacta. Os brasileiros, hoje em da, em vez de gastar 18% de sua renda — na média — com alimentação, continuariam a torrar os mesmos 48% do fim dos anos 60 e início dos 70. Comida barata, vejam que fabuloso!, significa mais renda para o pobre. Mas, se não querem, por que os produtores devem continuar a ser os alvos das ONGs, dos politicamente corretos e da Marina Silva? Chega de mártires e heróis, não é? Vamos ser todos ambientalistas. É isso aí. Querem diminuir a área plantada em São Paulo? Diminua-se. Querem diminuir a área plantada em Goiás e Mato Grosso? Diminua-se. No aperto, a gente se reúne em torno daquela sábia árvore do filme Avatar e começa dizer coisas estranhas…

A gente também pode mudar de ramo e direcionar o país para uma nova janela de negócios, que seria, assim, o turismo de entretenimento. Os brasileiros todos se especializariam em malabares, saltos ginásticos, atividades circenses — a gente pode até botar uns rabos postiços para ficar brincando de se pendurar em arvores; em breve teríamos a nossa cauda natural, fiquem certos —, e os turistas pagariam para nos ver num cercadinho, em nossos alegres folguedos. Os mais divertidos fariam micagens; os mais enfezados jogariam frutas e cocô nos visitantes. Tudo isso em meio a uma natureza exuberante. De volta a seu país, no aeroporto, ganhariam de presente um creme anti-rugas, que produziríamos com nossa baba nativista.

É isso aí. O interlocutor de Kátia Abreu está certo. Eu também virei ecologista agora, desse tipo que, diante do Código Florestal, sai gritando feito Bambi: “Fogo! Fogo na floresta!” Talvez a senadora deva fazer o mesmo. Como a redução da área destinada à agropecuária não eliminaria a lei da oferta e da procura, os ditos “ruralistas” lucrariam a mesma coisa. É verdade que os pobres iriam se danar com comida mais cara e inflação. Pobre, vocês sabem, nunca está contente: você oferece uma natureza exuberante pra eles, e eles logo vão querendo comida barata."

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Adubação verde

Uma prática agrícola utilizada há mais de 2.000 anos por gregos, romanos e chineses tem se tornado cada vez mais importante na atualidade. O objetivo é aumentar a produção das lavouras a partir da melhoria da fertilidade do solo sem dependência de insumos externos à propriedade. Trata-se da adubação verde, técnica que contribui com a conservação ambiental.

A prática consiste no plantio de espécies vegetais, principalmente leguminosas, em rotação ou consórcio com lavouras. Essas espécies podem ser roçadas e deixadas no terreno para servirem de adubo natural, ou podem ser usadas para o plantio direto. Neste caso, em cima da palhada, são cultivadas outras culturas. Leguminosas perenes também são utilizadas em sistemas de faixas. Cultivadas próximas da área do cultivo principal, periodicamente são podadas e suas folhas acrescentadas à área de produção.

A matéria orgânica disponibilizada pela adubação verde retém nutrientes na superfície do solo e aumenta a fertilidade do terreno. As raízes profundas dessas plantas trazem para a superfície nutrientes levados pela água para o subsolo.

Leguminosas, como feijão guandu, mucuna e crotalária, são capazes de ampliar o teor de matéria orgânica no solo pela fixação biológica de nitrogênio, que é realizada em simbiose (ou parceria) com bactérias presentes em suas raízes, de forma que passa a ser possível aumentar a produtividade das culturas sem depender totalmente de fertilizantes químicos, que têm alto custo econômico e ambiental.

Além do benefício da redução dos custos de produção, a adubação verde contribui com a conservação da biodiversidade. Segundo o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG) Walter Matrangolo, com o uso intensivo de adubos minerais solúveis, ocorre a eutrofização do solo, ou  seja, o excesso de nutrientes estimula o desenvolvimento de microrganismos que consomem rapidamente grande parte da matéria orgânica. Esse processo pode causar aumento da compactação do terreno, diminuição da capacidade de retenção de água e aumento da erosão. Por outro lado, os adubos verdes promovem o equilíbrio ecológico, protegem o terreno contra radiação solar e erosão. Também promovem a descompactação e aeração do solo, o que aumenta sua capacidade de armazenamento de água e de nutrientes.

Além disso, algumas espécies utilizadas como adubos verdes são úteis para reduzir a infestação de pragas nas culturas, pois diversificam o sistema de produção, o que favorece os agentes de controle biológico e, em geral, diminuem a incidência das plantas invasoras pelo sombreamento.

Fonte: Agrolink 08/07/10

domingo, 11 de julho de 2010

La Niña II

O Fenômeno La Niña tem dois impactos bem caracterizados: Primeiro atrasa o retorno das chuvas no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil. Enquanto para as lavouras do Sul do Brasil e também de Mato Grosso do Sul reduz a incidência de chuva e aumenta o risco de estiagens regionalizadas no verão. Para a safra 2011, portanto, muda o cenário climático, principalmente quando comparado com o observado na safra passada. O retorno das chuvas este ano deve ocorrer somente no final de outubro e no decorrer de novembro, mesmo assim de forma muito irregular, o que deve implicar no atraso do plantio para as lavouras de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins. Durante o verão as chuvas nesses estados devem apresentar um comportamento médio, com o risco das chuvas se prolongarem até abril e meados de maio. Já as lavouras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e também de Mato Grosso do Sul não devem enfrentar grandes problemas na fase de plantio entre outubro e novembro, porém devem considerar o risco de estiagem durante os meses de verão. Inclusive, a continuidade do La Niña remete para um outono também com chuvas abaixo da média.

Portanto, para nossa região, que tem a cultura da soja como carro chefe, temos algumas preocupações para a próxima safra. O importante é que hoje em dia, com o nível de informação, as previsões climáticas são bem antecipadas, de forma que podemos nos valer de técnicas para diminuir as perdas em eventuais eventos. Lógico, que a dificuldade é que as previsões não são perfeitas e nem detalham o período que vai ocorrer o problema, mas mesmo assim, sabendo de sua probabilidade, podemos nos preparar para minimizá-lo. No caso da soja, podemos citar: plantio escalonado, utilização de variedades de ciclo médio, maior racionalização do uso de fertilizantes, entre outras.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

La Niña

Segundo os meteorologistas, depois de um período de aproximadamente 01 (um) ano com águas aquecidas (El Niño), desde junho se observa um processo de resfriamento das águas do Oceano Pacífico equatorial, indicando o retorno do fenômeno La Niña e alterações no clima já na próxima Primavera. O resfriamento das águas do Oceano Pacífico equatorial deve aumentar gradualmente no decorrer deste inverno, com o La Niña totalmente configurado durante a Primavera e permanecendo durante o verão 2011. A previsão é de um episódio de intensidade moderada a forte e deve durar pelo menos até o outono de 2011. Lembrando ainda que o último La Niña ocorreu no Verão 2007/2008. Porém, dadas as características como intensidade, rapidez na formação e provavelmente duração, o episódio deste ano está muito semelhante com o observado no segundo semestre de 1998 e verão 1999.
Tomara que estejam errados, visto que naquela safra houve grandes prejuízos para a agricultura!